capítulo quarenta e seis.

3K 227 0
                                    

Sara👺

Eu caí no chão enquanto o policial deu mais uma pancada com o cacetete nas minhas costas e gritei

Sara: seu filho da puta - ele deu uma mais forte e eu segurei o choro

Eu levantei me apoiando na parede e encarei ele feião, ele continuou dando e por mais que tava doendo pra um caralho eu manti a pose até ele parar

Eu voltei pra cela tentando demonstrar a mínima dor possível e quando sentei duas das três mulheres me olharam

Xx1: você tá bem? - balancei a cabeça e ela encostou nas minhas costas me fazendo soltar um grito sem querer - eu discordo - levantou minha blusa e se afastou incrédula

Sara: eu tô bem caralho - ela se afastou e eu deitei de barriga pra baixo

Ouvi umas batidas e levantei atenta, um policial me olhou e estendeu uma coisa enrolada, eu peguei e olhei vendo um celular

Liguei de imediato pro coringa e quando ele atendeu ouvi os barulho de tiro

Coringa: fala amor, cê tá bem?
Sara: na medida do possível, esconde a Selma, se cuida e manda os vapores fazer uma barreira porra - suspirei - se você não sair vivo dessa eu te ressuscito e mato de novo
Coringa: relaxa pô - ele gritou - se cuida tu ai, não confia nas mulher não, é tudo de inimigo
Sara: que merda - cocei a cabeça - toma cuidado
Coringa: eu...- ouvi o barulho de tiro e ele ficou calado
Sara: você o que caralho? Amor?

Fiquei alguns segundos tentando me convencer de que aconteceu alguma coisa com o celular e que ele tá bem e desliguei

Sentei na cama com as mãos no rosto e fui até a privada, enrolei o celular em um saco plástico e enfiei dentro

Xx1: Você é dona de algum lugar?

Sara: não - encarei o teto

Xx1: então porque deu ordem?

Sara: só tava querendo ajudar

Xx1: porque você tá aqui?

Sara: homicídio - encarei ela que se afastou e virou a cara

A mulher que não tinha me olhado ainda me encarou e sorriu, eu fechei a cara e ela negou

Quando deu a hora do pátio eu fiquei nervosa, o risco de ter inimigas e elas quererem me matar em bando é bem grande

Eu fui puxada pra dentro da cela enquanto saia e dei de cara com a mulher que riu pra mim

Xxx: Eu sou Rita - olhou para os lados - nós podemos ser muito amigas aqui

Sara: qual comando?

Rita: vermelho, mulher do Mm

Sara: o torturador? - ela balançou a cabeça - satisfação - ela sorriu - como acontece os bagulho aqui dentro?

Rita: acontece pouco, na calada, as meninas que ficam na hortinha, enterram a droga

Sara: beleza - sai de perto e fui na direção do policial que me deu o celular - tem um cigarro aí? - ele me olhou

Xxx: coringa mandou avisar que tu não vai passar de amanhã aqui, ele vai dar um jeito - falou me dando um cigarro - mas você vai ter que apanhar

Sara: quê?

Xxx: amanhã bate em alguém, leva uma porrada e enquanto os policiais separam as outras, vai pra perto do muro

Sara: valeu - cocei a cabeça - vai no morro hoje, vê se o coringa tá bem

Xxx: vai ter que me pagar

Sara: quando eu sair daqui porra, cinco mil na mão - ele balançou a cabeça e saiu andando

Um calor do cão e a roupa laranja parece mais um forno, o suor descendo pelas minhas costas piora a dor nas eu não vou demostrar

Quando acabou o intervalo eu voltei pra cela, esperei estar tudo limpo e liguei pra isa que me atendeu

Sara: porra, como tá os bagulho aí?
Isa: feio né, os bota quase deixou o Coringa sem pernas
Sara: como assim?
Isa: ele levou tiro nas costas, tá numa cirurgia aí, quem vai te buscar sou eu
Sara: beleza, preciso que tu busque um bagulho pra mim
Isa: manda
Sara: procura ai, Rita, mulher do torturador
Isa: ah caralho, eu conheço, ela tá aí?
Sara: sim
Isa: conta o plano e leva ela - ouvi um suspiro - Rei mandou um aviso
Sara: manda
Isa: procura uma tal de Augusta Matadora
Sara: beleza, vou desligar, fala pro coringa que eu...gosto muito dele - ela riu

Eu desliguei e cocei a cabeça, Rita me olhou e eu sorri fazendo um sinal pra ela que comemorou
Um policial bateu na barra da cela e eu olhei

Xx: bora - eu suspirei e estiquei os braços

Eles me colocaram em uma salinha minúscula e o cara do cacetete veio com varias perguntas mas quanto mais silêncio eu fazia mais apanhava

Parei de contar depois da trigésima quinta cacetada, tava nem aguentando andar direito mas manti a pose e fui andando até a cela

Eu fiquei em pé no cantinho e fechei a cara, as meninas me olharam mas deixaram quieto por saber o que é
Eu fiquei acordada a noite toda e quando deu a hora do intervalo o policial passou perto de mim e disse que o Coringa tava bem

Enquanto olhava em volta esperando a hora certa fui até a mesa que me informaram estar a tal Matadora e chamei pelo nome

Todas que estavam sentadas me olharam e eu fechei a cara

Sara: anda porra! - uma delas riu e se levantou

Matadora: espero que tenha me chamado por uma causa boa - se levantou

Observei a mulher magrela na minha frente e neguei com a cabeça
Ela se aproximou e eu contei todo o plano, ela não ficou muito animada mas aceitou.

FELIZ AGORA?Onde as histórias ganham vida. Descobre agora