Epílogo

443 56 25
                                    

Era difícil dizer há quanto tempo Tobirama esperava por um momento em que pudesse estar sozinho, em seu quarto, e livre de qualquer problema. As últimas semanas foram cansativas, cheias de reuniões, trabalho de campo e perturbações pessoais, mas também preenchidas com bons momentos, dos quais levaram um bobo sorriso aos lábios do Senju enquanto fechava os olhos e aproveitava o seu dia de folga em completo silêncio.

Meses atrás, ele e Izuna finalmente haviam aceito o acordo entre os irmãos, mas seus sorrisos que envolviam as lembranças com o Uchiha eram por outros motivos.

As roupas foram retiradas devagar, apreciando o raro momento em que não havia pressa para aquilo, mas o caminho até a banheira no centro do quarto fora feito com certa urgência. O inverno estava quase no fim, mas insistia em continuar firme do lado de fora e entrando pelas paredes de madeiras.

Tobirama soltou um suspiro satisfeito quando seu corpo mergulhou na água quente. A cabeça foi encostada na borda da banheira de madeira, e ele novamente fechou os olhos, planejando permanecer quieto e rodeado pela aconchegante água por quantas horas achasse necessário. Mas apenas minutos passaram até que seu corpo se agitasse, e o sorriso retornou com as batidas ansiosas de seu coração. Ele sempre se sentia agitado ao se lembrar de Izuna e o quanto aqueles últimos meses haviam sido inesperadamente satisfatórios, mas os pensamentos nunca o deixavam daquela forma tão intensa, que só o abraçava quando o outro estava ao seu lado.

A presença sentida ao longe fora reconhecida rapidamente e o Senju esperou pacientemente onde estava, mesmo querendo se levantar para adiantar o encontro. O deslizar da porta do quarto fora escutado. Seus olhos abriram após algum tempo, e o sorriso retornou ainda mais satisfeito ao vê-lo se aproximar, para então sentar com cuidado sobre a borda da banheira. As mãos foram libertas das grossas luvas e os longos dedos tocaram-lhe o pescoço, desceram até o peitoral debaixo da água e sua pele estremeceu levemente pela carícia. Os lábios de Tobirama se puxaram um pouco mais e sua atenção fora até os olhos negros, dos quais não fazia ideia que teria o prazer ver naquele dia.

— Estava à procura de um banho quente, é por isso que chegou até aqui?

A pergunta foi feita com bom humor, e causou exatamente o que esperava de Izuna.

— Que bom que achei, não? — Ele soltou uma baixa risada antes de subir sua carícia até o rosto do Senju, tocando os lábios finos com o polegar.

O dedo de Izuna foi beijado com carinho, assim como os outros e a palma da mão. O convite para se juntar ao banho foi feito em tom baixo e rouco, e Izuna não hesitou em se afastar para retirar as roupas. Tobirama desencostou a cabeça da banheira, para apoiar o queixo sobre a madeira enquanto observava os longos cabelos serem presos em um charmoso coque, e a pele do Uchiha aos poucos se tornar completamente visível. Seu corpo reagiu de imediato, e os lábios foram umedecidos com a ponta da língua, que já se sentia inquieta para tocar o corpo à frente.

Izuna riu sem jeito, por conta do olhar sobre si, mas não recuou ou se cobriu. A última peça de roupa foi jogada sobre o rosto do Senju, que perdeu a visão do pequeno desfile que fora feito até que Izuna entrasse na banheira. Ele riu em tom baixo ao se livrar do tecido e não houve tempo para lamentar o que havia perdido. A visão e o toque das peles o esquentou muito mais do que a água, e o estremecer o chacoalhou com intensidade quando Izuna sentou-se sobre seu colo.

— Pensei que era apenas um banho — o Uchiha fez uma expressão de falsa inocência e surpresa por um breve momento, causando outra risada do Senju, que sentia nenhuma ausência de malícia na maneira com que as mãos passeavam sobre seu peitoral, e principalmente o quadril que se movia sobre ele vagarosamente.

Os lábios se encontraram no mesmo momento em que a cintura de Izuna fora segurada com firmeza, e a pele branca recebeu uma carícia tão saudosa quanto desejosa, assim como o beijo trocado.

Do Outro LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora