Capítulo VI - Novo Ano, nova história

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As taças estavam sendo servidas aos poucos e Rafaella parecia animada com aquilo, era diferente passar uma data tão importante quanto a virada de ano em um local novo e ainda mais com as pessoas que mais amava em todo o mundo. Recebeu uma taça cor de rosa e abriu um sorriso para sua mãe, que lhe deu um beijo na testa e continuou entregando as demais peças, todos deveriam carregar até a praia o item e lá seriam todas enchidas.

Alcançou o seu espumante, um que deveria ser sem álcool para ela, já que era menor de idade e sabia que ninguém deixaria que bebesse nem sequer uma taça para começar o próximo ano simplesmente quebrando regras daquela forma, Genilda teria um ataque e não queria provar a beleza disso tão de perto.

- Hey, gostosa. - Virou-se ao notar a voz conhecida e mal teve tempo de terminar um giro completo para sentir um beijo em sua bochecha antes de dois braços tomarem a sua cintura. - Um último desejo de ano velho? Algo que não fez nele e que queria muito fazer?

A pergunta foi como um gatilho, fez com que milhares de pensamentos escorressem por sua mente da forma mais complicada possível, cada vontade, cada arrependimento, cada desejo de seu âmago que sequer havia sido descoberto... Mas por fora somente um sorriso foi entregue como se não houvessem tantas coisas percorrendo em seus pensamentos.

- Você é sempre meu desejo de ano novo e de ano velho. - Disse de forma charmosa e sua recompensa foi uma risada baixa e rouquinha, tentando manter uma certa descrição. - Sem viadagem agora, como diria meu pai, mas é verdade... Não queria estar com mais ninguém numa virada de ano, nunca estou.

- Que a sua namorada não te pegue falando isso! - Bianca provocou e soltou a amiga, para arrumar um detalhe do vestido fresquinho e branco que ela estava utilizando, depois observando se não havia estragado a maquiagem que ela havia demorado para fazer. - Ligou para a Ana?

- Pensei em ligar depois da virada, sabe? Ser a primeira ligação do ano pra ela. - O rosto de Rafa se encostou de um jeito fofo em seu ombro, além do sorriso nos lábios que deixavam os olhos dela quase fechados. - E a Bianca?

- Na chácara que ela foi com os pais não tem sinal de celular, estamos sem nos falar, mas combinamos de deixar mensagens uma pra outra. - Explicou e deu de ombros, a taça também rosa brincava em seus dedos. Eram as únicas que tinham taças daquelas cores, os demais flutuavam entre azul e verde, além das taças amarelas para as avós das meninas.

- Já fez sua lista mental para pularmos as sete ondas? - Questionou, por fim, alcançando a mão dela para segurar enquanto iam saindo da pousada que as duas famílias estavam hospedadas na ilha do Cardoso, em Cananéia. - Eu não consigo pensar em um dos desejos, estou travada em seis.

- Pensei em alguns sim... Quer me contar os seus?

- Se eu te contar não se realiza, Andrade! - Rebateu veemente, arrancando uma risada anasalada da melhor amiga, que puxou seu braço para que elas os entrelaçassem mesmo com as mãos segurando uma a outra.

- Ah lá a Cinderella, eu ein. Realiza sim, não vai estar contando pra quem vai colocar olho gordo... - Bia começava a sua explicação quando já estavam quase chegando na areia, a família já ia tirando os calçados e arrumando cooler e também fogos de artifício. - Vai contar para quem vai te ajudar a realizar essa bagaça.

- Quem consegue discutir com você? Eu n...

- Ninguém! Vai, me fala.

- Okay, para, chata. - Empurrou ela e tomaram uma breve distância dos familiares, Rafa se aproximou para falar mais próxima do ouvido de Bianca. - Eu vou desejar achar meu caminho esse ano, que as nossas famílias tenham uma condição melhor, também que você consiga algo na parte da dança, que eu consiga fazer o curso de inglês, que nosso grupo se forme junto e você fique na minha vida pra sempre.

Teoria dos Três Amores | RabiaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora