Gatinha Pervertida

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Ametistas, estes são os mais aprofundados olhos que se cercam pelos meus, num adorno lento e que se familiarizou de maneira singela com a leve sensação de se sentir único dentre os mais variados ao redor que se possa possuir, nesta breve jornada de compreender o que se quer transmitir através dos atos calmos teus. O palmo alisava manso contra meu pulso levando seus finos dedos por toda a extremidade envolvente, e com calamidade serena, via-se através de minha palpitação taquicardia a sensação medrosa e pasma em declínio irregular.

Por entre o lábio meu desatado, corria um sopro desajeitado e aquecido contra o fortificante peitoral do rapaz de encabeladura púrpura, que estava a me vislumbrar com seu par de riscas acima dos olhos arcadas, que coincidia ter a feição antenada ao nervosismo, o que era evidente nas saltadas veias pelos músculos. Num suspiro, se aconchegou abaixo do meu quadril, onde eu pudera sentir seu volume corporal contra mim.

Vagorosamente, abeirou sua face na curvatura de meu pescoço e seu fôlego regular traziam cócegas leves na espinha onde os fios soltos mesclavam em rosa e amarelo, nem a vergonha ao menos o medo predominavam no enigma que é este, das emoções.

- Eu não vou fazer nada que esteja pensando, não sou esse tipo de garoto.- sua voz era grave, não destrutiva, e sim deleitosa vinda de um riso- Por onde começar... bem, por que você estava chorando garotinha medrosa?

Ao pronunciar tais sílabas convertidas em palavras, escorregou sua ligeira palma esquerda de meu braço dando livre a passagem para que os sinais meus se formem diante da delicadeza de movimentos nos ares. A fala durou uma frequência de tempo maior que a comum para se processar atos desta maneira. Admito não ter me encontrado na imensidão que és teus mais adornados olhos, onde as cores individuais em determinada linhagem se encontram mesclando entre si, como o fogo estando em contato não direto com a madeira fresca e úmida, porém você tem a convicção que ele ali há de se encontrar, pois a chama há de se expandir até que se seque. Ao estar convicta a mim, a mão fechou-se num punho repelido contra o braço do garoto que se negou, afastando-se juntamente estando sentado aos pés do próprio acolchoado amaciado.

"Garotinha medrosa é? Medrosa?", agarrei o fofo travesseiro no formato de um felino acertando o corpo de Hitoshi que bloqueava com teus braços rindo.

- Só estive curioso, calma, o soco doeu.- gargalhou sarcástico- Você estava tão apavorada que eu diria que se mijaria toda.

"Idiota, idiota, idiota!", a feição minha se torna raivosa acertando o rosto do de fios roxos.

- Oh gatinha, não faz isso.- pronunciou tendo seus olhos colados nos meus- Me desculpa, tá legal? O Aizawa certamente não vai desistir dessa nossa aula, e eu não vou conseguir te controlar tão fácil, tenho que usar qualquer método, já vimos que este não funcionou. O que você sentiu agora, foi medo? Que confuso. Você também tem que se esforçar com essas suas chamas coloridas.

"Seu idiota eu me assustei, e ainda tive o trabalho de me preocupar com você!", um bico se formou em meus lábios enquanto repelia mais uma de minhas travesseiradas felinas.

- Desculpa, desculpa.- riu mudando para uma de tuas feições maliciosas- Mas se bem que você estava gostando, não pode negar, eu sei, é um dos meus charmes.

"Sai daqui garoto!", sinalizei enquanto afogava meu rosto na almofada acerca de meus dedos.

- É você quem está no meu quarto senhorita Todoroki!- disse me acertando de volta- Acho que seremos bons amigos apesar do meu desinteresse gatinha.

"Então eu saio, boa sorte para me controlar seu bobo", antes de me retirar lhe mostro a língua enquanto os cabelos esvoassam rosados.

A branca porta fora cerrada com um toque brusco na maçaneta, fazendo um árduo som ecoar pelos extensos corredores arrepiando-me fronte a espinha, eriçando o leve ressoar da pelugem longa. Ao virar-me, dou conta do espaço e de quem está acerca de mim, entidade esta meu sensei, levando uma de suas finas sobrancelhas acima suspeitando de algo pouco prudente e rebelde, fato que não ocorreu. Meus dedos rabiscavam o ar rápido, assim o moreno acenou para que eu me retirasse suspirando, percebendo que não entendera absolutamente coisa alguma vagando pela mente não expressivamente composta.

Garota Arco-íris - Imagine ShinsouWhere stories live. Discover now