natural [ziam]

#16: birds

os comentários de vocês no último capítulo são tudo pra mim kkkkkk

A neve retorna densa e compõe as fotos exatamente como Vony queria. Não gosto de ver Liam por vários segundos sem blusa, vestindo apenas aquela calça preta ajustada e o cachecol vermelho quase sangue no pescoço em um dia tão frio, mas tenho que concordar com minha chefe, o contraste é maravilhoso.

Todo o branco da neve, de sua pele, o vermelho da Golden Gate e do cachecol, o preto da calça e de alguns carros salpicados.

Perfeito, perfeito.

Liam treme quando Tiana entrega uma caneca imensa de chocolate e seu casaco de volta.

— Acho que está bom, finalizamos antes do planejado. — digo, guardando o material no carro. — Como ainda temos uma diária, podemos ir almoçar ou qualquer coisa.

— Estamos livres, agora, então, Zee? — Gigi abre um sorrisão esperançoso e quase pula quando eu afirmo que sim. — Eu e Tiana vamos passear na cidade, dar uma voltinha pelas lojas. Topam?

— Não, claro que não. — Liam intervém antes mesmo de eu pronunciar qualquer coisa. — Eu e Zee vamos visitar Alcatraz.

— Vamos? — o olho, confuso.

— Sim, já comprei os ingressos pela internet com antecedência. E depois vamos para a Fisherman's Wharf.

— Caramba, você já tem todo um roteiro, Liam.

— Eu nasci aqui. — ele sorri de lado e eu me assombro com mais um fato desconhecido do acastanhado.

— Bem, então divirtam-se na prisão, nós vamos fazer compras!

***

Depois de tirar fotos lindas da ilha de Alcatraz vista do barco, das pontes Golden Gate e Bay Bridge e do Skyline de San Francisco, subimos pela ilha em direção à prisão.

O tour dura cerca de meia hora e conta um pouco sobre a natureza de Alcatraz e os desafios de manter a prisão na ilha sem fontes de água potável e todos os detalhes da prisão enquanto passeamos pelas celas, solitárias e áreas comunitárias da prisão.

— Quando eu fazia alguma besteira no orfanato, os mais velhos diziam que eu iria ficar preso em Alcatraz. — Liam cochicha de repente e eu o miro, intrigado. Ele ri de meu sobressalto. — Eu era criança, Zee, é claro que eu acreditava. Mas eu nunca nem vim visitar este lugar na época, mesmo depois que cresci, acho que fiquei impressionado. — ele ri outra vez. — Depois, fui para o Brooklyn e nunca mais voltei para San Francisco.

— E resolveu adquirir coragem logo agora, comigo? — implico olhando o buraco feito pelos prisioneiros em uma das celas, numa das famosas tentativas de fuga da prisão.

— Achei que iria gostar. — dá de ombros, mas seu sorriso convencido o trai e eu suspiro vendo o cara agora agasalhado ainda usar o cachecol vermelho. Liam era lindo de matar e deveria ficar preso naquela maldita prisão por atentado aos meus olhos.

— Pois é, gosto bastante do que vejo... — divago, mas ele não parece perceber a quem me refiro, entretido com as narrativas sobre os prisioneiros, as tentativas de fuga, e detalhes sobre o dia-a-dia em Alcatraz.

— Al Capone esteve preso aqui! — ele sussurra e eu sorrio para seu semblante, curioso com as sensações que aquele local meio que tenebroso me causava.

E então me detenho nele, apenas nele. E todas as sensações sombrias e deliciosas que me causava.

— Quem foi que te deu a surra, Liam? — sei que minha pergunta parece repentina, mas depois de passar minha língua em volta das feridas de seu peito, não consigo pensar em outra coisa, mesmo que todo o sexo tórrido seja um oponente e tanto para meus pensamentos.