Sim ou Não

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Oi doçuras, eu não sei se notaram, mas cada cap aqui leva o nome de um filme, colocarei os posteres dos filmes citados logo acima . Só isso. Beijocas e boa leitura.

– Animado para vender? – Olho para trás, para Damien, que sorri com uma sobrancelha arqueada. Paro por um momento, levemente surpreso. Toda uma preparação mental para lidar com a imagem do casal feliz sendo jogada no lixo.

Ele estava sozinho.

Aperto o megafone com os dedos, um pouco incomodado. Um pouco ansioso. Meu coração lembra como ficou dolorido pela manhã, eu não queria uma segunda dose pela tarde. Pensei então se não poderia sair e ajudar Lucas na barraca de fotografia.

— Boa tarde, Caio — Damien cumprimentou, como se para ter certeza que eu o ouvi de primeira. Tento sorrir um pouco.
Não seria mal educado.

— Boa. Escuta, já que está aqui, acho que ajudarei em outro lugar. O conceito da barraca funciona com a sua imagem – digo, apontando para a placa ainda no chão.

"Beijinho"

Damien riu, colocando uma mecha do cabelo castanho atrás da orelha e logo balançou a cabeça, alcançando o megafone em minhas mãos.

— Não seja bobo, Caio.

— Caio está sendo bobo? – Pedro responde por mim, meu amigo se aproxima de com alguns papéis e isso me traz esperança.

O conceito combina mais com você?

Onde eu estava com a cabeça para falar essa merda?

— Ele quer sair da barraca – Damien reclama como se fosse um absurdo.

— E ele não pode por quê...?

— Porque eu quero trabalhar com ele.

— Não seja infantil, Damien. Chame sua namorada, não ficou combinado que ela ajudaria?

— Bom, isso seria impossível – ele revira os olhos, mas se cala quando olha pra mim. Talvez meu rosto dissesse demais, não sei ao certo.

— Eu realmente odeio quando vocês dois começam a falar como se eu não estivesse aqui – decido me pronunciar.

— Se você não quer mesmo ficar está tudo bem – Damien finalmente falou, dando de ombros.

— Ótimo – respondo, ampliando o sorriso. Eu não faria parte daquele show de horrores.

Eu realmente não queria ser um masoquista. Eu realmente não queria passar a tarde toda naquele pequeno espaço com ele.

— Eu tenho uma ideia, fique responsável pelo sorteio.– Pedro olha para mim, me estendendo os papéis em sua mão.

— Eu fico com o megafone então.

Desvio os olhos e sorrio para Pedro.

— Vamos reunir esses sacanas – digo, um pouquinho mais empolgado do que deveria com a ideia de realizar o evento.

— Qual o filme? – Damien pergunta.

— Sessão privada de Cinquenta Tons de Cinza. – Os olhos dele brilham por um momento

— Vamos nos inscrever.

— Eu disse que faria sucesso — Pedro diz, colocando o braço ao redor da minha cintura num gesto fraterno — Por que nós não nos escrevemos, Caio?

— Não sei se sou capaz de ver um quarto vermelho ao seu lado, eu posso ter ideias – retruco com um suspiro.

Pedro arregala os olhos por um momento antes de nós dois começarmos a rir.

— Podem parar? – Damien responde, um pouquinho mais rude do que deveria. Dou de ombros e encosto a cabeça em Pedro, que parece aproveitar o que restou do bom humor.

— Organizarei nossa sala, então. Vou fazer do meu jeito – anuncio, me afastando e evitando olhar para o lado.

— Confio em você.

— Deixo a barraca em suas mãos. Vou saindo, pegarei Lucas emprestado. Pedro – digo já caminhando para longe e acenando uma despedida.

— Fique à vontade.

— Ficarei.

Me afasto, deixando o ar preso em meus pulmões sair enquanto ouço Pedro falar sobre preços com Damien.

Eu me sentiria preso se ficasse ali.

Caminho firme em direção a barraca onde Lucas parecia atento a posicionar as opções de vestimentas para todos em uma cabide, tudo alinhado.

— Cinema, eu e você – solto. Parando bem ao seu lado.

— Você é uma gracinha, Caio. Mas estou interessado na irmã do seu chefe, desculpe. – Ele dá um meio sorriso sacana e um passo para trás, em direção a tenda branca com outros matérias.

— Deixa de ser ridículo. Vamos organizar o cinema para o sorteio – retruco o seguindo de perto.

Oblíquo Where stories live. Discover now