A Vidente Entreouvida.

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Após a vitória Grifinória, todos foram para o salão comunal vermelho e dourado para festejar. Aproveitando a distração dos outros, Aurora contou sobre o que aconteceu no banheiro da Murta, Teddy agradeceu por ela ter ajudado o Malfoy:

-Ele é meu primo e amigo. Eu fico feliz que a rivalidade entre nós tenha acabado. -Aurora diz. -Mas ele disse algo estranho.
-Estranho?-Harry perguntou.
-Ele disse que Voldemort pediu pra que ele consertasse um armário. -Aurora diz.
-Vai ver Voldemort está querendo um novo móvel para guardar todos as suas vestes pretas?-Hermione diz tentando aliviar o clima.
-Isso é definitivamente muito estranho. -Teddy cruzou os braços.
-Talvez fosse isso que ele estava comprando na Borgin e Burkes. No segundo ano, eu me escondi dele dentro de um armário que havia por lá. -Disse Harry.
-Mas como que ele trouxe um armário até Hogwarts? E ainda, por que seria tão difícil conserta-lo?-Ron questiona.

Mas ninguém soube responder.

XxX

Dias depois, Harry e os outros estavam na sala comunal apenas aproveitando o tempo juntos, quando Aurora se sentou ao lado do namorado. Em suas mãos estava um livro chamado "As Grandes Famílias Bruxas".

-Pra que isso?-Perguntou Teddy.
-Eu percebi que uma coisa ainda não fazia sentido no Príncipe Mestiço. Ok, o Snape é inteligente, sonserino e mestiço, mas por que príncipe? -Aurora perguntou.
-Pode ser que seja o que pensamos antes, um apelido carinhoso que ele recebeu de alguém.-Ron diz.
-Sim, poderia realmente ser se estivéssemos falando de uma pessoa diferente. Mas o Snape não é carinhoso, então, eu voltei para o meu primeiro pensamento, uma família bruxa.-Aurora afirmou.

-Prince. -Hermione repetiu pensativa.

Aurora abre o livro na parte da letra "P".
-Então, eu achei a nossa princesa. -Ela mostra a página.
-Eileen Prince? -Perguntou Harry lendo.
-Herdeira da Família puro sangue Prince. E como eu previa, não há nada sobre ela após os anos de escola. -Disse Aurora.

Hermione se aproxima e lê um pouco da página.
-Era uma família que enriqueceu pelo vasto conhecimento de poções e a criação de feitiços.-Hermione diz.
-Mamãe Snape deve ter passado essa habilidade para o bebê Snape. -Diz Ron.
-Mas por que não tem mais nada sobre ela?-Perguntou Mione.
-Pelo mesmo motivo que meu pai e a prima Andrômeda estão fora da tapeçaria Black. Envolvimento com trouxas. Se o Snape se autoproclamou Príncipe Mestiço, sua querida mamãe casou com um trouxa, sendo assim deserdada. -Aurora explica.
-Por que famílias puro sangue são tão complicadas? -Teddy bufou.

De repente, o quadro da Mulher Gorda se abre.
-Harry, Dumbledore está te chamando em seu escritório.  -Disse Neville, carregando um vaso de forma atrapalhada.

Todos se entreolharam em silêncio. Aurora se levantou, fechando o livro e parando ao lado de Harry de forma decisiva.

-Eu vou com você. -Ela disse.
-Dumbledore não vai deixar. -Hermione avisa.
-Quero ver ele me impedir de ajudar. Ao permitir que nós saibamos sobre o que está acontecendo, ele deveria saber que não ficaríamos parados. -Aurora diz indo em direção as escadas do seu próprio dormitório.-Como se eu fosse deixar o Harry ir sozinho.

Harry sorri e assente, ele sobe às pressas para o dormitório e pega sua capa. Então, ele vê o resto de Felix Felicis e o Mapa do Maroto. Ele desce com tudo em mãos.

-Fiquem com isso. O ano está acabando, temo que Draco ou Voldemort terminem o que planejam enquanto estivermos fora. -Harry entregou o elixir para Hermione e o mapa para Teddy.
-Se cuidem. -Aurora desceu as escadas, agora vestindo calças preta e uma blusa de manga longa vinho, com gola alta.

Os outros três assentiram. Harry deu a mão pra a sua namorada e partiu para fora do salão.

XxX

Nos corredores, do sétimo andar, os dois encontraram Trelawney deitada no chão, na frente da Sala Precisa:

-Professora...?-Chamou Aurora.
-Senhorita Black! Senhor Potter. -A mulher se levantou correndo e tentou arrumar suas vestes.
-O que faz aqui?-Harry perguntou.

As bochechas da professora ficaram róseas.
-Eu...-Ela suspirou. -Estava escondendo minhas bebidas dentro da Sala Vai e Vem. Mas dessa vez, a porta só não quis aparecer.

De repente, eles ouvem um gritinho de comemoração. Harry reconheceu, era a voz de Draco.

-O que foi isso? -Trelawney questionou.
-Devem ser alunos do primeiro ano brincando nos corredores!-Aurora diz rapidamente.
-Por que você não nos acompanha para a sala do diretor?-Perguntou Harry.

A professor sorri e assente.
-Então, professora, por que parece tão...Abatida?-Perguntou a Black.
-Estou sem emprego. Morar em Hogwarts é incrível, mas queria meu cargo de volta. -Bufou Trelawney. -Sabem, quando fiz a minha entrevista, quase dezessete anos atrás, Dumbledore não pareceu acreditar nas minhas habilidades. Foi somente quando mostrei meus dons que ele me empregou...Se me lembro bem, Snape estava lá...-Disse Trelawney.
-Estava?-Perguntou Harry confuso.
-É, ele interrompeu a entrevista. Estava do lado de fora espiando. -Ela sorriu, quase carinhosa.-Um homem muito curioso é Severus Snape.

Harry e Aurora se entreolham. Trelawney havia feito a profecia na noite que foi empregada, assim sendo, Snape foi aquele que a ouviu pela metade e contou para Voldemort.
Como resultado, ele era o culpado pelo assassinato dos Potter.

XxX

Os dois subiram na torre do diretor e se sentaram.

-Senhorita Black, não esperava que viesse...-Diz Dumbledore.

Aurora levantou uma sobrancelha e o diretor sorriu.
-O senhor está mentindo. -Ela sorriu de volta.
-Você foi atrás dele para salva-lo no ano passado. Seria estúpido da minha parte pensar que a senhorita o deixaria ir sozinho dessa vez.-Albus sorria com as mãos sob o seu colo. Como de costume, seus óculos estavam na ponta de seu longo nariz.

-Que bom que o senhor sabe disso. -Aurora fazia carinho na mão de Harry.

-Diretor, podemos conversar?-Pediu Harry.
-Claro. -Dumbledore suspirou.
-A Professora Trelawney me contou que foi Snape que escutou a profecia naquela noite além de você, bom, ela não sabe disso, mas eu entendi. Foi ele, certo? -Harry pergunta, sério.

Sua mão apertou a de Aurora, que o olhou preocupada.

-Sim, Harry, foi ele. -Dumbledore diz.
-Como pode confiar nele? Diretor, por causa dele que os meus pais estão mortos! -Harry disse, com a raiva subindo a garganta.
-Harry, não transfira a culpa de Voldemort para Snape. Ele se arrependeu do que fez. Eu tenho razões suficientes para confiar nele.-Disse Dumbledore, ficando sério.
-Que seriam?-Aurora questionou.

Dumbledore negou com a cabeça.
-Vocês vão querer me ajudar?- Perguntou o diretor.

Harry bufou, mais uma coisa estava indo para a lista interminável de assuntos que Dumbledore se recusava a falar com Harry.

-Sim. -Disse Harry.
-Não poderão questionar as minhas ordens. Entendido?-Perguntou o diretor. Ambos assentiram. -Estão com a capa?
-Sempre.-Harry disse.
-Vistam-na e me sigam. -Disse Dumbledore.

Harry tirou a capa do bolso e a ergueu sobre ele e Aurora. Ele teve que a abraçar de lado para que ficassem bem cobertos.
Logo, ambos seguiram o diretor para fora do castelo, apenas aparatando perto do Cabeça de Javali.

Os Herdeiros dos Marotos e o Enigma do Príncipe.Where stories live. Discover now