#8: battle cry

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Chegamos cedo no pub.

Na verdade, apenas saí do escritório de Vony e fui diretamente para meu apartamento tomar uma ducha antes do encontro daquela sexta-feira e não me surpreendi quando dei de cara com o rapaz do aplicativo me esperando na entrada do bar.

Ele parecia mais ansioso que eu e mal imaginava que tudo que eu queria era afundar meu pau nele e desembocar a adrenalina do que vi mais cedo, mesmo que tivesse me aliviado sob a água escaldante do chuveiro.

Não tinha sido o suficiente.

O local ainda estava vazio e tanto DG quanto Liam arrumavam os móveis e limpavam o bar. Vou andando até os dois, firme e decidido, falo um oi qualquer, estilo nem me lembro de você para Liam e sorrio para DG.

— Me dá um chopp, por favor, DG. — aponto para o garoto ao meu lado. — Esse é o Tony. — o rapaz se endireita, levantando o peito, como se fosse um macho alfa, mas não tenho como não reparar em seus olhos esquadrinhando Liam enquanto secava alguns copos. Tony o secava também, quase que descaradamente e eu quase penso em informar-lhe que não era assim que deveria se portar em um encontro.

— Prazer, Tony. Quer alguma coisa? — DG responde, me empurrando um caneco cheio. Olho para Liam e ele continua encarando seus afazeres, me retribuindo da mesma maneira o desdém.

O cabelo solto e muito rebelde me faz ter dúvidas se sequer teve o trabalho de pentear depois de todo o sexo com Vony-piranha.

Sinto, de repente, uma raiva absurda dele. Eu tinha imaginado vários cenários para quando o encontrasse no pub e nenhum deles envolvia um Liam que sequer ligava para minha presença. O melhor dos cenários era aquele em que ele se arrastava atrás de mim e eu o empurrava com o pé, enquanto ele, ajoelhado, pedia meu perdão por ter transado com minha chefe.

Bufo.

— Um chopp para ele e uma tequila para mim, DG! — peço e ele ri alto, mas quando vê que eu falo sério, me entrega as duas bebidas.

— Não acha que é uma mistura meio ruim? — Tony me pergunta, colocando sua mão em meu braço. Liam me olha na mesma hora, como se tivesse saído de seu transe. Mas reparo que seus olhos se detêm na mão de Tony em meu braço.

Eu não estava imaginando coisas, não, não estava. Mas mesmo assim, tenho certeza que é algum curto circuito em meu cérebro quando me lembro de seu gemido ao ser chupado pelos lábios afoitos de Vony.

— Sim, e é exatamente o que estou precisando depois da merda do dia de trabalho que tive! — forço um sorriso para ele e Liam ergue uma sobrancelha em minha direção.

— As fotos não saíram conforme queria? — ele me questiona em uma voz rouca e eu me pergunto se era a mesma voz que gemia no ouvido de Cheryl há algumas horas.

— Ficaram perfeitas! O problema foi depois. — respondo de cara amarrada e bebo a tequila o confrontando.

Liam não parece muito bem essa noite, sua aparência é abatida, estranha, o cenho mais fechado que o normal, a camisa bem amassada e toda a tentativa de evitar me olhar nos olhos.

Não gosto.

Mas também não gosto de me lembrar que estava transando com aquela mulher mais cedo. Pelo jeito, não estava abatido para a rapidinha no escritório dela.

Eu engulo em seco e desvio meu rosto para o rapaz que queria toda minha atenção e eu a dispensava por alguém que nem sabia que eu existia no mesmo plano físico platônico.

Tony sorri para mim e segura minha mão.

— Então, vamos tratar de melhorar esse dia, aproveitando a noite! — ele coloca as mãos em minha cintura e eu olho sem querer para Liam, sendo retribuído por um olhar intenso.

natural [ziam]Where stories live. Discover now