significados poderosos

178 22 4
                                    

Liam Payne

Quando saí do autocarro não tinha certeza do que realmente estava a fazer. Senti a necessidade de ir atrás dela, como se eu já soubesse que alguma coisa não estava bem e que eu devia ir ajudá-la. Um sentimento diferente do de sempre. Não foi o normal "eu quero colocar um sorriso no seu rosto", foi mais "eu quero que ela chore no meu ombro". Esse tipo de ajuda.

Não percebo ainda o que se passou, mas consegui pelo menos que ela explodisse. Conseguia ver nela que esteve a aguentar, seja lá o que for, dentro dela por muito tempo.

Estava ali a abraçá-la enquanto ela se culpava de qualquer coisa que não entendo muito bem, quando percebi que tinha de a levar para outro sítio. Um sítio mais sossegado, sem ninguém que nos pudesse incomodar.

Nego inúmeras vezes as tentativas dela se culpar. Seguro a sua cara com as minhas duas mãos, uma de cada lado. Ela é tão bonita. Mesmo com uma expressão devastada de ter estado a chorar desalmadamente ela parece linda. No entanto, não aguento vê-la desse jeito. Tiro as minhas mãos do seu rosto, para tentar agarrar a mão dela. Sinto as minhas bochechas a ruborizar quando lhe toco. "Anda."

Ela fica surpreendida. Claramente não sabe para onde a quero levar, mas também não pretendo dizer-lhe já.

"Para onde?"

"Para longe daqui." Respondo, puxando pela sua mão.

Vou devagar. Por uns bons minutos a nossa caminhada é feita em silêncio e sinto que é disso que ela precisa neste momento. Não quero pressioná-la a falar o que realmente aconteceu. Se ela quiser que eu saiba, ela vai acabar por me dizer.

As nossas mãos ainda se encontram amarradas. Não estão entrelaçadas, apenas amarradas e ela deposita alguma força no aperto.

Não sei claramente para onde pretendo ir, apenas me quero afastar deste sítio. Ir para longe, um sítio que ela não conheça para poder se distrair. Uma tarefa um bocado complicada, visto que não sei até que ponto a rapariga ao meu lado conhece a cidade.

Continuamos a nossa caminhada por uns largos minutos. Presumo que ela não saiba para onde vamos pelo ar um pouco confuso que tem.

Até que chegamos a um parque, desconhecido para mim, e aceno para ela sentar-se num dos bancos por lá abandonados ao acaso, suponho.

Ela senta-se e eu vou atrás dela, sentando-me mesmo a seu lado. Não sei o que dizer, tenho medo de estragar tudo. Contudo, o silêncio é agradável.

"Eu sei que a culpa não é inteiramente minha, sabes?" ela interrompe o silêncio e eu olho para ela. "É só que, eu tive uma oportunidade... e eu deixo-a ir." Ela começa a soluçar e deita a cabeça no meu ombro. As nossas mãos ainda juntas. Coloco a minha outra mão em cima da sua cabeça, tentando confortá-la. Não digo nada, apenas espero que ela fale, para deitar tudo cá para fora.

Mas em vez disso, ela acalma o choro e respira fundo. "Eu nunca contei isto a ninguém, mas o meu nome não é apenas só mais um nome. Foi o meu pai que o escolheu." Ela explica.

"É um bonito nome." Elogiei, num sussurro. Ela parece não ter ouvido.

"A minha mãe disse-me que, numa noite, eles estavam deitados na cama, e olhavam pela a janela. Para as estrelas. E foi aí que a minha mãe deu-lhe a notícia de que estava grávida." A sua voz era monótona. "A minha mãe disse que ele ficou tão contente, que se levantou e arrastou-a com ele, rodopiando-a no ar." Vejo um pequeno sorriso a crescer. "Não consigo imaginá-lo a fazer isso." Não consigo vê-la, pois ela esconde a sua cara.

Um minuto de silêncio desencadeia-se depois da sua afirmação. "Mas bem, eles tinham vários nomes de meninos, mas o que eles queriam era mesmo uma menina. O meu pai não queria um nome qualquer." Ela começa a choramingar e a sua voz vai desvanecendo à medida que fala.

"Dorothy..." tento pará-la. Qualquer que seja o final desta história, de certeza que é demasiado para ela.

"Exato, Dorothy. Que significa "presente de Deus"." Ela chora agora. "O meu pai considerava-me um presente. Uma dádiva. Ele amava-me. Por tanto tempo eu fiquei com tantas perguntas na minha cabeça. «o que havia mudado?», «o quê que eu fiz?», «porquê?». Eu não sabia responder. Nem me atrevia a perguntar-lhe. Mas ontem, eu tive a oportunidade de esquecer isso tudo e tentar ter uma relação melhor com o meu pai... mas eu não quis saber. Eu fui egoísta. Ele queria resolver as coisas, mas eu não fui capaz. E agora, já não há nada a fazer. Já não há relação que possa ser salva. Ele foi-se e eu nunca mais vou poder ter o meu pai de volta." Ela desabafa e desaba nos meus braços de novo, chorando desconsoladamente.

------------------------------

oi

como vai a vida?

estou cheia de frio e doí-me a cabeça, por isso não vou rever. peço desculpa. depois eu revejo. qualquer dia. ou talvez não.

espero que tenham gostado. votem, comentem, façam o que quiserem :)

bye

BabyPopcorn xx

The White Bus |l.p|Onde histórias criam vida. Descubra agora