"Covardia."

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Madame Pomfrey conseguiu fazer desaparecer quase todas as cicatrizes, exceto uma pequena perto do quadril, mas ela disfarçou como pôde.

Dormir na enfermaria não era nem de longe agradável, eu estava completamente sozinha e um gato barulhento me rondava.

Aperto os olhos tentando dormir enquanto o gato miava como se não houvesse um amanhã. Levanto da cama mesmo sem ter permissão para isso, e pego o gato, a porta da enfermaria era pesada, tive que empurrar com os ombros enquanto colocava o gato no chão.

- O que está fazendo fora da cama, teimosa? - levanto o rosto para a voz conhecida e o garoto loiro segurava a porta que eu mantinha aberta com dificuldade. - A Madame Pomfrey disse que não era para fazer movimentos bruscos! - reclama.

- Bom, eu só vim conceder a liberdade a esse pobre gatinho, e vim sem fazer movimentos bruscos. - me aproximo dele cochichando. - Além do mais, acho que ela está exagerando, me sinto muito bem.

Draco ri da minha teimosia me arrastando até a maca novamente. Fico animada com a sua presença, já que eu não estava conseguindo dormir, seria bom ter alguém.

Ele senta em uma cadeira ao meu lado, e me olha sério, não fala nada por minutos.

Estava começando a ficar preocupada, da última vez que ele me olhou assim eu terminei no chão do hospital ensangüentada e coberta de cacos de vidro do copo mal arremessado.

- Não devia ter feito aquilo. - fala seriamente. - tem noção do quanto pôs a própria vida em risco?

- Não vai me fazer sentir culpada por ter salvado você. - falo olhando para o teto impecavelmente branco.

- Você acha que perder você significa salvação para mim? - diz rude se levantando e segurando o meu rosto. - Iria me deixar louco, sem rumo.

Seus olhos claros me fitavam com tanta seriedade e desespero que fazem os meus lacrimejarem. Um beijo doce toma os meus lábios e sinto seu rosto molhado se aproximar mais do meu.

- Eu senti tanto medo, Noora, você estava tão pálida. - ele chorava com o seu rosto contra o meu. - eu achava que ia morrer nas minhas mãos. - O soluço alto ecoa na sala silenciosa.

Eu o apertava contra mim enquanto sentia as lágrimas escorrendo no meu rosto, seu perfume me deixava mais sensível ainda, e seus choro apenas me deixava mais triste e com o coração mais angustiado.

Selo os nossos lábios, Malfoy intensifica o beijo com paixão, as mãos apertavam o meu cabelos e me puxavam mais para si.

Meus dedos corriam para dentro da camisa escura que ele usava sempre, acaricio o abdômen rígido e quente, o que o faz arfar sorrindo, passo a perna pela lateral do seu corpo.

- Noora, não vai me levar pra cama, não quero machucar você. - avisa sentando novamente na cadeira ao meu lado.

- Você também quer que eu sei. - Tento.

- Sabe que eu quero, mas não vai adiantar, não podemos. - diz firme.

Faço uma cara triste, mas ele não cede, continua sentado imóvel olhando para outro lado. Fico de joelhos na cama.

- Não acredito que você está me rejeitando. - digo brava e ele ri.

- Não estou rejeitando você, meu amor, eu só não vou transar com você hoje porque você está machucada, e é teimosa demais para perceber isso. - argumenta me deitando novamente na cama e voltando para a sua cadeira.

O observo olhar fixamente para a porta, ele estava tão bonito, estava tão sério. Os braços estavam perfeitamente marcados pelo blazer e sua boca rosada estava tão chamativa.

BE EVIL || DRACO MALFOYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora