𝐏𝐀𝐈𝐗Ã𝐎 𝐈𝐍𝐃𝐎𝐌Á𝐕𝐄𝐋, 𝘑𝘦𝘰𝘯 𝘑𝘶𝘯𝘨𝘬𝘰𝘰𝘬

Ciúmes e provocações

A tensão sexual entre Jeongguk e eu era insana, tão gritante que fiquei com receio de alguém perceber o que rolava entre nós. Seus olhos negros e grandes estavam em mim durante todo o tempo que estávamos sentados. Naquele momento, o moreno segurava um copo de tequila com a mão direita, dando leves goles na bebida amarelada. Eu não estava diferente, também segurava um copo pela metade de tequila e com algumas rodelas de limão. O gosto era amargo, mas muito bom e bastante forte. Era o meu quarto copo e último, pois queria estar sóbria o suficiente no momento em que o Jeon fosse estapear minha bunda com as grandes mãos que ele possuía.

Mais uma vez e com muito custo, consegui quebrar o nosso contato visual e fitei uma mulher ruiva com um vestido branco longo, provavelmente era uma das namoradas de um dos funcionários do meu pai, contudo, eu não a conhecia e jamais tinha a visto nos arredores de Los Angeles. Percebi que ela estava olhando para o Jeongguk de maneira fixa, como se o conhecesse ou se quisesse ter a atenção do moreno para si. Franzi o cenho e continuei a observando, notando algumas tatuagens em seu braço direito. Ela era muito bonita, com um corpo cheio de curvas e pernas grossas. Para completar, vi que Jungkook a olhou de volta e abriu um sorrisinho na direção da ruiva, fato que me deixou inquieta. 

Respirei fundo e mexi em meu cabelo, colocando uma mecha atrás da orelha. Encarei o amigo do meu pai e este já tinha sua atenção voltada para mim, exclusivamente para o meu rosto. Jeongguk olhava-me profundamente, era um olhar intenso e de arrepiar qualquer parte do corpo. Desci os olhos para os seus lábios e relembrei de minutos atrás, enquanto estávamos no banheiro aos beijos. O Jeon bebericou de sua bebida e após afastar o copo de seus lábios, passou a língua entre eles. Ofeguei e uma imensa saudade me invadiu em estar com ele, dividindo o mesmo lençol, corpo a corpo. Eu não entendia como havia conseguido ficar dez dias longe dele e do seu cheiro de macho gostoso e dominador.

Algo dentro de mim estava despertando aos poucos, florescendo como uma linda flor. No entanto, teria que cortar a florzinha antes mesmo dela desabrochar. Jeongguk e eu não podíamos nos relacionar amorosamente, muito menos sexualmente. Contudo, eu sequer conseguiria negar algo àquele homem. Tudo me excitava. Nossa relação proibida, os beijos molhados que compartilhamos, os toques repletos de tesão e as palavras sujas. Por mais que o certo fosse me afastar do Jeon, eu não iria fazê-lo. Não podia abrir mão das nossas transas ou do cuidado que ele tinha comigo nos minutos seguintes. Entretanto, aquelas emoções não podiam se transformar em amor.

Sexo. Desejo carnal, somente isso.

— Vamos tirar uma foto, Diana? — Josh surgiu ao meu lado e então pisquei algumas vezes, virando o rosto em sua direção.

Não tinha percebido a sua presença até o momento.

— Ah, vamos sim. — Sorri e me levantei, sentindo o olhar do Jeon em meu corpo. Ele me analisava por inteira, sem pudor algum. Um sorriso maldoso surgiu em meus lábios. — Pode tirar a foto, Jeongguk? — Pedi, olhando-o fixamente nos olhos redondos e atraentes.

O moreno me encarou sério, com as sobrancelhas levemente arqueadas. Eu adorava provocá-lo, isso era nítido. Seu olhar penetrante desviou para Josh, depois para mim novamente. Afinal, o que ele estava pensando? Jungkook bebeu o restante da sua bebida e colocou o copo na mesa, em seguida se levantou e abriu o segundo botão de sua camisa, pois o primeiro já estava aberto. Fitei a pele bronzeada exposta e a imagem dele sem camisa surgiu em minha mente, me deixando fraca. Sem dizer uma só palavra, o mais velho estendeu a mão para que Josh lhe entregasse o celular e assim ele o fez. Olhei atentamente para o Jeon, notando sua expressão fechada e o maxilar devidamente trincado. 

— Obrigado, cara. — O Adams agradeceu sorridente e se posicionou ao meu lado, colocando o braço direito ao redor da minha cintura. 

Jeongguk olhou para o local que a mão do Josh estava, ao passo em que levantava uma das sobrancelhas. O amigo do meu pai conseguia ser mil vezes mais gostoso sério, esbanjando a carranca que deixava os seus traços asiáticos ainda mais lindos ao meu ver. Jungkook lambeu os lábios e seu olhar pousou em mim, especificamente em meu rosto. Eu não conseguia decifrar suas expressões, porém entendia que ele não estava gostando da minha proximidade com o Josh. Por fim, engoli aquele nervosismo repentino e sorri para a foto. Não era um sorriso verdadeiro, contudo, me esforcei para que saísse bom o suficiente e não ficasse tão “artificial”.