[2] i'm going to get you

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Connor (on)

— Não acho que ela nos diria algo, ela é uma agente treinada pelo FBI, nunca vamos saber se é verdade ou não - disse pensativo, por um segundo me dei conta que estava ansioso andando de um lado para o outro, enquanto o tenente estava em sua mesa olhando algumas câmeras de segurança.

— Eu sei.

— E ela sabe como funciona nosso interrogatório, ela sabe que vamos blefar e vai rir da nossa cara na primeira pergunta.

— Eu sei - mais uma vez ele respondeu com indiferença.

— E mesmo assim vamos manter ela como suspeita? isso não vai funcionar! - falei me apoiando na mesa a sua frente, aumentei o meu tom para conseguir mais atenção de Hank mas isso apenas o irritou mais.

— Olha aqui Connor, tem alguma ideia melhor? além disso, tudo o que vem acontecendo ao redor dela é consideravelmente suspeito.

— Está negando a possibilidade de uma simples coincidência? - perguntei, ele se calou por um segundo com a boca entre aberta.

— Mas não era você que não acreditava em coincidência? - fiquei em silencio - Acha que Kamski procurar apenas por ela antes de seus negócios no mercado negro serem descobertos ou o fato dela ter "negociado" a localização de Kamski e pra no final ela fugir como uma suspeita faria, uma coincidência?

— Pensando por esse lado.

— Pensando pelo único lado, Connor, dessa vez ela não é a mocinha - ele se levantou da cadeira - se pegarmos ela, pegamos o Kamski.

Você (On)

— Consegue ver no seu mapa? — a voz no meu fone questionou me tirando do transe em que eu me envolvi.

— Ah sim, claro, eu vou resolver isso.

— Me desculpe - nunca pensei que ouviria isso mas sim, isso era o Famoso foragido Elijah Kamski pronunciando tais palavras.

— Espera, o que disse?

— Te fiz perde seu emprego, era tudo o que você tinha.

— Não era absolutamente tudo, mas era importante e suas desculpas não vão adiantar nada neste momento, mas mesmo assim agradeço.

— Então o que você tem se tão importante além do seu trabalho? — fiquei em silêncio e pensativa, apenas Connor me veio à cabeça —   Essa é a verdade, prova de que tudo tem um preço, um das melhores agentes norte americanas, é uma mulher solitária, sem um amor, uma família ou até mesmo um animal.

— Isso não é verdade - protestei, quando na verdade era tudo real.

— Eu escolhi você, por que não tem um ponto fraco, eu vi o que você fez na Russia, o FBI trabalhou bastante para cobrir seus estragos.

— Não me arrependo do que fiz, eu apenas cumpri minha missão.

— Claro, claro. Então, espero que goste da estadia e não chame mais atenção, precisa ficar um tempo isolada e então eu pensei nessa casa, fica a alguns quilômetros da cidade, isso pode te dar alguma vantagem.

— Ok.

— Logo voltei para analisar sua missão, adeus.

Desci da moto e tirei meu capacete, eu senti meus ombros pesados pela tensão e queria o mais rápido possível deitar em alguma cama aconchegante.

A chaves da casa eram antigas, do tipo década 00, não tinha segurança de ponta nem alarme apenas uma tranca comum, aquilo me surpreendeu, entrei na casa e o cheiro de velho invadiu meu nariz, os moveis estavam cobertos por um pano banco e eu fui tirando um a um fazendo a poeira do lugar subir.

Abri as panelas para correr um ar antes mesmo de eu ter um ataque de espirros, oque não adiantou quase nada, quando parei no meio da sala silenciosa, iluminada apenas pelo luar, fechei meus olhos tentando esquecer toda aquela preocupação, mas então o cansaço me dominou e me joguei no sofá, adormecendo logo em seguida.

Connor (on)
Alguns dias depois

Era uma manha comum, exceto pelo fato de estarmos desesperados por alguma prova ou pista que nos leve até a ___________, assim como Elijah, ela também havia sumido do mapa.

— Ela é boa - ouvi o otenente dizer atrás de mim, ele fechou a porta do edifício e parou do meu lado, na escadaria.

— O que disse?

— Ela não deixou uma pista sequer, ela sabe desaparecer.

— chegamos tarde demais, o mandado de busca demorou dias ela deve ter vindo e pego os mais Importantes — cruzei os braços, estava um tanto estressado, após algumas horas dentro de um apartamento quase vazio e sem nenhuma pista, fiquei frustrado, mas quando me dei conta estava preocupado com ela.

—  Nem todos, olhe - Hank ergueu um porta retrato com uma foto nossa, dias antes dela partir, peguei a porta retrato analisando a imagem de um casal feliz, nem sei se chegamos a ser um casal.

A saudade invadiu meu peito, estava tudo perfeito até ela estragar tudo, aquele sentimento esmagou tudo que havia dentro de mim, algo que eu nunca havia dito em voz alta, nem mesmo sozinho.

Eu a amava, eu ainda podia sentir ela na palma das minhas mãos, seu beijo suave e sua pele macia, era meu desejo mais profundo poder senti-la novamente e era por tudo isso que eu queria ela longe, mesmo que isso me matasse aos poucos.

Mesmo depois de tudo que ela fez e disse, eu a quero, mesmo depois de me deixar sozinho durante dois anos me perguntando aonde eu errei, eu ainda quero beijá-la até perder o folego, sentir o seu corpo nu contra o meu, prender ela e nunca mais soltar  e nada me deixava tão puto quanto tudo Isso.

Joguei o porta-retratos longe sem pensar, Hank me olhou espantado:

— O que foi? a foto não ficou boa, uma pena — ele sorriu falando ironicamente.

— Esse tempo passou tenente e não vamos achar mais nada por aqui, ela foi inteligente o suficiente para levar apenas o necessário.

— Então vamos voltar para o departamento - ele pegou as chaves do carro — o que acha de comermos antes? to morrendo de fome — andamos até o carro.

— Você sempre ta morto de fome tenente, mas comer algo não é uma má idéia, você não consegue pensar de barriga vazia — quando eu estava prestes a entrar no carro, vi alguém familiar do outro lado da rua, observando, nos encaramos por alguns segundos.

Era ela.

— Tenente, eu tenho que fazer uma coisa, nos encontramos no lugar de sempre?

— Ok, até lá — ele respondeu entrando no carro.

Atravessei a rua atrapalhando o tráfego de carros, muitos buzinaram para mim mas eu não liguei, ela seguiu tranquilamente seu caminho o que me fez duvidar se era ela mesmo ou alguém extremante igual, a máscara cobria uma parte do rosto mas não o suficiente para deixar de reconhece-la.

Segui ela por uns 100 metros de onde estávamos, ela entrou em um beco isolado, apenas nós dois, após um tempo ainda de costas para mim, ela se virou e tirou o capuz e a máscara, coloquei a mão no bolso, procurando as algemas, estava pronto para prende-lá.

— Me levar não vai fazer isso passar — argumentou — eu vi o que você fez com o porta-retrato, aquela era minha foto preferida — ela baixou o olhar até seus dedos, os quais ela entrelaçou — enfim, me levar como suspeita não vai fazer sua magoa ou seja lá o que você tem sumir.

I can feel you  [hiatus]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora