A Casa Wu

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A celebração do Ano Novo era uma comemoração importante para todos. As festividades duravam em um período de quinze dias e a festança não só era feita no conforto de suas casas como também por todas as ruas do reino. Para a família Wu não seria diferente, apesar de que os dragões preferiam festejar em particular, contando somente com a presença dos membros da família.

Era costume que o evento ocorresse na propriedade do líder, sendo administrado pela matriarca. Os preparativos foram organizados por Xiuqin juntamente com sua filha, Angela, a qual se encarregou de enfeitar o local com adornos vermelhos e dourados. A futura matriarca possuía um excelente senso para decorações.

Com o tamanho da Casa Wu, a tarefa de enfeitar o local era árdua, por isso a alfa contava com a ajuda dos empregados e de seus dois primos mais novos, Luhan e JinMai. Ambos eram irmãos e foram criados por Xiuqin quando sua irmã, mãe do beta e da ômega, faleceu. Não eram os únicos, porém. Poderia quase ser considerado uma tradição em algumas famílias que mandassem suas crianças para passarem uma temporada sob supervisão da matriarca e seus ajudantes, para aprenderem as tradições e negócios da família e desenvolverem o respeito pela hierarquia.

Luhan cresceu sem muitos amigos. Apesar de seus primos e parentes o tratarem muito bem, o beta e sua irmã ainda eram os mais novos da Casa Wu e a diferença de idade entre os primos era grande. Além disso, também não teve muito contato com pessoas de outras famílias durante sua infância. Tais fatores contribuíram para que o beta se tornasse mais recluso quanto às pessoas ao seu redor.

Era de conhecimento geral que teria que passar uma temporada no Templo assim que atingisse a maioridade e foi inevitável que esta situação o amedrontasse. Não queria deixar sua irmã — a qual também considerava como uma grande amiga — e temia não saber como se portar em meio à outras pessoas. Contudo, seu receio foi em vão ao conhecer Qian e Zitao.

A dupla de amigos o completava perfeitamente. Qian era comunicativa e alegre, não havia uma só situação que a ômega não saberia resolver. Já Zitao era mais controlado, calmo e ingênuo em alguns momentos. As características de ambos se mesclavam com as suas, por ser uma pessoa calada e observadora na maior parte do tempo, e este fato lhe deixava muito feliz.

Com o tempo, seu antigo medo foi substituído por outro: o de perder os amigos que conquistou. Mesmo com ambos os ômegas o assegurando que pretendiam continuar a amizade após o fim do aprendizado no Templo, ainda possuía certo receio em acabarem se distanciando. Por isso, o beta fazia questão de programar algumas tarefas de vez em quando para que o trio pudesse se divertir em seus horários de folga. No entanto, com a aproximação do Festival, não conseguiram passar tanto tempo juntos, já que cada um possuía seus próprios planos.

Entretanto, Luhan foi pego de surpresa quando, ao ir juntamente com sua prima buscar os enfeites que faltavam para a decoração e realizarem o pagamento pelos ingredientes que seriam utilizados no jantar da celebração, encontrou Zitao. Fora impossível não escutar uma parte da conversa do ômega com o velho alfa, e o beta fez o melhor que podia para não rir da pequena chantagem emocional que o ômega fazia.

— Por favor, senhor Chang! — Tao pediu, os lábios finos formavam um pequeno biquinho, chateado.

— Querido, eu adoraria ajudar, mas ficará muito em cima da hora e eu estarei ocupado com outras encomendas. — o alfa tentou se desvencilhar.

— Não me importo em esperar um pouco mais... — tentou novamente.

— Sinto muito, Zitao. — o homem proferiu.

O Huang suspirou.

— Eu entendo, senhor Chang... — abaixou a cabeça. — Bem, acho que minha avó não terá problemas em compreender também. — começou. Luhan sorriu ladino, conhecia bem Zitao para saber que o ômega não havia desistido e estava prestes a dar sua cartada final. — Espero que tenhamos mais sorte com o senhor Liu...

O ômega que domou um dragão [wyf+hzt]Where stories live. Discover now