nove

960 147 101
                                    

Boa leitura!

***

Harry Styles estava parcialmente embriagado há três dias.

Camille esteve com ele durante todo esse tempo, suave, doce e familiar como sempre fora. Ela parecia não saber que seu - novamente - namorado beijou um rapaz e sentiu todo o seu ser explodir; por isso, precisava estar chapado o suficiente para não lembrar dos lábios nos seus.

Entretanto, embora fizesse todo o monumental esforço para não, ele lembrava. Harry lembrava de Louis todo o maldito segundo: quando ia para o estúdio; quando olhava para o sofá na recepção do edifício; quando Camille beijava seus lábios de uma forma muito mais fria e rígida. Em todos os lugares havia rastros de Louis, como uma pequena prova de que a realidade estava na frente de Harry, por mais que ele quisesse fugir dela a todo custo. Então ele bebia mais uma garrafa.

Não é preciso dizer que Harry entrou em pânico, pois disto todos sabem. O que é preciso dizer é: ele não sabia mais como retroceder com tudo aquilo. O problema não era o rapaz, mas o sentimento avassalador que rasgava seu coração, sentimento este nunca presente em todos os seus miseráveis anos de vida. Harry estava aterrorizado, apavorado com o que crescia dentro de si, porque não podia ser real. Aquele detestável menino de olhos azuis não poderia ser a causa de toda a sua perdição, não podia expandir o dobro, em seu corpo, de tudo o que ele sempre sentiu por mulheres. Styles não podia cair tão fácil assim, com um único encontro, leves toques, um mísero beijo.

Tudo começou muito estranho, Harry deveria ter percebido: a calma que Louis o passava, os contatos tímidos que aceleravam seu coração, sua constante necessidade de chegar mais perto, provar mais do rapaz com seu tato. Não era atração, não era desejo; era paixão. Era destino.

No mês seguinte à última vez que Harry vira Louis, após gozar nos seios de Camille, ele se deu conta de que estava apaixonado por seu fã. Ele se drogou para esquecer.

Não o julguem. Ele estava bem antes com Camille, acreditava que ela era o amor de sua vida. Após o término, se deu um tempo para sofrer, e estava pronto para reatar com a mulher e então viver feliz para sempre. Harry era sonhador, ele acreditava num final feliz com a mulher que amava. O problema era que ele já tinha sua vida bagunçada o suficiente para trocar a mulher por um homem e não estava pronto para ver todos os seus planos serem jogados no lixo, obrigando-o a construir novos. Novos planos com um homem no qual ele mal havia construído uma relação e não sabia nada sobre. Harry só sabia ser ele. E que, novamente, não se conhecia.

Harry já trocou de par amoroso diversas vezes. Ele era um jovem intenso, muitas vezes considerado dramático por simplesmente sentir demais. O que ele sentia por Louis, no entanto, era demais, mais do que já sentiu por qualquer um.

Além disso, Harry carregava consigo complicações, e Louis era ainda um menino para entendê-las. Ele precisava fumar quando estava nervoso, beber quando precisava esquecer e se drogar quando estava um caco; ele era excessivo, e gritava quando deveria gritar e chorava quando deveria chorar. Ele supunha que o amor de fã de Louis não cobria esta espécie de situação e, definitivamente, não queria esta influência para alguém que havia acabado de entrar na maioridade. Louis era puro, precioso, não precisa do caos que era Harry em sua vida. Louis merecia mais.

Ah, Louis, Harry pensava. Os lábios de Louis, a língua de Louis, as unhas pressionando seu braço... Tomlinson o despertava tanto que ele quase era egoísta a ponto de lhe mandar uma mensagem ou ir até Doncaster e lhe submeter a todas as merdas que sua vida envolvia. No entanto, entrando no maior absurdo de sua vida, Harry sentia necessidade de privar Louis de suas merdas e, ao sentir esta necessidade, se aterrorizava ainda mais por sentir tanto a ponto de querer privá-lo de si mesmo.

a arte de amar harry styles // larryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora