O ômega que domou um dragão [wyf+hzt]

A celebração dos dragões

Quando Zitao chegou à Casa Wu, se surpreendeu com tamanha beleza. Os adornos dourados e vermelhos começavam desde o jardim até o salão principal, onde ocorreria a celebração. Definitivamente Angela havia feito um ótimo trabalho em sua tarefa de decoração.

O ômega estava um pouco tímido naquela noite. Nos últimos dias que se passaram, Zitao ocupou sua mente com suposições, desde sobre o que vestir até sobre como se portar diante da família Wu. Era verdade que já havia conhecido algumas pessoas em sua visita ao local, no entanto, saber que toda a família estaria reunida naquele momento era uma outra história.

O nervosismo tomava conta do ômega enquanto o mesmo caminhava pelo trajeto principal, em direção ao salão onde já era possível escutar algumas vozes. Vez ou outra, esbarrava com pessoas desconhecidas perambulando pelos corredores e se limitava a se curvar educadamente. Para os estranhos, era no mínimo curioso ter um ômega até então desconhecido presente durante o Festival, porém certamente o garoto deveria ser o convidado especial, então apenas o correspondiam antes de continuarem seus caminhos.

Ao adentrar o lugar, comemorou mentalmente que a atenção não se voltou para si. Não estava acostumado a ser o centro das atenções e definitivamente não seria confortável naquele momento; já estava acuado demais.

O som de pessoas conversando ao mesmo tempo se mesclava com a música alegre que tocava ao fundo. Era notável a diversidade de classificações no local e por pouco não conseguiria distinguir alfas e betas de ômegas. Embora no geral ômegas fossem conhecidos por terem características suaves e delicadas, na família Wu todos pareciam possuir traços marcantes e impunham uma presença altiva — mesmo que em seu íntimo, Zitao julgava que ninguém conseguiria competir com a presença forte de Yifan; o alfa parecia dominante demais.

Os olhos felinos passearam pelo local, incerto do que fazer. Não possuía intimidade com mais ninguém além de Luhan — e Yifan, mas estava apreensivo que o dragão possivelmente estaria ocupado demais para lhe fazer companhia a noite inteira —. Por pouco não encontrou nenhum rosto conhecido, se não fosse pela matriarca se aproximando de si com um sorriso tenro.

— Boa noite, Zitao! — a ômega o cumprimentou assim que chegou perto o suficiente.

— Boa noite, senhora Wu! — se curvou em respeito.

— Pode me chamar de Xiuqin, querido! — sorriu. — Meus filhos e sobrinhos ainda não terminaram de se arrumar, mas espero que possa me fazer companhia por enquanto.

— Claro, será um prazer! — retribuiu o sorriso.

As vestes formais em um azul-claro que a ômega trajava contribuia para a elegância da mesma. O corte e caimento combinavam com a Wu, e os cabelos soltos pelos ombros a davam um ar mais jovial. Embora Xiuqin soubesse se portar de maneira educada e elegante — dando uma ideia de onde Yifan havia adquirido tamanho poder —, Zitao jamais imaginaria que aquela mulher seria a matriarca da família.

Enquanto andavam pelo salão, era comum que Xiuqin fosse parada por algum parente que acabara de chegar, cumprimentando-os como se conhecesse todos — e de fato conhecia, era um de seus trabalhos como matriarca — e fazendo questão de apresentar o ômega dono do aroma de cereja para os membros da família. Havia um pequeno brilho avaliador no olhar da ômega sempre que observava o jovem Huang ao seu lado, no entanto o leve sorriso que enfeitava os lábios da mulher levavam Zitao a crer que aquilo não era uma coisa ruim.

— Eu espero que tenha vindo porque quis, e não porquê Yifan o coagiu. — a Wu disse assim que ficaram sozinhos novamente. — Sei o poder de persuasão que meu filho pode ter.

— O senhor Wu é sempre bondoso comigo, ele jamais me obrigaria a algo! — Tao defendeu o alfa. — Não se preocupe, senhora Wu, eu estou aqui porquê eu quero estar. — sorriu mínimo.