O Camarim

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- Esse é o camarim da Kitty Section. Nenhum deles chegou ainda, mas você já deixa cada figurino separado no guarda-roupa certo. Como eu já disse querida, você tem uma hora e meia para fazer os ajustes, e as roupas tem que ficar perfeitas, já que a França inteira estará vendo a transmissão do show - meu coração acelerou, eu sabia que a pressão era grande quando eu aceitei o trabalho e Sophie falar isso para mim agora não estava me ajudando em nada a lidar com o meu nervoso - Ah sem contar que a imagem da banda também depende se suas criações serem boas. Mas não se preocupe vai dar tudo certo!
"A não ser que não dê...". Depois de jogar essa bomba em mim, Sophie desapareceu num piscar de olhos. Eu estava sozinha e ansiosa. Era a minha chance e eu não tenho certeza se meu talento ia ser o suficiente.
- Tá tudo bem Marinette? - ouvi uma vozinha conhecida sussurrando na minha bolsa. Olhei para baixo e vi Tikki - Senti um nervosismo grande.
- Ai Tikki você ouviu o que Sophie falou! Eu sempre sou muito perfeccionista com minhas criações mas dessa vez eu não tive tempo. E se eu fiz do tamanho errado, ou esqueci de costurar alguma parte? Ou pior, se a ideia que eu tive foi ruim e na verdade os figurinos estiverem péssimos? Vários críticos vão olhar e bem... criticar. Eu posso estragar a imagem da banda e junto a minha chance de virar uma estilista famosa...
- Marinette respira! Vai dar tudo certo! Confia em mim, os figurinos estão maravilhosos. E de qualquer jeito você ainda tem tempo para ajustar o que for preciso. Você precisa se acalmar. - Tikki falou com sua tradicional tranquilidade.
- Você tem razão Tikki... Tudo que eu tenho que fazer agora é esperar a galera chegar. Obrigada - a kwami sorriu para mim e voltou a fechar a bolsa. Era muito arriscado para ela ficar a vista num local tão público como esse.
Respirei fundo e arrumei as roupas em minhas mãos para conseguir abrir a porta, o que fez com que as roupas me impedissem de ver qualquer coisa a minha frente. Sem as mãos livres empurrei a porta com o pé. Entrei sem conseguir ver nada e me virei para fechar a porta.
- Marinette? - uma voz falou atrás de mim. Me assustei e deixei as roupas caírem. Me virei e vi Luka. Só de cueca. Eu fiquei sem reação.
Eu sabia que Luka era bonito, bem bonito, mas como sempre ele usava roupas relativamente largas, nunca tinha reparado no corpo dele. " E que corpo..." . Ele tinha os músculos muito bem definidos. Aquele tanquinho... Inconscientemente eu analisava ele e descia o olhar. Foi quando cheguei no... bom só vamos dizer que sua cueca branca não escondia muito. Nessa hora percebi o que fazia e corei violentamente. Desviei o olhar para o chão. Fiquei mais sem saber o que fazer do que antes. Com certeza ele percebeu a minha encarada.
Depois de alguns segundos, eu me recompus e falei gaguejando:
- M-me desculpa Luka... S-Sophie me disse que ninguém tinha chegado ainda, en-então eu só fui entrando - agachei e comecei a recolher as roupas, sem fazer contato visual com Luka.
- Não tem problema Mari. Eu vim com a galera da montagem e esqueci de avisar Sophie. - o garoto respondeu num tom calmo. - Você precisa de ajuda?
- Na-não! Eu já consegui obrigada - senti que ele tinha se aproximado na intenção de me ajudar. Terminei de recolher os figurinos em silêncio, me levantei e instintivamente olhei para Luka. A sala tinha ficado mais quente que o normal. - E-eu vou deixar você terminar de se arrumar.
- Ah não precisa se incomodar, pode fazer o que tem fazer. Eu estou acostumado com essas coisas por conta dos shows. Eu não tenho problemas em mostrar o meu corpo - o garoto respondeu simplório. "Também com esse corpo...".
- N-não relaxa... eu vou deixar você se arrumar em paz. - falei indo devagar para trás. Senti algo no olhar de Luka mudar, ficando igual ao que ele tinha naquela noite na minha casa. Uma urgência de sair dali bateu em mim, mas algo me prendeu ao chão.
- Gosta do que vê? - o garoto perguntou, se aproximando de mim e sem nunca perder o contato visual. Cada passo que ele dava para frente eu dava um para trás, instintivamente.
Até que eu senti o frio da parede em minhas costas. Luka percebeu mais rápido do que eu que eu não tinha para onde fugir e num piscar de olhos se adiantou e ficou a centímetros de mim, antes que eu pudesse reagir, apoiando o braço na parede e me deixando presa entre essa e o garoto seminu. Estava de boca aberta, e provavelmente com um olhar assustado. Tentava formular palavras que simplesmente não saiam.
Olhei para baixo e percebi que a única coisa que separava Luka e eu eram os figurinos. Percebi também que naquela posição eu não conseguia mais ver o corpo do garoto, apenas seu rosto. "Merda, eu queria continuar olhando".
Apertei mais as roupas em meus braços como se elas fossem me proteger. Subi meu olhar e vi o garoto me medindo, ou pelo menos o que ele conseguia ver com todas aquelas roupas entre nós.
Desde a serenata, eu estava muito confusa sobre os meus sentimentos em relação a Luka, tinha começado a ver ele com outros olhos e agora aquele lado novo dele que tanto me intrigou se mostrava novamente. Não que fosse uma surpresa ruim, eu apenas não sabia como agir, principalmente sabendo que alguém poderia entrar a qualquer instante.
Antes que o garoto pudesse fazer qualquer outro movimento, reuni toda minha coragem para falar alguma coisa que pudesse me tirar dessa situação:
- E-e-e...Li-licença Luk-ka - "Perfeito Marinette, simplesmente perfeito!" . O azulado se moveu apenas alguns centímetros pro lado, o suficiente para eu conseguir me mexer, sem parar de se apoiar na parede ou de perder contato visual. Não sei se foi impressão, mas parecia que esse movimento permitiu que sua cabeça se aproximasse mais da minha, conseguia sentir sua respiração do lado do meu rosto.
Após alguns milésimos de segundos, que mais pareceram uma eternidade, me mexi e fui em direção a uma mesinha que tinha no camarim. Fiquei encarando o chão com a certeza que Luka continuava me medindo. Deixei os figurinos cuidadosamente para não amassar, e também por que meu corpo ainda não estava respondendo completamente aos estímulos do meu cérebro, apenas aos do garoto. "Marinette se controla, para de pensar nessas coisas"
O que aconteceu a seguir eu não consegui explicar. Foi só eu soltar as roupas na mesa, que eu senti minhas pernas falharem, a minha visão embaçou e tive certeza que ia direto pro chão. Fechei os olhos e me preparei para sentir o piso frio, mas ele não veio. No seu lugar, um calor me apertou na cintura.
Não sei como Luka consegui cruzar o camarim tão rápido, mas o garoto foi ágil o bastante para conseguir abraçar minha cintura e evitar que eu caísse. Estava de costas para ele, ainda com os olhos fechados e agora sentia sua respiração pesada e quente ao pé do meu ouvido. O seu peito descia e subia rapidamente, batendo em minhas costas toda vez que ele expirava.
Depois que o choque inicial passou e minha visão voltou ao normal, meu cérebro finalmente processou o que estava acontecendo e meu corpo resetou, os músculos enrijeceram e as bochechas coraram violentamente.
- Mari você está bem? - perguntou Luka num tom calmo e preocupado. A voz dele me fez arrepiar inteira. Por instinto, minha cabeça tombou um pouco para o lado, aumentando a área de contato do meu pescoço com a boca do garoto. Seus braços afrouxaram entorno da minha cintura, mas ele ainda manteve uma mão de cada lado dela.
Eu não consegui formular nenhuma frase então apenas concordei com a cabeça. Tentei me mover, mas apenas concegui roçar em Luka. O garoto reagiu apertando minha cintura e suspirando em meu pescoço.
- Ah princesa, não faz isso comigo...- sussurrou, enquanto passava seu nariz em meu pescoço calmamente, me causando arrepios e sensações que nunca tinha sentido antes.
Eu já não conseguia formar uma linha de raciocínio para sair daquela situação. Eu não queria sair dela. As mãos de Luka eram firmes demais, sua respiração quente demais e suas palavras doce demais. Queria me entregar a essas sensações.
Antes que um de nós pudesse fazer mais alguma coisa, a porta do camarim abriu num estrondo. Se provando bem ágil mais uma vez, Luka me soltou e se afastou o suficiente para que se alguém nos visse naquela situação não fosse pensar nada TÃO errado, como o que estava acontecendo a apenas segundos atrás.
- Mari você pr... - Alya parou de falar assim que percebeu o que estava acontecendo. Me virei e vi minha amiga abrindo e fechando a boca sem saber o que falar.
- Oi Alya tudo bem? - Luka cumprimentou a garota como se nada estivesse acontecendo. Seu rosto tinha voltado a expressar a paz de sempre, nada parecido com o de dois segundos atrás, o olhar de predador pronto para atacar sua presa. Eu.
- Luka. Sem camisa. Marinette...? - a minha amiga ignorou o azulado e continuava a encarar nós dois, pulando seus olhos de um para o outro, até que por fim parou em mim e fez uma pergunta silenciosa: "Mas que porra aconteceu aqui?". E eu tentei sinalizar "Nem eu sei".
- A Mari estava me ajudando a colocar o figurino pra ela poder fazer os ajustes finais - disse o garoto respondendo a pergunta que pairava no ar, mesmo que essa não seja a verdade. "Luka realmente precisava provar a roupa", uma parte de mim pensou. "Mas não era por isso que ele estava seminu", a outra parte respondeu.
- Sophie. Você. Crachá - Alya parecia mesmo ter perdido as palavras. Ela balançou a cabeça como se tentasse espantar um pensamento ruim - A Sophie me pediu pra te chamar pra ir pegar o crachá de backstage, por que se não os seguranças vão acabar te barrando. E depois disso ela começou a gritar com um cara chamado Pierre pelo ponto eletrônico.
- É o assistente dela. A essa altura esse cara já deve estar surdo de tanto que a Sophie grita com ele - Luka disse simplório. Enquanto Alya falava ele tinha pego a calça dele do chão e a colocado, agora estava apenas sem a camisa. O menino estava apoiado na mesa, numa posição que favorecia demais os seus músculos definidos do braço e do abdômen. Me forcei a desviar o olhar antes que minha amiga percebesse.
- Mari vocês já fizeram a prova do figurino do Luka? - Alya perguntou, com o choque inicial tendo passado. Percebi aquele brilho no olho de Luka voltando. Um alarme de perigo soou na minha cabeça.
- NÃO! Quer dizer... não. Acho melhor a gente esperar o resto da galera chegar e fazer tudo de uma vez - falei meio exaltada demais. Não queria ficar sozinha com o menino.
- Tem certeza Mari? Eu já estou com meio caminho andado mesmo... -Luka disse brincalhão.
- Eu não acho que deixar a Sophie esperando é uma boa ideia - Alya respondeu por mim, me salvando de um constrangimento. Luka concordou, nos despedimos temporariamente e eu saí do camarim seguindo a morena.
Quando estávamos longe o suficiente, minha amiga começou o questionário típico dela. Contei resumidamente o que tinha acontecido antes dela chegar.
- E não aconteceu NADA? Tipo nadinha, nem um beijinho? - a morena perguntou indignada. Eu neguei.
- Eu não sabia o que fazer. Foi a primeira vez que eu vi um menino de cueca. - falei ficando vermelha só de lembrar da cena.
- Marinette deixa de besteira, cueca é a mesma coisa que sunga - Alya rebateu pra mim irritada.
- Não é não! A situação era completamente diferente! - falei corando e cruzando os braços.
- CLARO QUE ERA DIFERENTE! A situação lá era que o Luka queria te pegar e você nem reagiu!
- Ainda assim, você sabe que eu gosto do Adrien, o Luka não passa de um bom amigo - respondi.
- Ah claro... quem dera eu tivesse um amigo desses gostoso pra caralho e ao mesmo tempo super gentil, que quer me uns pega - minha amiga falou me dando uma leve cotovelada no braço.
Antes que ela pudesse falar mais alguma coisa, vi Sophie de costas conversando com um menino alto de cabelos curtos e castanhos. Quando nos aproximamos, percebemos que a mulher estava na verdade brigando com o ele.
- PIERRE EU FALEI QUE OS VASOS DE FLORES NÃO ERAM DO LADO TAPETE VERMELHO!
- Desculpa chefe, é que na real você só falou pra colocar os vasos na entrada, mas não falou o que fazer com o resto deles ... - o menino, que agora eu já sabia ser Pierre, o tão famoso assistente da Sophie, falou cautelosamente com medo dessa gritar ainda mais com ele.
- Eu... ai tudo bem Pierre, vou resolver isso e depois supervisionar a chegada das cadeiras, você vai atrás daquelas meninas pra dar os crachás enquanto a banda não chega e... - antes que ela completasse a frase, Sophie se virou e viu eu e Alya atrás dela ouvindo a conversa - Ahhh ótimo, vocês estão aqui. Bom, Pierre vai dar as credenciais de vocês e depois, Mari, você está livre até a banda chegar, e Alya, espero que já tenha começado os preparativos e esteja gravando o backstage. Entendido?
- Sim senhora! - Alya respondeu com uma pequena continência, tirando uma risadinha da Sophie.
- Vou deixar vocês aos cuidados do meu assistente. Pierre depois me informe se a assistente do Sr. Agreste chegou - falou Sophie tranquilamente antes de nos dar as costas e sair para dar continuidade ao evento.
- Sim chefe - Pierre falou baixo, um pouco cansado. Ele se virou para nós e continuou - Bom meninas se vocês puderem me acompanhar.
Começamos a andar, com o menino indo na frente. Depois de um tempo Alya quebrou o silêncio.
- Desculpa a pergunta Pierre, mas como você aguenta a Sophie gritando no seu ouvido o dia todo? - a garota perguntou.
- Alya! - eu repreendi minha amiga e ela deu de ombros. Eu amo a Ayla mas as vezes ela é meio sem noção e não pensa antes de falar.
- Não tem problema Marinette - o menino falou com um sorriso fraco - A Sophie não é sempre assim. Esse é o primeiro grande evento que ela organiza sozinha, então ela está bem sobrecarregada e nervosa querendo que tudo saia exatamente como ela planejou.
- E desde quando você trabalha pra ela? - foi a minha vez de perguntar.
- Já faz uns seis meses. Eu precisava de um emprego pra conseguir pagar a faculdade, e esse trabalho é perfeito pra mim porque meu sonho é um dia me tornar um grande produtor musical. Mesmo que agora eu só esteja ajudando a Sophie com os vasos de flores - Pierre completou com um tom brincalhão.
Nós chegamos no que eu concluí que era a cabine de segurança do local e Pierre nos entregou as credenciais. Ele explicou que elas iam ser essenciais para quando o evento começasse, para os seguranças liberaram as nossas entradas na área VIP e no backstage.
- Bom agora que vocês podem circular a vontade, estão liberadas. Eu aviso você Marinette quando o Luka e o resto da banda chegarem - o menino disse.
- Na verdade, não deu tempo de falar pra Sophie, mas o Luka já ta aqui, eu encontrei com ele quando fui deixar os figurinos no camarim - eu falei meio sem jeito lembrando do que tinha acontecido.
- Como assim? Os seguranças não falaram nada - Pierre perguntou, Alya abriu a boca para falar alguma coisa mas antes que ela pudesse o menino continuou - Bom, eu vou atrás dele, vejo vocês daqui a pouco.
Dito isso, o assistente de Sophie saiu andando deixando eu e Alya para trás. Alya disse que tinha que filmar a passagem de som dos meninos e me puxou junto pra ajudar.
- Já que você não quer ficar com o gostoso do guitarrista, vamos ver o outro músico da sua vida - falou a garota brincalhona.
Fomos em direção ao palco. Fiquei segurando aquele microfone gigante para a Alya e isso foi muito mais complicado do que eu achava que iria ser. Meu equilíbrio já era péssimo e ter que manter um troço gigante daqueles estável no ar não estava ajudando em nada me manter parada, sem contar que já sentia meus braços fraquejando com o peso pois o microfone era pesado.
Nino já estava quase terminando, quando meus braços falharam e eu vi o microfone caindo na direção da cabeça do menino. Tentei recuperar minhas forças mas não consegui. Quando achei que ia nocautear o namorado da minha melhor amiga, senti uma presença atrás de mim.
Adrien havia levantado e chegado até onde eu estava a tempo de segurar o microfone alto o suficiente para não cair em cima de Nino. O loiro se posicionou atrás de mim, seu corpo e seus braços juntos aos meus.
Ficamos nessa posição por poucos segundos mas já foi suficiente para eu corar violentamente, loiro não pareceu notar. "Adrien. Colado em mim. De novo... Calma Marinette você não pode desmaiar agora". O universo tirou o dia para me provocar.
- MARINETTE VOCÊ TÁ QUERENDO MATAR MEU NAMORADO? - Alya gritou, indo em direção ao menino. Adrien saiu de trás de mim ainda segurando o microfone. Eu estava encarando o chão envergonhada.
- De-desculpa Alya, eu tentei segurar mas não deu - respondi meio sem jeito.
- Você ta bem Mari? - Adrien perguntou. Acenei concordando. - Deixa que eu seguro o microfone.
Agradeci e fui me sentar aonde ele estava anteriormente. Depois de um tempo, Pierre veio me avisar que o resto da banda havia chegado, então fui em direção ao camarim.
Chegando lá encontrei meus amigos em um clima super descontraído. Rose não parava de falar sobre o quão feliz ela estava com o show e esporadicamente dava pulinhos de alegria. Percebi que Juleka não tirava os olhos da menina e estava com um sorriso discreto no rosto.
Ficamos conversando enquanto a banda provava roupas e eu realizava alguns ajustes finais com a ajuda de Mylene, que estava acompanhando seu namorado Ivan. Luka não havia comentado nada e agia normalmente, meio quieto na dele. Fiquei aliviada que ele não fez nada na frente do pessoal, mas algumas vezes, quando ninguém estava prestando muita atenção, percebia os olhares do garoto sobre mim. Aqueles olhos azuis me encarando com desejo. "Marinette foco!".
- Bom gente acho que é isso! - disse quando dei o último ajuste na roupa do Ivan - Vocês estão prontos para arrasarem no show!
- Mari esses figurinos ficaram perfeitos! Você é a melhor estilista que eu já vi! - Rose falou, enquanto me abraçava e eu corava. Todos estavam em suas respectivas roupas.
- Obr-obriga Rose. Eu não sou tudo isso não - falei corando um pouco - Mas fico muito feliz que você tenha gostado, me esforcei pra criar designs a altura da Kitty Section!
- Marinette, aceite o elogio - Luka falou, me encarando do outro lado do camarim - As roupas ficaram mesmo muito boas.
- Verdade Mari, Eu gostei muito da minha - a Juleka concordou, como sempre sem levantar a voz para não ser o centro das atenções.
- A roupa podia ser só um pouco mais solta né - Ivan disse um pouco sério,enquanto mexia no figurino como se estivesse em uma mini-batalha com o mesmo - Tá apertando a minha barriga...
- Amor acho que nesse caso o problema não é a roupa - Mylene disse brincalhona enquanto dava um beijinho na bochecha do namorado. Esse fez uma careta que logo se desfez com o carinho da menina, e todos deram risada.
Nessa hora me peguei pensando: "já faz algum tempo desde a última vez em que me reuni assim com meus amigos". Quando eu não estava salvando Paris, tinha que ajudar meus pais na padaria, fazer as lições da escola ou cuidar da Manon. E no pouco tempo livre que realmente me sobrava eu usava para criar novos designs.
Cortando o clima feliz, Sophie abriu a porta com tudo.
- Vocês tem noção de que horas são? - ela perguntou e aguardou, mas nenhum de nós sabia a resposta- O evento começou já faz quinze minutos! O que vocês ainda estão fazendo nessas fantasias? Vamos, coloquem a roupa do tapete vermelho pois toda a imprensa de Paris está aguardando a Kitty Section!
E tão rápido quanto entrou, a mulher saiu do camarim
- Acho que essa é a minha deixa - falei para meus amigos - Vou deixar vocês se arrumarem. Vejo vocês no palco!

Os ImprováveisWhere stories live. Discover now