Quando Tudo Desaba (COMPLETO)

capítulo 21

  - como estão os meus pombinhos preferidos??- Jessie diz, enquanto desfila com aquela bunda grande na nossa direção. Ele está vestindo uma saia curta e um blusa que mostra toda a sua barriga, deixando-a com a aparência de uma adolescente.

   - olá mana.- Philip diz, me empurrando para em direção do sofá, antes de me transferir para ele com cuidado, como se eu podesse quebrar à qualquer momento. Jessie por outro lado, não tem o mesmo cuidado e praticamente se atira em cima de mim, pousando ao meu lado no sofáde uma forma desengonçada, mas bem ágil.

   - Jess!! Cuidado! Se não vai machucar o meu Alex!- Philip exclama, mesmo que eu e Jessie estejamos rindo sem parar. Acho que agora temos alguém super protetor em comum.

   - eu tô preparando comida, aposto que estão com fome.- ela diz, apertando minha bochecha levemente em um gesto carinhoso. Acho que o trânsito de volta para a casa de Philip tomou quase uma hora do nosso dia.

   - sim, eu tô com fome.- digo, enquanto tento puxar Philip pela mão e fazer ele sentar ao meu lado no sofá.  Ele senta cuidadosamente e se aconchega no meu corpo, prendendo-me entre ele e Jessie.

   - vo-vocês vão me esmagar!!- digo, tentando empurrar ele um pouco para trás sem sucesso, já que é quase o mesmo que empurrar um muro. Então vou para a segunda opção: empurrar Jessie, mas não obtenho sucesso também, já que agora estou empurrando um muro invisível que não se move nem um milímetro.

   - deixa só eu voltar à andar! Aí você vão quer o que o que é bom para tosse!!- digo raivoso, beliscando com força o pescoço de Philip, fazendo ele dá um pulo para trás. Dou-lhe um sorriso vitorioso e sarcástico, antes de virar para Jessie e levantar uma das sobrancelhas, fazendo ela se afastar um pouco de mim sem que eu precise dizer mais nada.

   - assim está melhor.- murmuro, relaxando no sofá e fechando os olhos por alguns instantes, desejando meu óculos aqui e agora. Quando os abro, vejo Jessie lançando um olhar para Philip como se dissesse "é irmão, teremos muito trabalho pela frente", o pensamento me faz ri, antes de me inclinar para o lado e descansar a cabeça no colo de Philip.

   - o que você está fazendo para o almoço Jessie??- pegunto para ela, sentindo o meu estômago se contorcer levemente.

   - frango, macarrão, arroz e batatas grelhadas.- ela diz, antes de gritar um "ah! Já deve está pronto!" e correr para a cozinha em passos rápidos.

   - vamos comer??- Philip diz, me ajudando à ficar sentando e me pegando bo colo logo em seguida para colocar-me na cadeira de rodas. Ele deposita um beijo rápido na minha bochecha e começa à me empurrar para a cozinha, enquanto escuto minha barrica roncar baixinho por causa da fome e o meu coração palpitar levemente por causa dos sentimentos que tenho por Philip.

(****)

    Philip se encarregou de procurar um cirurgião "responsável e respeitado" por toda a cidade. Ele disse que se vou realmente fazer isso, não posso simplesmente escolher o primeiro médico que aparecesse na minha frente dizendo que conseguiria realizar a cirurgia.

   Com sorte ele conseguiu marcar essa bentida cirurgia para dali três  semanas, e eu espero que realmente valha à pena já que o preço realmente foi pertubador!! Sério, dava de eu comprar uns dois carros!!

   Os dias com meu namorado passam voando, um sempre diferente do outro. Nós fomos à um restaurante de comida chinesa, cinema, livrarias... Ou as vezes nós ficamos apenas em casa curtindo um ao outro.  As estranhas visitas de Diego e Tommy  foram diminuindo com um tempo o que realmente não fez falta.

   Hoje, com apenas alguns dias faltando para a última chance que tenho de voltar à andar, preciso fazer uns últimos exames para ter certeza que tudo está bem (na medida do possível). Philip estaciona o carro carro na garegem do hospital e sai logo em seguida para pegar a cadeira de rodas, algo que eu não espero ter que usar daqui uns dias...

   - vamos.- ele diz, me empurrando pela pequena rampa para a entrada do hospital. Na recepção, meu namorado fala brevemente com a mulher sentada atrás do balcão, que no diz para subir até o terceiro andar, onde o médico já está nos esperando. Ele continua me empurrando até o elevador, mesmo que eu já consiga fazer isso sem nenhuma dificuldade.

   - não sei pra que tanto exame.- digo para Philip enquanto ele aperta os botões do elevador- dissitometria óssea? O que é isso? Ressonância, cateterismo cardíaco...

   - dissitometria óssea é para saber a densidade e espessura dos ossos, ressonância detecta praticamente tudo e cateterismo cardíaco é um exame detalhado no coração.- ele me corta, fazendo eu fechar a boca instantaneamente. Nossa, o meu médico particular sabe das coisas... O que realmente me deixa com a cara de burro.
  
   Já no terceiro andar, nos entramos num corredor totalmente branco com o do térreo. Há um homem de uns cinquenta anos (tô tentando ser gentil para não dizer "velho) vestindo um jaleco branco, enquanto segura a porta aberta.

   - olá.- eu e Philip dizemos ao mesmo tempo, o homem assente levemente antes de indicar com a mão para entrarmos na sala. Meu namorado me empurra para dentro enquanto meus olhos passeiam pela sala branca, com uma maquinha estranha no canto.

   - vamos tirar a sua roupa agora, okay??- Philip diz gentilmente, o que me faz lutar para revirar os olhos. Gostaria que ele fizesse isso sozinho, já que ele é médico, mas para fazer isso ele teria que estar trabalhando no hospital e não simplesmente usando as máquinas emprestadas e depois saindo, e se ele ficasse para terminar o turno, quem ficaria comigo??

   Philip tinha minha roupas, enquanto o médico vai pegar um daqueles roupas estranhas de hospital, que quando é colocada em mim noto que é extremamente pesada, como se fosse feita de ferro.

   - é fibra de chumbo Alex, proteje você da radiação emitida na ressonância.- Philip explica, como se tivesse lendo minha mente. Faço que sim levemente com a cabeça enquanto ele me pega no colo e me coloca na maquina estranha, deitado em uma espécie de cama estreita, com a cabeça quase enfiada dentro de um grande negócio circular de metal.

   - eu não posso ficar aqui com você por causa da radiação, okay??- ele diz, tirando um pouco do meu cabelo da testa.

   - tudo bem.- respondo calmamente.

   - você tem que ficar imóvel.- explica, então assinto com a cabeça e observo ele sair da sala e fechar a porta atrás de si.  Fecho meus olhos levemente enquanto sinto a máquina se mover por conta própria e me levar para dentro do tunel de metal. Um pequeno zumbido robotizado se espalha pelo ar...

   Por favor, que esteja tudo bem, por favor, por favor, por favor, por favooooor...

  

😇😇😇😇
Ainda bem que vocês não podem me pegar se eu acidentalmente pôr um câncer em alguém...
Tô brincando pessoal kkkk (será😇😈?)