capítulo dois.

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Sara: não - ele sorriu de canto e cruzou os braços

Coringa: qual foi que tu só tá com essa cara?

Sara: é a única que eu tenho - dei de ombros me virando para a porta e a porra de um dos vapores me olhou - merda - murmurei saindo dali

Coringa: tá indo onde? - segurou meu braço e eu olhei pra mão dele fazendo ele me soltar - seu pai falou dos bagulho que tu não gosta

Sara: ótimo

Ouvi o barulho das vozes da sala vindo pra perto e fiz sinal de silêncio pro Coringa, apoiei o corpo no dele como num abraço e escondi o rosto no ombro dele

Gaspar: boa noite chefe - falou baixo e saiu

Eu me afastei olhando a perna dele de novo pra conferir e tava lá, puta que pariu

Coringa: o que tu ta caçando?

Sara: já encontrei - apoiei na parede - cadê FP?

Coringa: foi buscar uma coisa em casa mas já vem - me encarou sem entender

Sara: valeu - sai andando

Coloquei o capuz e desci o morro com pressa, acendi um cigarro pra acalmar e antes de desistir vi o tal Gaspar virar uma esquina lá embaixo, desci rapidinho e vi ele entrar numa casa

Cheguei de fininho e fiquei olhando da janela distante, ele abraçou uma garotinha que tava lá e uma mulher beijou ele que tava rindo

Eu joguei o cigarro fora e fui sair mas bati de frente com alguém que eu descobri ser o Coringa, pelo cheiro

Sara: qual o seu problema caralho?

Coringa: tá de marcação com o mano Gaspar porque? - falou segurando meus braços e eu fechei a cara

Sara: não é da sua conta, me solta - ele me encarou feio

Coringa: ta aqui pra ajudar né caralho? Ta atrás dele porque?

Sara: me solta Coringa, eu sou capaz de me soltar e garanto que vai ser doloroso - ele riu

Coringa: te solto depois que tu responder no limpo comigo - eu aproximei o rosto do dele e assim que ele desceu o olhar pra minha boca eu aproveitei pra dar uma joelhada no meio das pernas dele que grunhiu alto pra caralho mas me soltou - filha da puta! - murmurou com as mãos no meio das pernas me olhando e eu passei a mão no rosto

Gaspar: qual foi dessa aí Coringa? - ouvi assim que estendi a mão pro Coringa e travei mas antes do Coringa falar qualquer coisa saí andando com pressa

Já era madrugada e o sono tava nem pensando em bater na minha porta, eu rodei o morro todinho e ainda não cansei

Pulei a janela rapidinho pra sala do Coringa vendo ele me olhar feio e sentei na beira da mesa dele de cabeça baixa

Sara: cê tá bem?

Coringa: o que tu acha? - mostrou um saco de gelo no colo e eu dei de ombros

Sara: só perguntei pra não pagar de mal educada

Coringa: escuta aqui - pegou no meu pescoço me encarando e eu continuei séria - tu tem merda na cabeça caralho?

Sara: eu disse que era capaz de me soltar - suspirei fundo - eu fui treinada para derrubar qualquer homem - ele negou

Coringa: você tá no meu morro caralho, tem que me respeitar

Sara: ou então o que? - ele ficou me encarando no ódio e eu sorri de canto sem mostrar os dentes - vai Coringa, me bate - ele me soltou dando um empurrão e eu deitei na mesa encarando o teto

Coringa: tá brincando com fogo Sara, cuidado

Sara: não precisa se preocupar - ele ficou calado e sentou na cadeira

Virei o rosto e ele tava me olhando, encarei de volta e ele negou segurando o gelo

Coringa: sai de cima dos meus papel

Sara: vem me tirar - ele riu de lado negando

O meu celular vibrou e eu peguei lendo a mensagem e me levantando de cara fechada

Coringa: qual foi? - neguei com a cabeça e fui lendo os bagulho

Depois que guardei o celular observei ele olhando os papel com toda calma e paciência do mundo, rolei o olhar pela sala e vi uma foto dele com uma bebê

Sara: você tem filha? - ele me encarou

Coringa: não - balancei a cabeça - é minha sobrinha

Sara: parece ser fofa

Coringa: parece nada, ela é - sorri de canto

Xxx: coé Coringa - uma mulher falou entrando e parou quando me viu - não sabia que tava acompanhado - riu

Coringa: filha do Fp pô - fez toque com a garota - sara, essa é a Isabella

Isa: estilo legal - sorri de canto

Sara: o seu também - ela acenou

Coringa: deixa Iolanda saber - a garota riu

Isa: loirinha já ta puta comigo - Coringa riu

Coringa: cadê a puta da Eduarda?

Isa: deve tá com as nega dela, sei lá

Xxx: anda logo Isabella - uma loira entrou e eu olhei sem entender

Isa: espera aí amor - as duas se beijaram e eu olhei surpresa, Coringa ficou me encarando com um sorriso pequeno e eu neguei

Coringa: essa é Iolanda, mulher da Isabella - a loira me olhou

Iolanda: essa é a Sara? Legal

Sara: é - as duas se olharam e se despediram do Coringa saindo

Ele me encarou por alguns segundos e voltou a atenção para os papéis, eu fiz careta e puxei um cigarro

Sara: acho que vou indo

Coringa: se quiser ficar pode ficar, só tô vendo uns bagulho aqui

Sara: você não tem mulher? Ela deve estar preocupada

Coringa: não sou muito de relacionamento sério não, mancada

Sara: concordo - murmurei sentando

Coringa: sossega garota, usou o quê?

Sara: um pouquinho da branca mas eu sou assim mesmo, insônia é ocorrente

Coringa: estranha - sorri de canto

Fiquei olhando a ficha do tal Gaspar mais um pouquinho e fiquei viajando

Sara: aquele tal Gaspar...- ele me olhou - nasceu aqui?

Coringa: não - suspirei fundo e ele voltou a atenção às folhas - tá querendo a ficha dele?

Sara: não

Coringa: bora? - se levantou e eu olhei - te levo - fiz careta

Sara: não precisa, eu vou dar umas volta antes de ir

Coringa: toma cuidado - balancei a cabeça e pulei a janela se novo, ouvi a risada dele e desci o morro andando

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