8- Mansão Blood Mary

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   “Você viu as notícias?" — Prilacis perguntou do outro lado da linha.
   
  Ouvira Harumi suspirar do outro lado. Ouvira também o som da TV ligada. Então deduziu que ela estivesse a acompanhar as notícias naquele momento.
  
— Uhum! — respondeu. — estou sim. Que coisa bizarra é essa? Pensei que fosse um vampiro.
  
“Eu também achei. E ainda acredito que seja. A minha intuição nuca se engana.” — Harumi ouvira algo crocante e estaladiço quebrar do outro lado. Deduziu que Prilacis estivesse a comer alguma coisa. Batatas fritas fora o que lhe veio a mente.
  
— Prilacis, vampiros bebem sangue, não comem gente. — sentou no sofá e pôs os pés sobre ele. — Essas pessoas foram literalmente... Comidas. Isso é comportamento de animal, como a mídia e a polícia estão a especular.

— Mas não é exatamente isso que esse homem diz ter visto. — disse a repórter na TV se aproximando de um homem que por sinal também era Coveiro. — Diga, o que o senhor viu exatamente?

— Eu vi com os meus olhinhos verdes, moça. Aquela coisa não era um animal. Animais têm quatro patas e não saltam muros de quase quatro metros.

— Isso está se complicando, Prilacis.

“É, o pior é que já procurei em tantos livros, mas o vampiro que eu vi não está em livro algum. Não tem informações.”

  Harumi se pôs ereta no sofá. Estava descalça, por isso sentira a frieza do mosaico quando pisou o chão depois da extremidade do tapete.
  
— Se realmente é um vampiro, quem melhor que um para nos explicar sobre eles?
  
“Está sugerindo que fôssemos entrar em contato com a sociedade vampírica?”
  
— Tem outro jeito?
   
  Fez-se silêncio, mas dava para ouvir a respiração da Feiticeira. Estava preocupada. O que Prilacis dissera sobre sua intuição era real, nunca falhava, e considerar a possibilidade de ter falhado agora, ainda mais quando ela tinha visto com os próprios olhos era deveras... Inquietante.
  
“Está bem — concordou. —, de qualquer forma o problema também é deles, mas primeiro preciso falar com Aregorn.”
  
— OK. Eu aviso Ravi, agora ele foi convocado na sua "corte". Parece que há um problema lá.
  
“Nos vemos às duas da tarde.”
   
Harumi desligara o celular e foi para o banho. Ainda estava com o cabelo meio desgrenhado, depois vestira uma calça jeans preta, e um tênis branco acompanhando com a camiseta branca com o rosto de uma raposa no centro. Pôs um casaco de couro preto, pegou uma escova e passara duas vezes no cabelo. Foi até a cômoda para se olhar no espelho quando de repente ao encarou o espelho, instintivamente ela pulou para trás com um grito de pavor por conta do que vira nele. Em vez do seu belo rosto porcelânico, e seus escuros olhos, ela vira o rosto amargo de uma mulher de pele cinza, com os globos oculares negros como alcatrão rodeada de uma aura prateada como chumbo. Seu coração palpitava desgovernado. Tomou coragem, embora hesitante para chegar perto do espelho novamente, mas agora vira apenas o seu rosto, belo, sereno e sem olheiras. Suspirou aliviada.
   
— Está tudo bem, Harumi. — dizia para si mesma.— Foi só impressão sua. Está, tudo bem. Ok? Sim, Ok! — olhou novamente para confirmar. Estava tudo OK.
  
  Num ápice a metiza saiu do quarto batendo a porta atrás. Antes que continuasse ela se deteve.
  
— Ah, não. — fez cara de sofrida ao lembrar da mochila e do celular.
   
   Voltou sorrateira para o quarto, procurou com os olhos onde estava cada coisa. O celular na borda da cama e a mochila no centro. Então ela pegara os dois e saíra a correr como uma condenada porta fora. Estando do lado de fora arfante, ela continuava a tentar convencer a si mesma de que o que vira não passara de uma "coisa da sua cabeça". Uma picape preta estacionara de fronte a casa. Ravi abaixara o vidro e notara a agitação da amiga...
  
— Parece que viu um fantasma, está pálida. — falou o rapaz a olhar da janela do carro.

ARCONTES-Livro 1 (COMPLETO)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin