"Borgin & Burke."

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O beco diagonal que antes era alegre e colorido, agora está escuro e frio, a maioria das lojas não estavam funcionando. As prateleiras tinham seus vidros em pedaços, os produtos saqueados, parecia-me um cenário de filmes de terror.

Porém, uma loja persistia, a alegre loja dos gêmeos Weasley, havia um grande boneco ruivo na frente, e surpreendentemente parecido com os gêmeos.

Entramos e parecia que eu estava em outro mundo, todos da loja pareciam emanar uma onda de alegria sincera.

- O que acha, Noora? - Fred me assusta aparecendo como uma assombração usando um terno listrado e chamativo.

- É incrível! - digo olhando as prateleiras cheias.

Sigo Hermione até as poções do amor, estavam em lindos vidrinhos. Por um segundo lembro do Draco, quando estávamos naquele vestiário, nossos cheiros se misturavam com o odor estranho daquele lugar, mas ainda assim, parecia ser o melhor lugar do mundo. Tento conter o sorriso bobo provocado pela memória.

Lembro claramente dos seus dedos ásperos passeando pelo meu tronco e me olhando nos olhos enquanto disse a mesma coisa que falou quando terminou comigo:

"Nunca esteve tão bonita, Leonoora."

Eu o odiava tanto e me odiava mais ainda por ainda pensar nele.

- Sabemos que se vira muito bem sem isso não é, irmãzinha? - Fred e Jorge disseram em uníssono, Gina parece confusa. - Não está saindo com Dino Thomas? - ela me fuzila com o olhar.

- Ei! Eu não disse nada para ninguém, eu juro. - levanto minha mão em juramento, nunca comentei com ninguém sobre isso, talvez alguém os tenha visto ou algo do tipo.

Ela sai dali me deixando sozinha com Hermione, que me olha com cara de nojo, um tempo depois noto que não era a mim que ela encarava, mas sim um rapaz loiro muito bonito e que fazia expressões estranhas ao olhar na nossa direção.

- Eu acho que ele gostou de você. - dou tapinhas nas costas dela rindo e ela revira os olhos.

Saindo da loja, o estado que o local, que antes era a loja de varinhas do Olivaras, estava, era deprimente, tudo estava revirado, pelo chão e muito sujo, dava quase vontade de chorar. Pego alguns papéis sujos com pegadas e coloco em cima do que antes era uma bancada.

- todo mundo compra sua varinha aqui. - Hermione lamenta.

- É impressão minha ou o Draco e a mãe não querem mesmo ser seguidos? - Rony diz.

Volto a minha inteira atenção para o ruivo e sigo seu olhar até o Draco acompanhado de uma mulher com os cabelos parte loiros, parte escuros. Será que para fazer parte da família eles obrigam a pintar ao menos 50% do cabelo de branco? Como algum tipo de identificação?

Draco estava tão bonito com aquele terno preto que acredito que perdi a capacidade de falar, eu queria beija-lo ali, na frente da mãe dele e dos meus amigos.

Os três saem da loja e eu os acompanho.

- vamos segui-los. - Harry diz.

O quê? Não se sai por aí simplesmente seguindo as pessoas, principalmente se for o ex namorado que você está tentando esquecer a todo custo.

- Não é educado ficar seguindo as pessoas. - digo brava. - E o que ele está fazendo não é da nossa conta.

- A convivência muda as pessoas, ela está começando a soar como a velha McGonagall. - Rony constata.

- Eu só acho que não devemos nos meter. - digo firme enquanto sou arrastada nos becos escuros pela mão fria de Hermione.

- Está tentando proteger o seu ex namorado? - Harry atira me encarando feio.

Eu não acredito que ele sabendo de tudo vai jogar o fato na minha cara.

- Não, não estou. - fico envergonhada ao ver que Rony e Hermione me encaravam devido a frase idiota do Harry.

A morena me tranquiliza:

- Vamos só confirmar que nada está acontecendo, questão de segurança, sim? - assinto e os acompanho, rezando mentalmente para que o Draco não esteja fazendo nada de ruim.

Aquele lugar era tão estranho, haviam cartazes de procurados e alguns bruxos nada simpáticos, o que o Draco estaria fazendo aqui?

"Borgin & Burke"

A loja que Draco entra possuía esse letreiro. Sem dúvidas era estranha demais, era uma loja de móveis nojenta e empoeirada, só na vitrine haviam os objetos mais esquisitos que eu já vi na vida.

Subimos no telhado assim que vemos uma janela no primeiro andar acender, eu ainda achava um tanto estranho estarmos seguindo uma pessoa assim, mas não posso negar que estava curiosa.

Assim que consigo subir, com muita dificuldade, esforço físico nunca foi o meu forte, vejo Draco analisando um armário esquisito, não sabia que ele era tão ligado a compra de móveis assim. Nos escondemos quando o homem, que reconheci ser o homem dos cartazes de procurado, se vira desconfiado para onde estávamos.

A única coisa que posso ver antes de ir embora, é a mãe dele depositando um beijo em seu rosto. Ao contrário do pai, ela até que parecia se importar com ele.

Saímos o mais rápido que pudemos de perto dali, não queríamos ser vistos, passamos novamente pelo homem conversando com as paredes e pela bruxa vendendo dentes, que sinceramente eu não quero nem pensar onde ela conseguiu.

Minha barriga ardia devido ao telhado cheio de farpas que escalamos.

- Não acredito que me ralei inteira para ver o Draco comprando armários. - digo um pouco indignada passando a mão pelos braços. - espero que tenha sido mais esclarecedor para você do que para mim. - olho para o Harry.

- Acredite, foi mais do que esclarecedor, principalmente se tratando de você. - ele responde com o mesmo tom de ironia.

- O que você quis dizer com isso? - me aproximo dele brava cruzando os braços.

- Quis dizer que quando se trata do filhotinho de comensal você se atira aos leões, mas não admite que ele pode ter culpa sim, não está mais do nosso lado, Noora? - seguro o choro me aproximando mais do moreno.

- Harry! - Hermione adverte.

- Achei que confiasse em mim. - dou as costas e posso sentir as lágrimas começarem a rolar no meu rosto.

Saio dali sem olhar para trás escutando passos altos atrás de mim, eu juro que se for o cara estranho que fala sozinho, eu sou capaz de esgana-lo agora mesmo.

- Noora, volta aqui, por favor. - a voz de Harry me faz apertar ainda mais os passos, e desejo ser o cara que fala sozinho me seguindo.

- Não falou o suficiente? Precisa de outra rodada de humilhação? Por que não vamos para um lugar mais público e com mais pessoas para me envergonhar?

Sinto suas mãos agarrarem o meu braço, e ele me vira pra si.

- Eu confio em você, eu só... - ele pausa para respirar fundo. - eu detesto aquele cara.

- Você sabe como eu me sinto sobre ele. - digo. - mas eu não estava o defendendo, você praticamente me acusou de traidora.

- Me desculpa, por favor. - seus olhos verdes me encaram tristes, ele parecia um cachorrinho abandonado.

Assinto, todo mundo comete erros. Seus lábios tomam o meu, demoro a corresponder, ainda estava chateada, o afasto delicadamente de mim e ele sorri acariciando meu rosto.

- Apenas não me acuse novamente, eu me senti humilhada. - o sentimento volta.

- eu confio em você, eu juro. - beija o meu rosto.

BE EVIL || DRACO MALFOYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora