CAPÍTULO 33

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Dois visitantes.

Quatro meses se passaram e posso dizer que Nicolas, Nanda e eu temos um relacionamento, mesmo a distância. Rafael entrou mesmo para a lista de amigos, tanto minha quanto de Ana Luiza. Ajudamos ele a passar da fase do descobrimento, aceitação e quebra de preconceitos. Ele quer beijar alguém, me perguntou, mas eu recusei.

- O que é grindr? – Ele perguntou. Hoje fomos liberados mais cedo por causa que dois professores faltaram e ficamos sem três aulas. Ana Luiza precisou ir para casa.

- É um aplicativo. – respondo. De sexo gay, como eu sei? Uma vez entrei por engano, achei que era igual ao Tinder, mas não é!

- Eu sei. – Ele revira os olhos. Estamos do lado de fora da faculdade, no campo aberto melhor dizendo. – Mas para que serve?

- Arranjar sexo. – respondo rindo. Ele não parece acreditar. – Não é brincadeira.

- Já entrou nesse aplicativo né? – sorrir maliciosamente.

- Por engano, mas sim. – confesso. O olhar dele pede para eu contar. – Eu achei que era igual ao Tinder, mas quando abrir e coloquei todos os meus dados certinhos. – conto e ele fica atento. – Não vi nomes de pessoas, apenas " ativo, 24 " essas coisas assim, achei que fosse a idade do cara, mas recebi uma foto e não era a idade dele. – término de contar e ele parece chocado.

- Iae? – pergunta rindo.

- Aí o cara me explicou a finalidade do aplicativo. – respondo rindo. – E eu apaguei a conta e deu.

- Eu instalei esse aplicativo. – Ele fala. Olho para ele e ele cora. – Eu preciso beijar uma boca masculina, já que você não quer se dispor.

- Dois já está bom demais. – digo.

- Me ajuda a criar uma conta? – Ele pergunta acanhado. Assinto. Ele saca o celular do bolso. Começamos a criar um pseudônimo para ele. Ele escolhe Ativo sapeca. Gargalho e ele fica mais vermelho ainda e me dá um soquinho no braço.

- Por quê dezenove, se você tem dezoito anos? – pergunto confuso. " ativo sapeca, 19 " . Ele cora.

- Quem disse que é a idade? – Ele sorrir. Dessa vez sou eu quem coro.

- Ok, eu não precisava saber disso. – respondo sem graça.

- É rosinha também. – Ele continua falando. Sinto meu rosto queimar mais ainda. – É legal te ver assim, corado. – Ele faz biquinho.

- Idiota! - digo e ele gargalha. – Pronto, agora é só conversar e toma cuidado com esses caras desse aplicativo. – Aviso.

- Ok, senhor Felipe. – Ele bate continência.

Ficamos conversando e respondendo às perguntas dos caras. Foi divertido, menos nas partes que ele recebia nudes, nessas fotos eu não olhava. Ele conseguiu marcar com um cara para mais tarde.

- Como é transar com outro cara? – Ele pergunta.

- Não sei, ué? – respondo e ele me olha confuso.

- Você nunca…

- Com homem não, só com mulher. – Respondo antes da pergunta dele sair. – Mas acho que é a mesma coisa, só que a entrada é diferente e apertada. – digo e ele sorrir empolgado.

- Estou nervoso, mas empolgado. – confessa sorrindo. – Deveria me ensinar Felipe.

- Eu? Não tá doido. – gargalhamos. – Existe pornô sabe, mas não recomendo. – brinco.

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