Capítulo 7

101 7 0
                                    

Talvez eu devesse me afastar. É, muito infantil.

Mas tudo tá sendo tão rápido... porra, não é minha culpa não ter experiência é? Tipo, experiência alguma mesmo, o pouco que eu sei é pelas fofocas do meu irmão. Se bem que eu sou bem infantil normalmente, e se não ter orelha furada é um detalhe a mais pra isso, eu sou bem infantil mesmo!

Legal que parece que a Sam pode ler minha mente porque no mesmo instante que pensei nisso, ela falou que eu devia furar as orelhas, e ainda se ofereceu pra me levar.

-Tá muito boazinha moça, que você quer dessa vez? - Brinquei torcendo o nariz.

-O seu irmão. - Respondeu mostrando a língua. Me deitei na mesa, com as mãos apoiando a cabeça.

-Acho que ele te quer também, mas temos que conversar mocinha, e sozinhas.

-Sobre?

-Coisa nossa Olly, coisa de garota, não que a Sei não seja garota, então é coisa de vizinha. - Falei rolando na mesa.

-Você tá de saia moça. - Sei falou interrompendo meu cosplay de cãozinho adestrado. - E ninguém quer ver sua calcinha aqui não.

-O Niall quer! - Sam falou e os três riram.

-Meu pau pra vocês. - Resmunguei me levantando.

-E você tem um?

-Quer ver? - Oliver arregalou os olhos, assustado, e comecei a rir, então me levantei e ajeitei a saia. - Eu preciso de um sorvete!

-Acabou de dizer que passou a noite comendo sorvete... - Sam tentou falar, mas comecei a fazer birra, pulando e inflando as bochechas.

-E estou dizendo agora que preciso de mais sorvete! - Ela me jogou um lenço umedecido na cara. - Sam!

-Você vai ficar doente!

-Vai ser por um bom motivo!

-Bianca! - Sam gritou se levantando. Abaixei a cabeça, mordendo o lábio.

-Foi mal... acho que é meio fato que não ligo pra nada e nem mais merda nenhuma...

-Mas precisa.

-Parei de me importar assim que meu pai começou a sumir. - Falei forçando um sorriso. -Porque eu achei que era minha culpa e eu não era importante pra ele então não deveria me importar comigo porque seria perda de tempo. -  Continuei, ainda sorrindo. - Mas tanto faz.

-Não gosto quando fala assim... - Sam resmumgou.

-E é por isso que eu me tranco numa caixa e só socializo com a minha gata, mas eu adoro vocês! Não me importo comigo, mas se alguma coisa acontecer a vocês eu morro! - Falei séria. - Não morram ou eu mato vocês!

-Não morro se você não morrer! - Seira falou me agarrando. "Boa sorte então" foi tudo o que consegui pensar...

Terceiro dia de aula e trocamos de professor. Pelo menos esse era normal e bonito, não começou com discursos sobre todos sermos incríveis ou o que quer que seja, mas sim dando uma linda patada num idiota que falou que música não era amor.

-Pois bem, faça uma música, sendo assim. - Ele falou, como se acreditasse no garoto. O garoto pegou duas canetas e começou a batucar na mesa, não deu nem dois minutos e o professor o mandou parar.

-Horrível. - Sussurrei.

-Exatamente Bianca, horrível! - O professor sorriu e bateu palmas. - Oliver, pode nos mostrar um ritmo, que envolva amor? - Oliver sorriu e olhou da Seira de relance, pegou uma flauta celta da mochila e começou a tocar uma musiquinha aleatória que era incrível e ninguém podia negar. O outro garoto ficou se mordendo de raiva, e depois que ele parou de tocar, comecei a rir da cara do garoto que tinha usado às canetas.

O professor estava certo. Nada era mais importante na música que o amor, nada.

Romeo & CinderellaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang