Capítulo 5

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Gente kkkkkk O nome do cavalo realmente é Tremor, eu que fico muito louca com esse monte de nome pra decorar. DESCULPA <3

Boa leitura <3

*****

LUISE THOPERTON

-Devo preocupar-me com sua expressão, senhorita Luise? - Senhora Watson pergunta assim que desço as escadas.

-Não, estou apenas impressionada por dormir até tão tarde. Isso nunca aconteceu antes.

-Imagino que não tenha dormido muito nos útilmos dias?

-De fato não, precisava estar atenta. Edmund é muito precioso para mim.

-E o confiaste em Harry? - Balança a cabeça e estala a língua. Minha coluna se endireita completamente e congelo no lugar.

-Pode acontecer algo?

-Oh! Não, não tive a intenção de assustá-la dessa forma. Edmund não poderia estar mais seguro, o máximo que poderia ocorrer é retornar coberto de lama.

-Creio que isso me acalme mais. - Sorrio relaxada - Obrigada por avisar, senhora Watson.

-É Margot. - Me acompanha até a sala de café da manhã - Logo trarei chá e bolinhos para a senhora. Gostaria de algo em especial?

-Não, Margot. Obrigada.

Não tardou mais que poucos minutos até que Margot retornasse com uma exército de comida. Ela não contentou-se apenas com chá e bolinhos, havia pães, uma enorme variedade de queijos, geléias, torradas e tudo que se pode imaginar. Os demais criados se retiraram e Margot continuou ali parada.

-Gostaria de juntar a mim?

-Não, obrigada. - Sorri docemente - Posso perguntar-lhe algo, senhorita?

-Claro! - Passo um pouco de geleia no pão.

-Milady não conhece muito sobre os D'Evill, não é?

-Sinceramente? - Dou uma mordida generosa, não corresponde aos modos de etiqueta, mas estou faminta - Tudo o que sei sobre a família são os boatos que circulam por aí. Não saí muito de nossa propriedade nos últimos anos. Serei eternamente grata à eles, por estarem nos obrigando. A duquesa não me conhecia e ainda assim não hesitou em ajudar, o conde também.

-Sei que não é normal os criados opinarem abertamente, mas os D'Evill são diferentes então sinto-me segura para lhe dizer que não poderias encontrar um lugar melhor. Conheço Harry desde seu nascimento, eu mesma fui dama de companhia de sua mãe quando era solteira, conheço a índole da família melhor que ninguém.

-Não imaginava que estava com eles a tanto tempo.

-Vi cada um deles crescer e tornar-se o que são hoje. Edmund está seguro aqui, assim como milady. Estou certa que Harry jamais permitiria que algo lhes passasse.

-O conde não é casado ou mesmo viúvo? - Dou mais uma mordida - Entendo que seja uma pergunta pessoal. Todavia notei a falta de uma senhora da casa.

-Harry não se casou e sinceramente duvido que se esforce para casar algum dia. A história dele foi um tanto conturbada alguns anos atrás e desde que herdou o título dedica-se a nós, a propriedade com todo seu vigor.

-É de se espantar que ainda não seja casado.

-Meu menino é muito bonito, sempre gostou de conservar o cabelo um tanto grande e pode ter adquirido alguns maus modos desde que passou a viver praticamente recluso aqui, contudo lhe garanto que é seguro.

-Ver a maneira que o defende eliminou qualquer receio que pudesse ter. Obrigada, Margot.

-Sou eu quem agradeço, milady. Harry não deve demorar a retornar já que está acompanhado por lorde Greenten.

-O conde costuma fazer suas refeições aqui? Digo, em casa? Pareceu-me que passa grande tempo ao sol.

-Realmente passa e raramente come aqui durante o dia, normalmente pede algo no quarto durante a noite ou rouba algo da cozinha pela manhã. Ele não é tão selvagem quanto parece, a julgar que há uma dama hospedada em sua casa deve portar-se como o cavaleiro que fora criado para ser.

-Isso é um tanto inusitado.

-Ele não seria um D'Evill se não fosse. - Solta uma pequena risada, como se apenas ela soubesse de uma piada e não compartilhará tão logo - Aprenderá que eles podem ser uma família bem atípica.

-Creio que comecei a perceber isso. - Sorrio.

-Voltarei aos meus afazeres, mandarei recolherem tudo quando terminar vosso desjejum. Explore a casa, se por bem lhe parecer. - Com uma elegante mesura Margot se retira da sala, deixando-me sozinha com meus pensamentos.

John nunca teria imagino tudo isso acontecendo. Meu irmão foi um bom homem, de certo mais bondoso que os demais de nossa sociedade. Não acusou-me ou condenou-me em meus erros e ainda confiou a mim a segurança de seu único filho.

Fazendo como fora sugerido, terminei minha refeição e saí para uma pequena exploração. Wend Hall é uma casa de campo enorme, com mais quartos do que se pode contar, um enorme salão de festas, biblioteca, sala de música e salão de jogos. Não ousei aproximar-me do escritório novamente, não é um espaço para mim. Tentei abrir uma porta do lado oposto da casa, em uma ala longe dos demais cômodos sociais ou dormitórios, mas esta estava trancada.

Continuei meu percurso até encontrar a galeria da casa, os quadros históricos com os antigos condes e seus antecessores. Todos Levintom. Curioso. Se o conde é um D'Evill e disse que o título lhe fora herdado, então ele possui parentesco com o último conde. Aproximo-me do quadro, com o dizer "sexto conde de Wendwood" e não noto a mínima semelhança. Pode-se constatar que são opostos.

Observo o quadro do atual conde: Harry D'Evill, sétimo conde de Wendwood. Na pintura ele está com os cabelos diferentes, bem aparados nas laterais com o topo grande e penteado para trás. Sua expressão é séria, o que acaba por destacar seus belos traços. A barba feita destaca o queixo forte, a boca parecendo de um deus pagão pecaminoso. Os olhos verdes parecem brilhar na tela e apesar de ter posado com uma roupa de gala, o elegante corte ressalta seu porte atlético. O homem é bonito demais para o próprio bem.

Eu não deveria alimentar uma tola paixão platônica tendo um sobrinho para criar. Ora, eu não o conheço por mais que algumas horas! Experiências passadas não foram o suficiente para seu aprendizado, Luise? Recomponha-se e trate de colocar sua cabeça no lugar.

O problema é que este quadro torna tudo impossível. Nunca vi um homem tão belo em toda a minha vida. O conde seria mesmo humano? Talvez o porte atlético seja algum tipo de enchimento. Não, não pode ser, eu o vi ontem com a blusa de mangas dobradas e botões abertos. Ele tem todos aqueles músculos mesmo.

Oh, Luise, você não aprende nunca. Encherá teu coração com esperanças tolas sem motivo algum e acabará magoada novamente. Agora há Edmund, não trata-se  apenas de ti, pare com todo esse egoísmo.

Conde Tentador - Os D'Evill 04Where stories live. Discover now