O possível culpado

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Duas Semanas Depois.
Domingo. Vinte e Seis de Janeiro.

Frustrada. Eu me sentia sem ânimo algum para levantar da cama, muito menos para forrar o estômago com alguma comida, por mais que sentisse fome. Papai estava me ignorando desde o jantar. Jungkook tinha viajado há três dias para o Canadá e o dia da confusão em minha casa foi o último em que nos vimos pessoalmente. Ele estava respeitando o tempo do meu pai e nós estávamos conversando apenas por mensagens e ligações, era melhor assim, embora eu estivesse mortinha de saudades suas. Do seu corpo, do perfume masculino, dos seus abraços e por último, mas não menos importante, das noites que passamos juntos em Malibu.

Sentir saudades de alguém é um inferno!

O relógio em minha penteadeira marcava cinco da tarde e minhas aulas iriam começar no dia seguinte e toda a minha animação para o meu segundo ano de faculdade foi por água abaixo. Eu não me sentia verdadeiramente bem para aquele semestre, por mais que amasse o meu curso, que era Design de Moda. No entanto, algo ainda mais frustrante atormentava os meus pensamentos: quem tinha tirado todas aquelas fotos? Meu pai me disse com todas as letras que encontrou o envelope no mesmo dia em que retornei de viagem, bem no jardim da nossa casa. O portão era de grade e facilmente alguém teria colocado-o lá, mas quem? Quem queria destruir o meu romance com o Jungkook?

Confesso que pensei na possibilidade de ser Kim Namjoon, amigo do Jeongguk, mas o último me disse que ele não faria isso.

Então quem?

Jungkook citou o nome do Benjamin em uma das nossas conversas, meu ex-namorado, contudo, não era ele e eu sabia disso.

Com tanta coisa acontecendo, eu não sabia mais o que pensar a não ser na pessoa que tinha me destruído tão covardemente, invadindo a minha privacidade daquela forma. Eu vasculhei minha mente várias e várias vezes nos dias que se passaram, à procura do possível “culpado”, mas infelizmente nenhum nome concreto me veio à cabeça. Iria enlouquecer, simplesmente! Além de tudo isso, estava afastada das duas pessoas que eu mais amava: Jeon Jungkook e meu pai, Tom Moore. Era covardia comigo e com os meus sentimentos. Papai precisava do espaço dele e eu? Quanto tempo teria que esperá-lo pensar sobre o meu relacionamento com o seu amigo?

Eu não era egoísta. Não mesmo.

Já haviam se passado duas semanas desde àquela noite desastrosa e nada. Meu progenitor continuava com o seu voto de silêncio. Papai saía cedo e voltava tarde, era horrível vê-lo tão longe de mim, pois sempre fomos muito próximos um com o outro. Nada nunca abalou a nossa relação de “pai e filha”, no entanto, eu o entendia e não tirava a sua razão por ter se afastado de mim. Eu, sua única filha, estava me relacionando amorosamente com um dos seus amigos e ele descobriu da pior forma: por outra pessoa e não por nós mesmos. Obviamente foi um choque ver todas aquelas fotos tão explícitas e o que mais me surpreendeu foi o Sr. Tom ter me entregado todas elas, sem dizer uma só palavra.

Sim, eu estava com todas muito bem guardadas em uma pasta transparente, no fundo do meu closet.

Saí do meu transe no momento em que meu celular começou a tocar, anunciando uma nova chamada. Sorri largamente ao ver o nome do Jeongguk brilhando na tela do aparelho. Deslizei o dedo sobre a tela e atendi a sua ligação.

— E aí, gatinha! — Gemi ao escutar sua voz do outro lado da linha, fechando os olhos de forma imediata.

Milhares de sensações e é só ele quem me faz sentir tantas emoções ao mesmo tempo. Nervosismo, saudade, amor, paixão, desejos...

— Oi Jeongguk! — Exclamei, sorrindo de olhos fechados. — O que está fazendo? — Perguntei, saudosa.

Estou esperando o engenheiro vir para o prédio para fazermos os últimos ajustes, só que ele está atrasado. — Explicou, rouco. — E você, minha gatinha?

𝐏𝐀𝐈𝐗Ã𝐎 𝐈𝐍𝐃𝐎𝐌Á𝐕𝐄𝐋, 𝘑𝘦𝘰𝘯 𝘑𝘶𝘯𝘨𝘬𝘰𝘰𝘬Donde viven las historias. Descúbrelo ahora