EPÍLOGO

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Logo após o ocorrido com Gaius,  Ravi fora ter com o seu clã, que por livre e espontânea vontade quiseram que ele fosse o novo alfa, mas uma vida de alfa era o que ele menos sonhara ter, ficar liderando não era o que ele queria, por isso ofereceu o lugar para Dave, prometendo, assim, que não abandonaria a alcatéia, mas que só apareceria quando necessário. Polanya se ausentara temporariamente da Casa Salém para estar focada na investigação do paradeiro do pai. Depois de ter provado que Cameron estava errado quanto ao seu suposto envolvimento com a fuga de Octavius o posto lhe fora restabelecido, e Cameron, tinha tudo para ser preso por calúnia, mas a jovem Feiticeira preferiu não o fazer. Ainda assim, teve que intervir quanto a situação de Jaecssi por ter conjurado um material do Centro de Atendimento Médico, tal como ela prometera tudo correra bem. Prilacis decidira voltar aos treinos para desenvolver a sua particularidade mágica, tendo em vista que até então era Beta. Abraçou o conselho de Polanya, que ela precisava parar de se limitar e inferiorizar por ser uma Beta se quisesse chegar ao nível Alfa. Leina, por sua vez, voltara a cuidar dos jardins em casa e deu um tempo nas missões.
   
   Harumi aguardava ansiosa para um dia poder recuperar todas as memórias postas naquele pingente, todavia, o grupo todo ainda estava incumbido dos Sangue Azul, sendo que, até o momento, o novo responsável para a renovação do Selo de Merlin ainda estava em treinamento. Contudo, outros Caçadores também foram inclusos nesse combate aos Sangue Azul.

   Chegara o dia do julgamento de Lucian; a Célula o aguardava, mas, antes decidira passar em casa de Harumi para contar sobre o assunto, claramente o que faltou para ele foi um tapa por não ter contado nada antes.
  
— Por que só está me contando agora? — indagou a metiza zangada.
  
— Se eu tivesse contado antes você ia tentar fazer alguma maluquice. — declarou Lucian deliberadamente.
  
Harumi ficou indignada.
 
— Você me chamou de maluca?! — perguntou.
 
— Eu? Claro que não! — respondeu rindo. Parou de rir e ficou sério. — Não precisa se preocupar, eu vou e volto.
  
— O que vai acontecer lá?

   Os dois estavam em pé, frente a porta da casa. O Porsche estava ali estacionado. Lucian ficou em silêncio por segundos antes de responder, sabia que Harumi tentaria impedi-lo caso lhe contasse tudo o que aconteceria no julgamento depois de ele escolher a sua sentença.
  
— Serão apenas expostos os meus... "Crimes" ante os clãs da cidade, depois daí serei destituído como punição.
   
Era deveras complicado. Harumi se sentia com um nó na garganta que se fechava aos poucos e o coração apertado.
  
— Desculpe! — disse ela tristonha abaixando o rosto. Lucian levantou-lhe o queixo.
  
— Você não tem culpa de nada, eu é quem peço desculpa por ser fofo de mais e você ter olhado para mim. — Harumi desvaneceu a tristeza e substituiu por um risada. — Tem uma coisa que preciso contar. Uma das razões de eu não poder estar com você no passado...

— É por causa da sua essência obscura. Sempre soube disso.

— Como é que? Taiyou contou para você?

— Não. Sempre que estava perto de você sentia como o nogitsune quisesse sair, aconteceu algumas vezes nessas últimas semanas. Já agora, por que mesmo sabendo disso você continuou por perto nesses dias?

— Era a única maneira de fazer Vladimir me denunciar por descumprimento. Não pensei nisso a tempo da outra vez, e como consequência perdi você, agora não vou cometer o mesmo erro.
  
— Promete que você vai voltar? — Inquiriu.
  
   Lucian sorriu de lado e a beijou como se fosse a última vez, apertou-a em seus braços como se não quisesse que a tirassem de perto. Ele sentia o ritmo cardíaco de Harumi atrás da leve blusa que usava; já se havia esquecido de como ela era quente como um animalzinho felpudo, pequena como uma borboleta monarca e delicada como uma flor de cerejeira.
   
— Não preciso prometer. — eu sempre volto!
  
— E se eu fosse com você? — perguntou empolgada.
  
— Mesmo que pudesse, eu não permitiria que você visse aquilo. — ele viu novamente a empolgação ser tomada pelo ar soturno. — Não fique com essa cara de cemitério como se eu fosse morrer. — Harumi se pôs a rir descontrolada. — O que foi?
   
Lucian fez cara feia quando vira que ela não parava.
  
— Não se diz "cara de cemitério", mas sim cara de velório. Viu porquê falei que você é velho?
  
— Ha, ha, ha, engraçadinha. — resmungou. — Você também não é tão jovem assim. A propósito, — Segurou as duas mãos dela. — lembra que da outra vez você queria saber qual era o meu nome antes de Lucian? — Harumi acenou positiva. — Kahossi Ondjaki! É estranho, não é?

ARCONTES-Livro 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora