Uma Lembrança Relutante.

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Ao retornarem para o castelo, os viajantes foram recebidos por seus parceiros na lareira da Grifinória. Gina sorria amoravelmente para Luna. As duas pareciam particularmente felizes ao entrelaçarem seus dedos e trocarem selares.

Outro casal que pareceu muito contente ao se rever foi Rolf e Teddy, que logo partiram de perto dos amigos para passarem um tempo a sós, depois de conversarem um pouco com eles. Rolf usava óculos novos, o que fez Harry ficar com pena do rapaz que havia recém descoberto seus graus de miopia. Os óculos de Rolf tinham uma armação de madeira entalhada e alegremente o garoto contou que fora seu avô Newt que fizera:

-Vovô resolveu se mudar permanentemente lá pra casa após o falecimento da vó Tina. É bom o ter por perto. -Rolf disse sentindo Teddy o abraçar por trás, o mais novo era um pouco mais alto que ele. -Passamos todas as tardes em sua mala cheia de criaturas. Ele me deu os óculos de natal...Acho que foi bem legal da parte dele. Vovô sempre tenta me mostrar que não tem problema em ser diferente. -Ele sorriu. -Ele foi o primeiro que eu contei sobre o namoro.
-Contou pra ele sobre eu...Ser filho de um?-Perguntou Teddy.
-Eu só irei contar se o seu pai permitir, você sabe disso, Teddy. Eu respeito a decisão dele de manter o probleminha peludo em segredo, apesar de ser muito interessante o fato de você ser o primeiro filho sem quaisquer traço herdado. -Rolf disse.
-Não sabemos disso. Posso te algo que só não percebemos ainda. -Disse Teddy.
-Eu acharia fofo se você tivesse.-Rolf disse ficando na ponta dos pés e beijando a bochecha dele.
-Só você, Rolfie. -Teddy riu.

XxX

Ao sair dos salões da casa dos leões, Harry percebeu que a Mulher Gorda provavelmente havia bebido demais durante as festas de fim de ano, pois a nova senha para passar por ela era "Abstinência".

Assim que eles saíram, Ron foi abraçado por Lavender. Pansy arranhou a garganta.
-Pansy!-Lavender sorriu pra ela, mas seu sorriso falhou por alguns segundos ao ver o colar que ela havia dado a Ron no pescoço da sonserina.
-Eu amei seu presente, Lavender. Foi adorável da sua parte enviar para mim um presente para me parabenizar pelo meu namoro. -Disse Pansy sorrindo e pegando o braço de Ron.
-Namoro?-Lavender gagueja. -Você está namorando a Parkinson?
-Sim. Algum problema?-Ron perguntou levantando uma sobrancelha.
-Não, nenhum. -Lavender se apressou para dizer. -Parabéns para ambos. -Ela forçou um sorriso. -Eu vou atrás de Simas...-E ela entrou no salão comunal.
-O Finigan não está namorando o Thomas?-Pansy perguntou para Aurora.
-Não serei eu a avisa-la. -Disse Aurora.
Pansy riu.

XxX

No dia seguinte, no salão comunal grifinório, avisa no quadro de avisos o seguinte recado:
AULAS DE APARATAÇÃO: Se você tem dezessete anos, ou vai completá-los até 31 de agosto, inclusive, poderá se inscrever em um curso de Aparatação de doze aulas semanais com um instrutor do Ministério da Magia. Se quiser participar, assine abaixo, por favor. Custo: 12 galeões.

Harry fez uma pouca careta.
-Pense que será muito mais fácil viajarmos, Haz. Podemos sair para conhecer toda a Europa sem muitos problemas. -Aurora disse tentando reconforta-lo. Harry achava a sensação de aparatar muito desagradável.
-E as Américas?-Harry perguntou.
-Aí não. Precisaremos usar transportes trouxas ou chaves de portal. É perigoso aparatar por longas distâncias. -Hermione avisa.
-As Américas?-Perguntou Aurora.
-Sempre quis conhecer a América do Sul. Eu conheci uma cobra do Brasil, queria saber como é lá. -Harry disse dando de ombros, Aurora assentiu.
-Depois da guerra. -Ela encostou no ombro dele e ele sorriu, beijando a testa dele.
-É uma promessa.-Harry disse.

XxX

Nessa noite, Harry teve mais uma aula com Dumbledore. O garoto até pensou em falar sobre o encontro com o ministro e o que ele ouviu entre Snape e Draco, mas se lembrou que provavelmente Dumbledore sabia de tudo aquilo por membros da Ordem e confiava em Snape. Então, eles foram diretamente para a penseneira:

-Antes de entrarmos vamos recapitular. Tom Marvolo Riddle entrou para Hogwarts e foi escolhido para a Sonserina, onde ele aprendeu sobre a habilidade de Salazar Slytherin conversar com as serpentes. Os professores pouco esperavam de Riddle, mas ele era educado, era bonito, um órfão ambicioso, muitos tiveram pena dele e começaram a admira-lo pelo seu esforço para se destacar. Eu resolvi não dar a minha opinião sobre Tom aos professores, para que ele pudesse começar do zero sem qualquer preconceito e talvez se tornar um bom bruxo, deixando pra trás as coisas que ele fez no orfanato. -Dumbledore diz.

Harry assentiu, era uma atitude nobre do diretor. Para um garoto que sufocara um coelhinho, ameaçara outras crianças, Dumbledore deu muita chance para se redimir e mudar. Seria legitimo da parte de um professor conversar com seus colegas com o que ele vira e ouvira, pois Riddle poderia machucar outras crianças se continuasse com aquelas atitudes. Bom, Harry não culpara a compaixão do diretor em acreditar no bem que poderia haver em Riddle, talvez ele fizesse o mesmo como professor.

-Os Comensais da Morte, que antes eram só alunos, viviam em volta de Riddle, mas eu tive  dificuldade em obter lembranças dele durante seu tempo em Hogwarts. Riddle nessa época também se tornou obsessivo por sua linhagem, que ele concluirá ser a de Salazar Slytherin. -Dumbledore conclui.

E eles entram na primeira lembrança da noite.

XxX

Eles estavam novamente na Casa Gaunt, dessa vez, Riddle estava presente conversando com seu tio Morfin em parseltongue:

-Conhecera o meu pai?-Perguntou Tom, com
um sorriso e postura altiva.
-Tom Riddle? -Morfin fez uma careta. -É, eu o conheci. -Morfin bebericou seu whisky.-Trouxa nojento. Ele e a sua mãe fugiram levando o colar de Salazar. -Ele bateu na mesa-Aquela vagabunda! O colar valia muito para nós! Tudo que nos restou foi o anel dos Peverell. -E Morfin apontou para a sua mão.

Tom fechou a cara, e seus olhos ficaram nublados.

Então, a lembrança acabou.

XxX

-Quando Morfin acordou, não se lembrava de nada e o anel havia sumido. -Dumbledore suspira. -Então, quando os Riddles foram encontrados mortos, o Ministério acusou Morfin, que confessou. -O diretor nega com a cabeça. -Eu acredito que Tom tenha estuporado seu tio, roubado o anel e em seguida matado os Riddle, apenas voltando para implantar memórias falsas em Morfin. -O diretor mexe a penseneira e derrama outra lembrança.

XxX

-Essa lembrança eu consegui com Slughorn. -Disse Dumbledore.

Harry olha em volta e reconhece, estavam no Slug Club. Tom e Horace estavam sentados perto da janela, bebendo.
Horace sorria servindo mais a taça do garoto. O mestre de poções parecia leve falando com o aluno.

-Mas, então, professor...Eu estava estudando mais afundo na biblioteca e encontrei um livro muito...Interessante. Mas acho que não o compreendi perfeitamente. -Tom bebericou seu vinho.
-E do que seria esse livro, querido?-Horace perguntou voltando a se sentar.
-Horcruxes. -Tom sorriu levantando os olhos. -O senhor saberia algo sobre isso, professor?

Então, a memória ficou embaçada e eles só ouvem a voz de Slughorn dizendo:
-Não. Não sei nada sobre isso.

Dumbledore pegou o braço de Harry, o puxando pra fora da lembrança.

XxX

-O que foi isso?-Perguntou Harry.
-Essa é a sua missão, meu menino. -Dumbledore sorriu. -Horace adulterou sua memória, precisamos saber o que realmente aconteceu nessa conversa. Acredito que essas horcruxes sejam o que tenha levado Tom até aqui.
-Você quer que eu fale com Slughorn?-Harry perguntou.
-Não. Eu quero que você obtenha a lembrança verdadeira de Horace. Faça o possível. -Dumbledore disse sério.

Os Herdeiros dos Marotos e o Enigma do Príncipe.Kde žijí příběhy. Začni objevovat