Capítulo 49

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POV JOSH - Maratona 1/5

Sete recados na caixa postal. Cento e quarenta e dois e-mails. Vinte e três mensagens de texto. (Nenhuma de Emma). Essa é a merda que estou tentando limpar, sentado à mesa da cozinha às 17h30 na quarta-feira, enquanto um pacote inteiro de macarrão parafuso cozinha no fogão.

Fato pouco desconhecido: se pensam que seu filho possivelmente tentou suicídio, só vão deixá-lo voltar à escola quando um profissional disser que ele já não é um risco para si e nem para os outros. E esse profissional talvez só tenha horário na quinta-feira. E, uma vez que o paciente deve ser surpevisionado o tempo todo, e como eu não consegui encontrar uma babá em um prazo tão curto, aqui estamos nós.

Porém , as tantas coisas das quais tenho que me inteirar não são culpa de Ben. Em vez de trabalhar em casa durante a semana toda, como disse ao meu chefe que faria, passei os três dias com o nariz enfiado em um livro. A manhã inteira e grande parte da tarde de segunda-feira foram dedicadas à releitura de Às Virgens Suicidas. Era como se uma luz tivesse se acendido, e sei que foi Any quem apertou o interruptor. Frases começaram a saltar diante dos meus olhos, como se fossem escritas só para mim.

Como : Naquele momento o sr. Lisbon sentiu que não sabia quem era ele, que filhos eram apenas estranhos com quem a gente concorda em viver.

E me perguntava se esse Jeffrey Eugenides realmente era um gênio. Ou talvez apenas um pai. Depois da noticia de Stephanie, tentei ligar para Emma algumas vezes para falar sobre a suspensão, mas ela não atendeu. Pensei em lhe enviar uma mensagem sobre o assunto , mas fiquei com medo de afastá-la ainda mais. Em vez disso, enviei-lhe mais uma das minhas frases favoritas do livro. A resposta de Cecília, que, quando perguntava por seu médico por que havia tentado suicídio quando era muito mais jovem para saber quanto a vida fica ruim, disse: " É óbvio,doutor, você nunca foi uma menina de 13 anos."

Ah!, escrevi após a citação. Boa! Com amor, pai.

Agora estou no meio de A Redoma de Vidro. Emma escreveu em seu diário que queria ser editora de revistas em Nova York, o que me surpreendeu. Nem sabia que ela gostava de escrever. Ou ler revistas. No entanto, o que mais me preocupa é o modo como disse que "se indentifica totalmente" com Esther, a personagem principal, que está claramente passando por algum tipo de depressão maníaca.

Fecho meu e-mail e me pego pensando em Any, no que ela diria sobre esse livro. Sobre Esther. Sobre Emma.

- A água da panela está derramando.

Levanto os olhos e vejo Ben parado na porta. Depois olho pro fogão.

- Droga!

Dou um salto e, sem pensar, pego o cabo da panela para tirá-la da boca do fogão. O impacto do calor na palma da minha mão com minha estúpida falta de jeito, de alguma forma, faz a panela inteira parar no chão, e uma cascata de água fervente e macarrão se espalha por todo o piso. Milagrosamente, escapo dos respingos, mas meus sapatos já estão absorvendo o líquido gosmento quente e meus pés começam a queimar.

- Tudo bem? - pergunto .

Ben fica parado ali, de braços cruzados.

-O macarrão já era.

Suspiro.

- Sim. - Vou deslizando até onde ele está para poder me livrar das meias e dos sapatos encharcados de água. - Quer pizza?

- Cachorro-quente com chili.

Abro a boca para dizer que não existe entrega de cachorro-quente com chili, mas estamos trancados nessa casa o dia todo, e acho que poderia ser bom sair um pouco.

- Maravilha - digo. - Deixa o papai limpar essa bagunça e nós vamos.


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