"Planos."

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O Draco havia achado uma pequena caixa de charutos na sala precisa, o que me deixou curiosa para saber o que ela fazia ali em uma escola.

Ele me pede para acender com a minha varinha a ponta do objeto maciço e muito grande. Ele traga fortemente fazendo a ponta tomar uma cor alaranjada e a fumaça sai pela sua boca lentamente.

- Isso me lembra quando eu roubava os charutos cubanos do escritório do meu pai. - ele ri tragando mais uma vez. - fiz isso por anos, até que ele descobriu e os escondeu melhor, nunca havia apanhado tanto na vida quanto naquele dia.

- Não sabia que fumava. - digo sentando no seu colo e beijando o seu peito nu.

- É um mal necessário para controlar a minha raiva. - ele sorri para mim. - Me deixa mais paciente, pode-se dizer assim.

- Desde que me conheceu não deve ter fumado nenhum, nunca o vi sendo paciente. - brinco o fazendo empurrar a minha testa de leve com um de seus dedos.

- Não fumei muitas vezes desde que conheci você, realmente. - passa os dedos pela minha coxa nua e brinca com a barra da camisa branca dele, que agora estava no meu corpo. - digamos que eu achei algo mais forte para me viciar do que um simples charuto. - Franzo o cenho.

- Você acabou de me chamar de droga? - a risada dele ecoa pela sala me fazendo sentir uma onda de calor pelo meu corpo.

- Apesar de ser gostosa e viciante como uma, não, não estou chamando você de droga, e sim dizendo que você simplesmente me deixa mais tranquilo. - traga jogando as cinzas em uma taça de ouro que havia ali em seguida.

- Como exatamente eu faço isso? - pergunto umedecendo os lábios ao ver a fumaça sair dos lábios rosados do loiro. Ele era tão bonito.

- O seu cheiro me acalma, os seus olhos, seus beijos...- ele faz uma pausa para dar uma tragada longa no objeto marrom e soltar a fumaça calmamente. - e o sexo... sem dúvidas o sexo me deixa praticamente flutuando de tanta calma. - sorri para mim.

- A raiva realmente deve sair depois de você espancar a minha bunda por horas. Sabia que a sua mão é muito pesada? - ele alisa o local ardido levemente enquanto sorri culpado.

- E você não gosta? - pergunta malicioso acendendo o segundo charuto roubado. - você nunca reclamou, pelo contrário, ficou dias chateada comigo quando depois da festa de natal do Slughorn, eu me controlei para não dar nenhum tapa em você. Como a minha namorada me agradece? Ficando chateada comigo e dizendo que eu havia feito sexo preguiçoso.

- Não estou reclamando, eu gosto dos tapas. - explico. - estava só constatando que no dia posterior ainda arde. - rio quando ele murmura desculpas sorrindo. - E sobre aquele dia, foi um sexo preguiçoso, se não queria transar, só precisava me dizer que não queria, não era necessário ser tão morno.

- Morno? - ele exclama de quase engasgando com a fumaça. - Eu tentei ser romântico, fiz até carinho no seu cabelo... enquanto... você sabe... - o olho irônica.

- Na posição que eu estava, não era bem carinho que eu procurava. - ele ri pensativo, provavelmente lembrando do momento.

- O Blasio me chamou de "sexo preguiçoso" por dias graças a confusão que você fez. - nega com a cabeça me fazendo rir.

Eu deveria estar procurando a Horcrux que faltava, mas não queria perder nenhum minuto do pouco tempo que eu tinha com ele.

As palavras de Snape voltam para a minha cabeça, eu só tinha dezessete anos, não queria morrer, queria ficar com o Draco, queria trabalhar.

O loiro me olhava como se o seu mar azul tentasse decifrar o que eu estava sentindo, parecia nervoso enquanto partia para o terceiro charuto, escondia alguma coisa.

Sento no seu colo com as pernas ao lado dos seus quadris a fim de vê-lo melhor, passo a mão no seu rosto e sua mão quente pousa na minha coxa enquanto a outra segurava o fumo.

- Algum problema? - pergunta para mim preocupado.

Não vou aborrecê-lo com a notícia ruim que tive, não quero deixá-lo mal.

- Nenhum problema. - seguro o choro apertando os seus cabelos e depositando um beijo apaixonado nos lábios com gosto de hortelã com tabaco. - Prometa que não vai esquecer de mim. - peço mordendo o lábio para as lágrimas não caírem.

- Do que está falando? - parecia confuso.

- Apenas prometa. - ele assente. - quero que se lembre de mim assim, se por acaso algo acontecer. - o beijo novamente deslizando a língua pela boca úmida dele, que correspondia na mesma intensidade.

Ele afasta o beijo colocando o charuto na boca e enfiando a mão no bolso tirando uma pequena caixa de lá. A mão repousava na minha coxa tira o charuto da sua boca.

- Eu quero que se lembre de mim assim. - repete o que eu disse abrindo a caixinha com uma única mão, revelando um anel brilhante ali, o olho confusa. - se algo acontecer comigo, eu não vou me perdoar se não tiver ao menos tentado... - começa fazendo a minha ficha cair. - quer que eu seja a sua família? - pergunta sorrindo.

- Você já é a minha família. - digo enquanto assinto e o abraço animada, ele joga o charuto na taça onde depositava as cinzas e coloca o anel no meu dedo. - onde você conseguiu isso? - pergunto curiosa.

- É um anel de família, da família Malfoy. - fica pensativo. - Bom, eu com certeza fui deserdado depois da cena na minha antiga mansão, minha cara deve estar queimando até agora na árvore genealógica da família. Não vou ter acesso ao cofre da família e nem a qualquer bem que os pertença. Acabou de aceitar o pedido de casamento de um pobretão, e digamos que está usando um anel roubado.

- Pelo visto eu estou em apuros, não é, Malfoy? - Sorrio entrelaçando os meus braços no seu pescoço.

- Desde o primeiro dia que eu pus os olhos em você, estava determinado a te tornar a minha garota. - diz tirando o meu cabelo do rosto. - Sempre esteve em apuros.

- Somos dois pobretões de dezessete anos. - rio. - o que vamos fazer?

- Bom, eu tenho o contato de um alquimista famoso que queria me oferecer um emprego como aprendiz, pelo menos já temos isso. - pensa. - e você é brilhante, vai trabalhar no ministério ou conseguir um emprego no profeta diário. - fala esperançoso lembrando do que eu havia dito quando ele perguntou com o que eu pretendia trabalhar.

Meu coração se aperta.

- Você já pensou em tudo. - as minhas lágrimas caíam incessantemente.

Eu não queria morrer sem fazer tudo aquilo, não queria ter que atrapalhar todos esses planos. Por que eu não poderia simplesmente ter a chance de viver mais um pouco com o Draco.

Eu nem sei tudo sobre ele ainda, não sabia que ele gostava de charutos, nem que já tinha uma vaga de aprendiz como alquimista, existiam tantas coisas para aprender sobre o Malfoy.

Existiam tantas coisas para viver com ele, e tudo isso foi tirado de mim antes mesmo que eu possa ter.

BE EVIL || DRACO MALFOYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora