três

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Boa leitura, lindes!

***

O encontro de Louis com seu ídolo aconteceria em apenas dois dias. Ele estava animado, feliz, radiante e, principalmente ansioso. Muito ansioso. Primeiro, porque iria conhecer sua dita alma gêmea, o amor de sua vida, o rapaz por quem era louco; mas também porque ele iria fugir de casa.

Sim! Nosso Louis Tomlinson iria fugir!

Isso porque seu pai, como esperado, disse não. Mais uma vez. Cinco dias antes da viagem fora a última vez que tocaram no assunto, e a última vez que Tomlinson teve uma conversa com ele, além das falas necessárias de "Bom dia" e/ou "Tenha uma boa aula".

— Mas paaaaai — Louis resmungou, com um biquinho se formando nos lábios. — Harry disse que bancará minha viagem, se necessário.

Ele estava há exatos trinta minutos argumentando com seu pai e chegava em um ponto em que eles voltavam para o princípio da discussão; então, repetiam tudo novamente. Tomlinson parou de contar quando ciclo se repetiu pela terceira vez.

— Louis — ele disse, pacientemente, como se não tivesse repetido aquela parte pelo menos cinco vezes. — Eu não vou deixar um adolescente solto por Londres com pessoas que eu não conheço.

— Você conhece o Harry!

— Nunca o vi pessoalmente e nunca tive uma conversa com ele. Tudo o que eu conheço é sua baboseira infantil de fã e já estou cansada dela. Você parece um viadinho! — de repente Mark exclamou, exasperado, com a voz mais elevada e grossa do que antes.

E ouch. Aquela parte não estava contida nos ciclos anteriores.

Viadinho.

Os olhos de Louis marejaram ao ouvir as palavras que sempre estiveram contidas em cada olhar e frase de seu pai sempre que ele mencionava Harry. Entretanto, ouvi-las diretamente doíam muito mais, queimavam por todo o seu corpo, como se ele estivesse encostando barras de ferro quentes em si. Será que ele realmente não entendia? Será que ele não via a importância deste rapaz em sua vida? Será que ele nunca desconfiou de que seu filho realmente fosse gay? Isso era realmente um problema?

O amor de fã, de fato, só era entendido por quem o sentia em sua plenitude. A importância de uma simples canção só era sentida por quem sabia a ajuda que ela havia trazido e o significado que carregava. Um sorriso só era contemplado por quem teve seus dias mais sombrios salvos por ele. Uma frase, um gesto, uma brincadeira, uma voz; tudo só era valioso para quem havia sido curado de suas feridas através daquilo. E Louis havia sido.

Tantas foram as noites em que ele chorou baixinho olhando uma foto de Harry, sentindo um abraço invisível o cobrir e o confortar. Tantos foram os dias em que ele estava estressado, e o simples timbre de sua voz o motivou a seguir com sua vida. Tantas foram as palavras de carinho e apoio de Styles ao grupo o qual pertencia, que o fez se sentir incluído e amado. Louis descobriu tanto com Harry, se amou mais, se valorizou e valorizou os outros ao seu redor.

Era realmente uma pena, Mark não ter a dimensão do quanto Harry Styles havia contribuído para o caráter de seu filho, e ter noção disso feriu ainda mais Louis. Seu pai não o conhecia. Ou, pior, a mínima noção de o conhecer gerava um desprezo por parte dele. Porque se Louis Tomlinson era gay, para seu pai ele não passava de um viadinho.

— Se você julga que o que sinto por Harry é infantil, você nunca soube metade do que eu sou! E, é, talvez eu seja um viadinho por admirar alguém que salvou minha vida. Isso não é e nunca será um problema! — vociferou Louis, com uma coragem que ele não sabia ter. Arregalou os olhos, surpreso com seu próprio tom.

a arte de amar harry styles // larryWhere stories live. Discover now