Meu filhote

9.3K 777 251
                                    

POV. Harry Potter ON

- Se você quiser eu posso sair... – diz baixinho depois de alguns minutos de silencio – você parece não querer minha presença aqui...

-Não! – me apresso em dizer, bem, estava desconfortável, mas não iria deixar isso me afetar – é apenas que meu ômega está chateado que não vou gerar um filhote, e Lucio me reprendeu que não teríamos um, por um booooooom tempo... e ele já tem você... me sinto traído – confesso sem encara-lo.

-Ah... – ele exclama e o silencio volta por um tempo – se... você é parceiro do meu pai... eu também sou seu filho... não sou? – pergunta vermelho e eu o encaro igual.

- Sou? Quero dizer, você quer? – falo exasperado, não querendo forçar nada – ta tudo bem se não quiser, eu... – não termino, ele me abraça apertado, enfiando o rosto no meio do meu peito, eu nos mexo devagar para deitarmos no sofá, ele no meio das minhas pernas raspando a face na minha blusa para me farejar.

- Eu quero, mamãe me largou, a mim e ao papai... sinto falta disso – ele apoia a bochecha no meu peito e me encara choroso, nunca o vi tão vulnerável e inconscientemente levanto uma mão para fazer um afago nos cabelos loiros.

Meus olhos cheios de lagrimas... meu filhote? Eu tenho um? Um vivo? Aperto mais os braços ao redor dele, me certificando da presença dele perto da minha.

- Como ele te tratava? – pergunto gentil, continuando com o carinho, segurando o choro inutilmente.

- Ele sempre cuidou da gente, foi um pai amoroso apesar de tudo... Tinha dias que ele ficava o dia todo comigo, me levava ao escritório e lia várias histórias para mim, e sempre que eu acordava no meio da noite com medo do escuro ele vinha dormir comigo, ele sempre pressentia quando eu estava mal... mas ai eu cresci.

- E tudo mudou... – completo já sabendo o final da história.

-Sim... foi horrível – ele se encolhe e volta a esconder o rosto no meio da minha blusa – posso... posso falar com você como fazia com a minha mãe? Ela se sentava comigo, tomávamos chocolate quente e eu confessava tudo que sentia... e eu preciso falar o que estou sentindo...

- Claro querido – sussurro sorrindo, meu lado ômega muito mais tranquilo e quieto perto do filhote, a dorzinha que não sentia a anos no coraçao se alforando, mas agora era feliz e quente, o loiro se senta e me encara com os olhos brilhando em animação – Monstro?

- Sim mestre – o elfo aparece num "ploc" e vem agachado até a gente.

- Pode trazer chocolate quente e alguns biscoitos? – mesmo ainda sendo cedo, já peço o lanchinho da tarde, o elfo confirma e some, reaparecendo segundos depois com o que pedimos, trago a mesinha para perto e coloco a bandeja ali em cima.

-Desembucha meu amor – pego minha caneca e me sento de frente a ele, nós dois com os pés pra cima do sofá, cada um numa ponta mas num clima fraternal, que nunca ninguém diria que aconteceria entre a gente.

-Eu... acho que o Rony não me corresponde – ele morde o lábio de baixo olhando a caneca em suas mãos.

-Por que acha isso? – falo gentil, bebericando o líquido quente.

- Eu já tentei avançar várias vezes, dizer que ele é lindo... – ele fica vermelho até as orelhas quando percebe o que tinha dito – que eu o amo... já tentei puxar assuntos mais sérios sobre nosso relacionamento ou chamá-lo carinhoso... mas ele me ignora... E só me trata como Draco...

- E você quer isso? Avançar no relacionamento? – pergunto para ter certeza, era confuso, meu amigo sempre pareceu muito sério quanto a relações que queria com outra pessoa.

Omega? Dois alfas?Onde histórias criam vida. Descubra agora