Manual De Cultivo Do Demônio Raposa

cap 96

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Nesses quatro anos, Song Ci havia caminhado por muitos lugares e sofrido muitas dores. Ele já foi o jovem mestre do Clã Liang, mas mais tarde acabou vivendo e dormindo na rua. Ele experimentou todos os sofrimentos do mundo secular, mesmo sendo caçado por vários demônios. 

Ele guardou rancor mais de uma vez contra a fruta demoníaca que o transformou do jeito que ele era agora, até mesmo culpando o Rei Demônio por extensão. Mas naquele segmento de memória que ele escolheu esquecer, havia uma verdade tardia - tudo isso era sua própria escolha.

Independentemente de se ele se tornou um demônio que teve que suportar ser perseguido e caçado por toda parte, ou que a última metade de sua vida viria a ser entrelaçada com aquele homem sorridente em sua mente, essas foram todas as escolhas que ele fez. Não era apenas pelo desamparo de enfrentar a morte, mas também por seu forte desejo de se libertar deste lar. 

Ele já estava cansado de tudo em sua vida anterior. Ele queria desesperadamente uma nova identidade e uma nova vida para aplainar o abismo que nunca seria preenchido em seu coração.

Foi uma decisão que ele tomou quando nunca esteve tão sóbrio. Mas de alguma forma, seja por causa do fruto demoníaco ou por alguma outra razão, ele mais tarde veio a esquecer essa parte da memória.

Enquanto segurava a infeliz Madame Liang nos braços e desatava a chorar, ele se perguntou se estava se libertando de seu passado ou se havia tomado uma decisão quanto ao futuro.

Sempre foi o caso, desde tempos imemoriais, que as lágrimas de reuniões eram difíceis de parar. Essa cena comoveu mais ou menos as pessoas ao seu redor. Madame Liang chorou até quase dar o último suspiro. Ela puxou Song Ci e se dirigiu para o pátio da frente. "Rápido! Vá ver seu pai. Se ele souber que você voltou, ficará muito feliz! ”

Song Ci deixou que ela o puxasse enquanto passavam por caminhos familiares para chegar até a cama de Liang Bing. 

Liang Bing estava incuravelmente doente há muito tempo. Ele estava apenas se aguentando com a ajuda de remédios e por causa de sua saudade de Song Ci. O barulho que Madame Liang criou quando entrou pela porta foi alto, mas Liang Bing só teve forças para abrir os olhos.

Liang Bing tinha envelhecido ainda mais do que Madame Liang. Em apenas quatro anos, seu cabelo tinha ficado grisalho e seu rosto estava enrugado. Ele mal parecia vivo. Ele abriu os olhos para dar uma olhada rápida nos recém-chegados, depois fechou-os novamente como se não pudesse mantê-los abertos. 

Ao ver seu pai neste estado, Song Ci ajoelhou-se cuidadosamente ao lado da cama. Com medo de que sua voz o assustasse, ele disse em um tom abafado: "Pai, estou de volta." 

A palavra “pai” parecia penetrar através das camadas de névoa na mente de Liang Bing, despertando a consciência que havia sido selada na camada inferior. Ele abriu os olhos novamente, desta vez com mais urgência. Olhos que mal podiam ver moveram-se para frente e para trás no rosto de Song Ci. Quanto mais ele olhava, mais ele tinha certeza de que o homem diante dele tinha carvacterísticas faciais familiares. 

Ele soltou um gemido com a voz rouca de um homem moribundo enquanto lentamente juntava uma palavra: "Meu filho ..."

Ele estendeu a mão em uma tentativa de tocar o rosto de Song Ci.