You

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"This is the part of me
That you're never gonna ever take away from me, no!"
Part of me -
Katy Perry.

– Piper, não! – Will gritou.

Tarde demais.

Piper McLean meteu um soco na cara de Luke Castellan, o derrubando no chão.

Algumas horas atrás...

Percy Jackson tinha tido um dia difícil.

Depois da vídeo chamada entre ele e os sequestradores, Rachel e ele correram até os Chase para contar tudo. Os policiais levaram o celular do moreno em busca da localização da chamada, mas não conseguiram rastrear.

Jackson ligou para o pai também. Ele se recusava a fazer o que os sequestradores queriam - famoso espírito rebelde -, porém, se o pai estava no meio, o mais velho tinha o direito de saber. Poseidon não se abalou, embora o filho tenha notado um pouco de surpresa e medo nos olhos dele quando contou. Jackson quis saber mais, entender o que significava aquilo, achar um jeito de salvar Annabeth, mas o pai alegou não reconhecer o homem.

– Desculpa, Percy – disse. – Não faço ideia de quem é.

Mas Atena sabia.

Jackson contou cada detalhe para ela, e, no final, ela se sentou preocupada no sofá. Disse que sabia quem tinha feito isso. O moreno queria saber tudo, mas ela também não forneceu essa informação.

– Me desculpe, não posso te dizer.

De tarde, Sally Jackson decidiu o levar no psicólogo novamente, com medo de o filho ficar mal com toda a situação. Ele já era grandinho o suficiente para mandar em si próprio e dizer se queria ir ou não, mas com o olhar de preocupação da mãe, não conseguiu negar. Conversou com o psicólogo, escutou-o e foi embora nem um pouco mais leve.

Jackson mal tocou no strogonoff da mãe e quase não falou com ela. Ele se perguntava se estava calmo demais. Mas o que faria se não estivesse? Choraria todos os dias? Tentaria achar Annabeth por conta própria? Não tinha o que ele pudesse fazer, a não ser esperar pelo resultado e rezar para que ela ficasse bem. Já à noite, se revirava na cama esperando o sono vir enquanto repassava mentalmente tudo que tinha acontecido no dia, desde Reyna até a ligação. Quando finalmente fechou os olhos, dormiu como uma vítima da Medusa: ou seja, igual uma pedra, mas isso não o livrou de ter sonhos.

Jackson estava em uma sala de uns 15x20 metros. Ela era toda branca, revestida de mármore branco e com um discreto sistema de tubulação refrigerando ela, o que a deixava com uma temperatura de congelar até a alma. O cheiro de papel-moeda pairava no ar. Acabou batendo a testa na parede de vidro quando se virou. Ele não sabia se em sonho deveria sentir dor, mas sentiu quando bateu.

Somente aí foi que ele percebeu que sala era aquela. Annabeth estava do outro lado da parede de vidro em um canto se movimentando. Jackson tinha a visão desfocada, ela parecia estar... correndo em círculos? Não, não era isso. Depois que continuou alguns segundos observando-a, percebeu que ela não estava correndo – o que seria sem sentido, para quê ela ficaria correndo em círculos? Só para correr? Não –, Annabeth Chase estava decapitando cabeças.

Certo, não eram exatamente cabeças humanas, eram bonecos de pano preenchidos com palha seca. Isso explicava porque ela tinha bolas de pano rasgadas ao seus pés mais cedo. A parte mais assustadora era que ela estava com uma faca na mão. Annabeth estava com raiva, muita raiva, e descontava tudo nos bonecos. O garoto gritou, chamou por ela, mas a loira não parecia ouvi-lo. Talvez sua voz não estivesse saindo, ele não sabia direito.

Os dois escutaram uma porta sendo aberta atrás do moreno. Annabeth continuou a golpear as vítimas, e Jackson perdeu o fôlego quando viu quem entrara. Luke estava com enormes olheiras embaixo dos olhos e vestia uma roupa toda preta. Portava uma arma prateada ao lado do quadril e olhava tristemente para a loira.

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