Grand Prix - (Haikyuu x Leitora)

Azumane Asahi - Pt.1

-Tudo bem eu vou dividir vocês em duplas.

Uma série de grunhidos foram ouvidos na classe – Não quero saber, esse trabalho precisa ser entregue em uma semana.

Desviei o olhar do professor e me virei pra janela, não tinha nenhuma visão extraordinária afinal o segundo prédio estava atrapalhando a vista. Mas tinha alguma coisa no jeito que os fechos de luz entravam pela janela que me chamava a atenção.

Alguns alunos começaram a cochichar enquanto o professor colocava o nome das duplas na lousa, e o meu nome já estava como dupla de alguém.

Azumane Asahi

Bom estávamos na mesma classe desde o primeiro ano, e apesar do pessoal espalhar todo tipo de boato sobre ele eu sabia que na verdade ele era uma pessoa extremamente doce e gentil.

-Hum... – virei a minha cabeça assim que senti alguém olhando.

Falando nele.

-Parece que vamos fazer mais um trabalho juntos Azumane-kun – sorri levemente pra ele apoiando a minha cabeça na minha mão. Nossas carteiras eram próximas ele sentava na quarta fileira distante da janela e eu na terceira.

Ele coçou a bochecha envergonhado – Parece que sim, então... tem alguma ideia do que podemos fazer?

-Hum... Não sei, cinema me parece uma boa ideia.

Vi ele ficar vermelho e começar a gaguejar – Ci-ci-cinema? E-eu quis dizer para o t-trabalho.

Coloquei a mão na boca abafando uma risada – Mas nosso trabalho não é sobre literatura? Minha ideia foi que podemos usar filmes, algo como adaptações de livros e suas influências na criação de novos leitores.

-Mas se você quiser ir no cinema não vou reclamar – bati meus dedos na mesa – Tinha um filme estrangeiro que eu queria ver antes que saísse de cartaz.

Ele pareceu paralisar – Estou brincando – sussurrei fazendo ele sair do transe, ele relaxou os ombros.

O garoto colocou a mão no pescoço e ia falar alguma coisa quando uma das minhas amigas Sumiko apoiou as mãos na minha mesa. – [Nome] você não sabe, aquela sorveteria perto da escola vai ter uma promoção na hora do almoço. Que tal irmos lá antes de ir pro clube de pintura?

-Parece bom Miko – respondi e quando olhei pro lado pra falar com o garoto ele já tinha saído da sala para o intervalo.

-O que foi? – ela perguntou vendo que eu estava olhando pra porta, balancei a cabeça e voltei a olhar pra ela.

-Nada – falei – E então me conte mais sobre a sorveteira. De que tipo de promoção estamos falando? De sabor, de quantidade, de acompanhamentos? Me lembro até hoje quando ganhamos bolo.

-Com certeza foi um ótimo dia – ela completou e puxou meu braço – Vem vamos dar uma volta pelos corredores. Te pago um suco da máquina de vendas.

-De graça? Claro que eu vou – me levantei e ela enganchou o braço no meu me puxando.

-Me diga o que você acha da proposta de exposição que Nara-sensei falou ontem? – ela comentou enquanto caminhávamos pelo corredor.

-Hum, eu acho que é uma boa ideia afinal estamos no último ano e já não temos mais tantos meses de aula, eu acho que é válido. Algo como uma despedida, seria legal se pudéssemos deixar alguma marca pros anos seguintes.

-Concordo com você – ela respondeu.

-Talvez você possa fazer algo sobre isso líder-chan – falei já que ela em tese era a responsável pelo clube de pintura, isso abaixo da Nara-sensei é claro. Sumiko tinha um talento notável para modernismo suas telas eram cheias de vida e formas abstratas.

A garota era um pouco mais baixa do que eu e tinha longos cabelos num tom azulado, e as bochechas mais fofinhas que eu já tinha visto na vida, ela ficava bem brava quando eu cutucava elas com a ponta sem cerdas do pincel. Mas logo ria e me cutucava de volta.

Ela jogou uma caixa de suco pra mim – Está pago.

-Tem a minha gratidão Ó grande líder suprema – fiz uma leve reverencia na direção dela.

-Como você é boba [Nome] – ela bateu os ombros nos meus – Mas então... Qual o seu segredo pra sempre fazer dupla com o menino que você tem uma quedinha?

-Eu sabia que toda a sua generosidade tinha um preço – falei – Pode pegar o suco de volta.

-Ah vamos lá. Pare com isso – ela resmungou.

Ela não estava errada, afinal não tinha como não achar o ace do time de vôlei apaixonante, mas eu sabia que não tinha nenhuma chance com ele. Com a Kiyoko-chan de gerente quem que olharia para outra pessoa.

-Deve ser o destino me pregando uma peça, colocando do meu lado alguém que eu nunca vou ter. Soa bem cruel não é?

-Você precisa parar de ser tão negativa e realmente fazer alguma coisa, você não vê como ele fica todo envergonhado perto de você? Se você não falar nada ai sim que nunca vai ter uma chance, vai esperar nos formarmos pra depois ficar lamentando?

Suspirei – O que deu em você hoje? – perguntei.

-Nada, eu só quero ver você feliz – ela colocou um dedo de cada lado do meu rosto e puxou as minhas bochechas forçando um sorriso.

-Eu estou feliz Miko – puxei as mãos delas – Mas vou pensar no que você me disse, okay? Se isso te fazer feliz.

-Assim que eu gosto, agora vamos voltar!

-Ah, eu não sei porque eu ainda deixo você ficar me arrastando pra todo lugar.

-Porque eu sou a sua melhor amiga horas.

Dei risada, bom ela não estava errada.

Quando voltamos pra sala antes do sinal tocar Azumane-kun já estava de volta e assim como antes Miko se fez presente.

-Azumane-san, me desculpe por interromper a conversa de vocês antes, [Nome]-chan é toda sua para poderem terminar de conversar. – ela bateu nos meus ombros e se afastou, mas não antes de me mandar uma piscadela.

-Me desculpe por isso, Miko as vezes é... Intensa. – me sentei na minha carteira.

-Não tem problema – ele respondeu – Sobre o tema tudo bem seguimos a sua sugestão...

-Que bom! – falei genuinamente feliz – Bom moramos relativamente perto, que tal nos encontrarmos depois do seu treino, posso avisar em cada que teremos visitas.

-Não tem problema? – ele perguntou.

Balancei a cabeça – Bom ao longo dos anos já fizemos vários trabalhos juntos, acho que meus pais já estão até acostumados Azumane-kun.

-Só Asahi, já está bom... – ele disse desviando o olhar e colocando a mão no pescoço, pude ver um leve rubor nas bochechas dele que fizeram o meu próprio coração acelerar um pouco.

-Então pode apenas me chamar de [Nome].

Pt.2 - Postada