Stranger

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Quando acordei, levei um susto por sentir que eu estava sem roupas. Oh não. O quarto estava abafado, fedia à cheiro de queimado e bebida.

Eu estava toda suada, praticamente pingando!

Não soube o que fazer, apenas continuei parada, nua e descoberta. Daryl estava do meu lado, e dormia tranquilamente. O que havia acontecido? Eu não sei, eu só sentia algumas pontadas em minha testa, sinal de que eu tinha pegado pesado com a bebida ontem.

Eu nem sei dizer o porquê das coisas terem acontecido, mas eu simplesmente não quero pensar muito. Se eu fizer, provavelmente vou ficar muito culpada por ter... Dormido com ele.

Eu sentia minhas entranhas doerem, mal conseguia sentar. Eu apenas me sentei, fiquei ali, por alguns segundos, pensando que deveria colocar minha roupa o mais rápido possível.

Eu não queria que Daryl Dixon me visse assim, na luz do dia, sóbrio. Isso seria uma catástrofe apocalíptica. Eu tenho muita vergonha, mesmo que... Ele tenha... Transado comigo.

Respiro fundo, pensando em todas as coisas que eu diria para ele. Será que eu pediria desculpas? Eu não sei... O que eu diria? Ele provavelmente deve pensar que eu sou virgem!

Mas não, eu não sou! Eu já havia perdido com meu namorado da fazenda. Ele foi mordido por zumbis e tivemos que jogar ele no celeiro quando ele se transformou. Mas enfim. Eu já perdi dois namorados, minha mãe, meu pai, meus irmãos e tinha muito medo de perder a minha irmã Maggie e Judith. Eu nem sei onde elas estão agora. Seja lá onde estiverem, eu vou encontrar vocês. Eu prometo.

O ogro começou a se mexer e coçar o olho dele. Eu me encolho, levando meus joelhos para perto dos meus seios. Ele me olha, fica por uns segundos processando tudo que aconteceu e logo depois coloca a mão na testa, xingando algum palavrão inaudível. Ele estava com dor de cabeça.

– Olá – Eu disse entre risinhos bobos e sentia minha bochecha corar. Tentei me esconder, mas nada que eu fizesse me cobria por completo.

– Não precisa ter vergonha – Ele bufou – Pessoas normais transam.

Eu o empurro seu braço e ele cai para fora do colchão. Claramente eu consigo ver que ele ficou zangado.

– Que porra! – Ele reclama enquanto volta a deitar no colchão – Eu disse alguma mentira?

– Eu tenho muita vergonha. – Me encolho enquanto ele estende os braços para alcançar minha cintura e me puxa para perto dele – Aí, seu ogro, me larga! – Começo a balançar meus pés, como se estivesse tentando escapar – Sai daqui! – Começo a bater nele em seu ombro, aperto forte e arranho suas coxas e ele urra.

– Você é uma pessoinha chata – Ele diz enquanto segura minha cintura. Eu sento em sua barriga e deixo meus fios longos tamparem meus seios.

– E você é um ogro carrancudo e chato – Dei alguns soquinhos no peito dele, enquanto ele levava suas mãos para segurar minhas costas.

– Acho que nos dois somos muito chatos – Ele conclui, depois de posicionar suas mãos em minhas coxas.

– O que estamos fazendo? – Pergunto, como se eu quisesse obter explicações de nossas ações. Mas por quê eu precisava?

– Eu não sei – Ele coloca o braço em sua testa e desvia o olhar – Eu não faço ideia.

Eu não vou mentir que eu não gostei da noite anterior, nem vou mentir que eu não sinto algo por ele, pois isso era assustador demais. Eu não falo isso comigo mesma. Era assustador.

– É assustador – Engulo seco.

– O que? – Ele pergunta, voltando a me segurar entre a cintura.

Angels ForeverWhere stories live. Discover now