"Jantar."

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P.O.V Draco Malfoy

Eu admito que as coisas que vinham acontecendo me deixavam muito assustado, achei estar vendo coisas quando a minha namorada literalmente queimou o braço do meu pai com as próprias mãos.

Filha do Voldemort? Como alguém como ela pode ter vindo de alguém como ele? A Noora era a melhor pessoa que eu já havia conhecido, e ele? Bom... ele era o bruxo mais cruel do mundo.

Deixei como a hipótese mais provável que eu estava machucado demais pra conseguir entender as coisas, era tudo um mal entendido, só isso.

Minha mãe derramava uma poção na queimadura horrível do meu pescoço e ajudava a cicatrizar as grandes feridas pelo resto do meu corpo.

Ser acusado de traição e covardia pelos comensais da morte não é nem de longe agradável.

Ver a mulher que você ama ser torturada pelo seu próprio pai enquanto suas mãos estão atadas te lembrando constantemente de quão você é inútil e fraco, é a pior tortura.

Mais do que o ferro quente, mais do que os cortes, a pior tortura é a impotência, ter consciência do quanto você é fraco.

- A sua namorada assustou até o próprio Lorde das Trevas, os olhos dela ficaram brancos e as mãos pareciam brasas, ela amaldiçoou sem precisar de uma varinha.

- Quando começou a se referir a ela como minha namorada e parou de se referir como mestiça nojenta ou afins? - o meu olhar severo a faz calar. - Vocês são todos tão sujos, agora ela é digna para ser a minha namorada, porque descobriram que o nível social dela era mais elevado que o meu nessa sua hierarquia ridícula?

Narcisa estava sem fala e apenas cuidava dos meus ferimentos não deixando escapar mais nenhuma palavra dos lábios contraídos pelo nervosismo.

Depois da poção fazer efeito, coloco as minhas roupas, ainda andava com dificuldade por conta da quantidade de golpes que levei na costela, mas com muita dor, era possível ficar com a coluna ereta.

Estava à mesa e o Lúcio estava sentado ao meu lado, sentia vontade de matá-lo ali mesmo, meus dedos tremiam de ódio só de escutar a respiração pesada.

Eu conseguia sentir cada célula do meu corpo se contrair a cada movimento que ele fazia. Eu o odiava tanto.

O barulho de saltos no chão chama a minha atenção e eu vejo a minha Leonoora como nunca a vi antes, o poder exalava pelos seus olhos que pela primeira vez na vida não demonstravam emoção alguma. A sua postura era impecável, puxou uma cadeira na minha frente, olhou nos meus olhos e virou-se para o Lord Voldemort que estava ao meu lado.

- Não vou sentar com ele a mesa. - diz simplesmente e o medo invade as minhas entranhas.

- Qual é o problema, querida? - o homem muito pálido perguntava.

- Não vou sentar com o Lúcio à mesa, não quero a companhia dele. - fala friamente sendo a única pessoa em pé na mesa fora um elfo doméstico que nos servia.

- Prometo que não irei incomodar, Milorde. - o meu pai explica.

- Se me quer a mesa, ele precisa sair. - O tom autoritário me faz arrepiar, o lorde tinha um pequeno sorriso no rosto quando a olhava.

- Saia, Lúcio. - o lorde ordena, antes que o homem ao meu lado possa protestar. - Retire-se da mesa.

- E quem ficará no lugar dele? - Bellatrix se mete na conversa.

Noora passa os olhos frios por toda a mesa, até que dá um pequeno sorriso, indo em direção ao canto oposto da mesa onde o último era servido. Os passos largos eram acompanhados por todos da mesa atentamente.

- Qual é o seu nome, senhor? - Pergunta ao chegar na ponta da mesa em que o homem com os dentes apodrecidos sorri enquanto o elfo doméstico o serve.

- Graham. - responde sorridente e ela volta os olhos para ele brava.

- Não perguntei a você. - olha para o pequeno e magro elfo que organizava os garfos do Graham. - Qual é o seu nome, senhor? - o elfo se assusta com a moça o olhando autoritária.

Eu não conseguia esboçar reação alguma, assim como todos da mesa, ela estava diferente, mas ao mesmo tempo eu só conseguia pensar como ela estava sexy.

- Pugsy. - ele responde baixo.

- Gostaria de se sentar à mesa? - o pequeno olha para todos da mesa acanhado e nega com a cabeça.

- É uma pena, irá se sentar à mesa, me acompanhe, por favor.

Não havia mais nem barulhos de respiração no momento, todos estavam tão chocados quanto eu. Ela fica ao meu lado e olha para o homem de longos cabelos loiros.

- Levante-se. - ordena.

- Isso é ridículo, Milorde. - o lorde das trevas o olhava exatamente como a Noora, o que o faz levantar.

- Puxe a cadeira para o Pugsy. - Ordena calmamente e ele o faz.

O elfo estava sentado e os compridos dedos tremiam, eu me perguntava se ainda era a minha Noora ali, tinham medo se algo iria mudá-la.

Ela senta-se de frente para mim e olha bem nos meus olhos, me fazendo notar que ali estava ela, a minha doce Noora ainda estava ali em algum lugar, mas aquela Noora que estava na minha frente? Ah, ela não era nada mal também.

Sorrio para ela de canto, e seus lábios avermelhados correspondem.

- Você se parece tanto com a sua mãe. - a voz fria do Lorde parece congelar a sala inteira. - mas tem o meu olhar, o olhar que diz que consegue tudo o que quer, independente do que seja.

Ele não estava mentindo, apesar dos olhos de Noora serem escuros e brilhantes, e dos dele serem claros e opacos, o olhar era o mesmo, a forma autoritária e marcante de falar.

Eram notáveis as semelhanças e bem assustadoras também.

BE EVIL || DRACO MALFOYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora