Capítulo 86

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Deixe a estrelinha ⭐

Na quinta-feira daquela semana, Sabina me envia minha primeira mensagem de texto.

💬 Mensagem

Deixei uma coisinha para você na varanda.

Abro a porta da frente e encontro uma dúzia de donuts de maçã em uma caixa branca, um envelope com um Xanax e um cartão que diz : Sei que vou precisar de um Natal - pensei que você talvez precisasse também. P.s : só tome meio comprimido por vez, Bobby McFerrin.

Vou para a cama com os donuts e como quatro deles enquanto releio O parque dos dinossauros. Acabo dormindo em um mar de migalhas.

Na manhã seguinte acordo e dou uma olhada no relógio. São 9h15. Resmungo, estico-me, olho para mesinha de cabeceira onde deixei o comprimido e pego o livro, abrindo-o na página em que parei na noite anterior. Ao meio-dia, olho novamente para o comprimido. Realmente não preciso dele - não vou a lugar nenhum hoje. Mas, então, mais uma vez, por que não? Se ele me ajudou a dominar minha ansiedade na cidade, talvez me ajude a odiar um pouco menos o Natal. Jogo-o na boca e engulo, só então me lembrando a instrução de Sabina para cortá-lo no meio. Vixe!

Deito de barriga para cima e espero a sensação relaxante começar a fazer efeito. Não demora muito. Às 15h, estou morrendo de fome e percebo que ainda não comi hoje. Enjoada de donuts de maçã, desço e reviro a geladeira. Quase sem mantimentos - o mercado só entrega as compras na segunda -, fico em pé junto ao balcão, comendo um pedaço de pão puro, uma massa mole e sem graça na minha boca seca. É quando me lembro do que Ben disse quando me convidou: Josh vai cozinhar! Meu estômago ronca.

Acho o cartão de visita de Josh na minha mesa e ligo pra ele. Ele atende no terceiro toque.

- A oferta ainda está de pé? - percebo, tarde demais, talvez, que foi ousado, quase deselegante, e muito diferente de quem sou, mas realmente não estou nem aí. A frase da música, Don't Worry, Be Happy, fica se repetindo na minha cabeça sem parar.

- Hã, Any?

- Sim. Desculpe. Sou eu.

- Você estava... Hã... Você está bem? Você está falando esquisito.

- Ah. Tomei um remédio. Estou com fome.

- Remédio?

- Que tipo de remédio?

- Ah. Só um Xanax. Para ajudar a relaxar. Acho que está fazendo efeito.

- Tudo bem... - diz ele. Imediatamente o imagino passando a mão na parte de trás da cabeça, bagunçando o cabelo. Ele faz isso quando está pensando. Parece que está pensando. - Bem, nós acabamos de comer, mas tem muita comida. Quer que eu vá buscá-la?

- Não posso ir de bicicleta. Qual é o seu... Qual é o seu... - Começo a rir. - Não consigo me lembrar da palavra que quero. Onde você mora?

- Hã, vou buscá-la.

Trinta minutos mais tarde, estou de roupa trocada e dentes escovados. Percebo que deveria levar alguma coisa para ele e para Ben. É Natal! Enquanto penso se terei tempo de ir de bicicleta ao Walmart , ouço o carro de Josh parando na frente da casa. É quando me lembro dos donuts. Subo correndo a escada, de dois em dois degraus, e pego a caixa ao pé da cama. Restaram apenas oito e, uma vez que parecem meio solitários na caixa, levo um minuto para ajeitá-los um pouco e preencher o espaço vazio.

Depois de colocar as luvas e o casaco (look da Any na capa) , abro a porta no momento em que Josh está batendo.

- Oi - digo, um pouco sem fôlego.

- Oi - diz ele, sorrindo. Gosto do seu sorriso.

Entrego a caixa de donuts para ele.

- Feliz Natal.

- Ah! Obrigado. - Ele pega a caixa.

- Já comi quatro. Ontem à noite. - Não sei por que me sinto coagida a lhe dizer a verdade, mas digo.

Ele ri e sacode a cabeça.

- Tudo bem. Pronta para ir?

___________________________________________
O

i meus amores como seis tão?
Mais um capítulo novinho para vocês, espero que tenham gostado!
Compartilhem a fic 💙

Amo vocês, beijinhos até o próximo 😘🥰

Perto o Bastante para Tocar |Beauany |CONCLUÍDA Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin