Capítulo IV

568 55 3
                                    

Louis tremeu sentado ante o fogo crepitante da lareira, o calor não pode acalmar seus membros trêmulos. Seu estômago apertou quando ele olhou para o quarto atrás dele.

A enorme cama de dossel era a peça central do aposento decorado em tons de vermelho escuro e dourado. A luz suave refletia-se na superfície brilhante da colcha, fazendo cintilar os fios de ouro. O intrincado padrão do tapete sob seus joelhos combinava perfeitamente com a rica perfeição ao seu redor.

Louis esperava que a novidade lhe proporcionasse tempo para planejar uma fuga.

Ele não estava preparado para o fato de que talvez tivesse que divertir um cavalheiro em sua primeira noite.

Os sons de passos pesados ecoaram além da porta e ele lutou para manter seu controle frágil. Ele queria correr tão rápido quanto seus pés o levassem, mas isso só iria piorar as coisas, sabia. Como se antecipando que ele iria tentar, Simon postou dois homens junto à porta e um do lado de fora, abaixo da janela do quarto.

Por favor, não deixe que ele seja um ogro, rezou, com o coração disparado quando os passos pararam do lado de fora da porta. Pelo menos ele esperava que a pessoa fosse mais amável do que os homens insensíveis que a Monsieur empregava. Lentamente, Louis virou as costas para a porta e olhou para o fogo da lareira.

A porta se abriu silenciosamente. Louis não sabia que ele tinha entrado no quarto até que ouviu a porta se fechar. Inclinou a cabeça, escondendo os olhos atrás da cortina de cabelos emplumados. Sob seu próprio manto pesado, ele tremia violentamente. Por favor, faça isso acabar logo.

O som dos passos recomeçou, mais leve agora. Louis estremeceu quando o sentiu de pé atrás dele, vendo sua sombra projetada no chão.

– Você está tentando se esconder, pequena rosa?

Louis fechou os olhos. Ele era um inglês, sua voz grave e rouca. A ansiedade pulsava através de seu corpo quando o sentiu se ajoelhar a seu lado. Sua respiração era quente em seus cabelos.

– Deixe-me ver seu rosto.

A carícia suave de sua voz enviou um calafrio involuntário por sua espinha.

Dedos fortes seguraram seu queixo e, lentamente, virou o rosto.

Seu rosto estava a apenas há alguns centímetros do seu, sua expressão calma e séria.

Apesar de Louis ter se preparado para todo o tipo de monstruosidade, nada poderia tê-lo preparado para o homem à sua frente. Seu rosto era belo, os lábios sensuais. A luz oscilante das chamas se refletia em seus cabelos, dançando maldosamente sobre o bronzeado de sua pele. Os olhos que o estudavam eram de um belo tom de verde, e o observavam, indagadores.

Lentamente, ele levantou-se do chão, seu poderoso e musculoso corpo movimentando-se com agilidade. Sua camisa de linho branco estava aberta revelando a ampla extensão de seu peito. Calças pretas cobriam seus quadris estreitos e as pernas longas. Sua grande mão estendeu-se para ele. Louis hesitou, seus pensamentos estavam confusos. Apesar de tudo o que tinha imaginado nas últimas horas, esta possibilidade nunca tinha passado em sua mente. Nunca tinha visto um homem tão extraordinariamente atraente.

Distraído, ele colocou sua pequena mão na dele. Tarde demais se lembrou das algemas de ouro em torno de seus pulsos e da corrente que usava por baixo do manto pesado.

Observando a corrente fina em sua outra mão, o homem sorriu. Seus olhos verdes encontraram os dele, mas Louis desviou o olhar e concentrou sua atenção no tapete a seus pés. Preparando-se para a humilhação que se seguiria, tentou concentrar seus pensamentos em sua casa, em Cornwall, em qualquer coisa, menos no homem de pé diante de si.

CativoWhere stories live. Discover now