Desde que deixou a S.W.A.T, Kyler se sente perdido, ainda que tenha se tornado algo que sempre desejou: mecânico. Sua paixão por motos e carros só vem depois de duas coisas: sua família, sua base, o motor que faz tudo estar no lugar; e a mulher que...
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JULIET PALMER
Porra, Jules, você se mete em cada confusão!
Já fazia mais de uma semana que Kyler deixou a cidade, ninguém da família dele teve quaisquer notícias suas. Eu havia finalmente me rendido e ligado pra ele, mas, tampouco fui atendida.
Eu estava preocupada com ele, por outro lado, eu tinha um problema bem aqui. Olhei para a garota a minha frente, ela parecia bem. Seus olhos ainda tinham bolsas escuras sob eles, mas, seu corpo já não estava tão magro e debilitado.
― É sério, Lorelly, você precisa voltar para a sua vida.
― Jules, por favor... ― Ela suplica, pela enésima vez. ― Minha vida é uma droga, se eu voltar pra ela, vou estragar tudo de novo.
Também fazia mais de uma semana que eu havia encontrado Lorelly Sinclair ferida no meu estacionamento. Não sabia onde exatamente estava minha cabeça que não a deixei no frio inverno de De Smet para sobreviver sozinha.
Eu a tinha levado para o meu estoque e cuidado dela naquela noite, achando que eu pudesse lhe dar, naquele momento, o que ela precisava, acontece que eu não podia. E foi isso que havia levado o doutor Tristan Gallagher ao meu bar na manhã daquele dia.
Com altas doses de neutralizantes, os efeitos das diversas substâncias em seu corpo haviam passado. Agora, ela estava realmente limpa. E eu ainda estava com muita raiva dela, seja lá pelo que for, mesmo que ela tenha me feito gostar dela nos últimos dias a ponto de ceder-lhe o cômodo acima do meu bar para passar uns dias.
― A gente não transou aquele dia.
― Do que você está falando, menina? ― Eu fingi não entender, mas, ela não deixou barato, veio até mim, roubou a xícara das minhas mãos e continuou enquanto despejava café nela.
― Kyler e eu não transamos, não por falta de tentativas da minha parte. Ele me deixou beijá-lo, mas, nunca retribuiu, ele me quis, mas, não me aceitou. Acho que ele disse que, não sei...
Eu não queria ter aquela conversa.
― "Meu pau não governa minhas ações." ― Ela o imitou de um jeito que me fez rir. ― E depois a gente bebeu, e ele não parava de falar de como você é maravilhosa e de como o filho da puta do Dale é sortudo.
― Se está dizendo essas coisas pra me fazer deixar você ficar...
― Não! Você pode me chutar se quiser, mas, por favor, pensa nisso. ― Eu rolei os olhos e me sentei à mesa pequena. Eu não me importava realmente que ela ficasse lá.
― Cala a boca e toma logo esse café ― digo, tentando soar ameaçadora. Eu só consigo um sorriso porque é isso que a vida é. Um amontoado de surpresas, mesmo que eu vá me foder por causa disso. ― Tem que deixar tudo bem limpo todos os dias, não quero ninguém além de você aqui e só pode ficar se permanecer limpa.
