capítulo nove.

5.9K 457 87
                                    

Levantei da minha cama com o corpo doendo e fui tomar um banho gelado, Rio além de ser gostoso fode bem pra cacete e me deixa toda marcada.

Ouvi vozes e reconheci a do Coringa, vesti um moletom rapidão e deitei na cama fumando.

Alguém bateu na porta e ela abriu, Coringa me encarou e eu suspirei jogando a guimba pela janela.

Coringa: cê tá bem?

Sara: porque não estaria?

Coringa: por ontem - levantei

Sara: o que aconteceu ontem? - ele riu

Coringa: na moral pô, eu saí daqui estralando e tive que resolver.

Sara: você não me deve satisfação Coringa, não confunde as coisas - falei colocando o anticoncepcional na boca e engolindo no seco.

Coringa: transou com quem? - cruzei os braços.

Sara: o que você quer?

Coringa: vim te chamar pra missão - cruzou os braços e eu prendi o cabelo - pescoço tá marcado!

Sara: eu sei - suspirei - o seu também.

Coringa: é, eu sei - me encarou e eu rendi.

Sara: qual é a missão?

Coringa: vamo levar mercadoria pra um parceiro, ele tá precisando da entrega de tarde pra fiel não saber - dei de ombros e ele fez careta.

Sara: cadê a bolsa?

Coringa: já tá no carro.

Sara: jaé - passei perfume rapidinho e sai.

Coringa entrou no carro e eu fui entrar mas antes ouvi alguém me chamar
Me virei e vi o Gaspar sorrindo e vindo até mim.

Gaspar: oi gatinha.

Sara: oi Gustavo.

Gaspar: desculpa por aquilo - abaixou a cabeça - podemos recomeçar? Tipo, quer sair comigo?

Sara: não - cortei e ele olhou pros lados.

Gaspar: me dá só mais uma chance Sarinha - segurou minhas mãos - uma chance de nós voltar a ser como era antes? - falou me olhando.

Sara: você tem mulher - puxei minhas mãos.

Gaspar: o que? Aquela menina é só uma amiga colorida - deu de ombros - sou sujeito homem pô, quem me conhece sabe.

Sara: tá, pode ser - sorri sem mostrar os dentes - uma chance Gaspar - avisei.

Gaspar: te pego às onze - fiz joinha - posso...te abraçar?

Sara: eu acho que pode - ele sorriu e me abraçou apertado.

Eu fiquei estática, nem consegui abraçar de volta e engoli seco sentindo meu estômago revirar.

Eu me afastei e sorri falsa tirando ele da minha frente e entrando no carro, me despedi e o coringa deu partida.

Coringa: ta suave? Tá branca aí, parece que viu um fantasma!

Sara: para o carro - ele me olhou e parou.

Eu desci correndo e fiz vômito por um bom tempo mas nada saiu.

Coringa: que foi? - segurou meu cabelo e eu cuspi no chão.

Sara: o cheiro dele, os braços dele...- passei a mão no rosto - me deu nojo, não sei - comecei a esfregar meus braços e o Coringa me encarou - meu Deus - murmurei estremecendo.

Coringa: Ei, relaxa, relaxa, tá tudo bem - me abraçou e eu suspirei abraçando de volta, me aconcheguei e cheirei o pescoço dele ficando mais calma.

Sara: valeu - beijei o pescoço dele me afastando.

Coringa: relaxa - passou a mão no meu rosto e eu sorri o tranquilizando - bebe água, tá no porta luvas, ou quer leite? Tá quentinho - gargalhei.

Sara: eu não acredito que você disse isso! - ele riu também.

Coringa: precisava quebrar o gelo - rimos.

Eu bebi um pouco de água e fiquei sorrindo toda leiga pro Coringa.

Coringa: que foi?

Sara: nada, só estou me sentindo bem.

Coringa: que bom - estendeu a mão e eu peguei acariciando atenta.

Assim que chegamos na frente da casa eu peguei a bolsa e desci, Coringa veio pro meu lado olhando as horas e eu neguei.

Sara: cinco minutos é o prazo, vida tá fácil assim não.

O portão abriu e eu nem acreditei quando vi que era o Rio, ele também me encarou surpreso e eu fechei a cara.

Sara: deixa que eu entrego - falei me afastando do Coringa e ficando de frente pro Rio.

Rio: que surpresa!

Sara: tu tem mulher seu filho da puta? - ele ficou calado - puta que pariu Rio, esquece tá? Apaga a merda do meu número - falei jogando a bolsa nele.

Rio: nós é bagunçado assim pô, esqueceu que sou inimigo do seu pai e mesmo assim tu fugia comigo?

Sara: foda-se o FP, eu quero que ele se foda do pior jeito, mas a tua mulher é inocente, se enxerga - bati no peito dele.

Rio: inocente o que porra? É uma mulher interesseira, eu posso trocar quando eu quiser - suspirei e dei as costas.

Entrei no carro bolada e ele trocou poucas palavras com o Coringa que entrou no carro sério.

Sara: não fala nada beleza? Só me leva pra casa.

Coringa ficou calado o caminho todo e eu agradeci mentalmente porque tava com a cabeça a mil.

Assim que ele estacionou eu saí e fui pro banheiro, tomei um banho gelado e sai com um cigarro no bico.

Vesti um moletom preto e cai na cama, fiquei olhando o sol pela janela e eu posso afirmar que mais uma vez eu não estou com a mínima vontade de viver, nem é pelo Rio, às vezes acontece e eu nem sei o porquê.

Acabei dormindo e acordei com alguém mexendo no meu cabelo, levantei o olhar e era o Coringa, que me olhava sorrindo.

FELIZ AGORA?Where stories live. Discover now