Knees

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Daryl's POV

Cara, às vezes eu chego a pensar que detesto esses errantes. Talvez em um nível absurdo, sem dúvida nenhuma eu odeio esses putos.

Estávamos há dois dias andando pelo os trilhos, sem água ou comida, sem nada. Não tínhamos mais resistência e força. Os dias têm passado lento, como aqueles dias em que você só pede a Deus para que acabe logo. Era tão ruim e ao mesmo tempo não víamos saída para essa volta louca que estávamos dando. Estávamos loucos por um abrigo, um canto para encostar, cansados... Sobrecarregados. E sobreviver era uma merda, cara.

Beth aparentemente estava fraca e caminhava lentamente, pois reclamava de estar com dores em seus joelhos. Ela andava como se fosse um desses errantes. Não sei o que ela tinha, talvez devia ser dessas inflamações em suas articulações, falta de ferro, algo assim. Só sei que a garota mancava e não parava de reclamar. Fiquei pensando se ela conseguiria correr se caso aparecesse uma horda. Isso me preocupava pra caralho!

A estrada estava sendo dura com ela, cara. Ela precisava de descanso.

– Precisamos parar – Eu disse enquanto parava Beth me lançava um olhar preocupado.

– Parar? – Ela assentia – Meu joelho está me matando. – Bufou enquanto se apoiava entre as pernas. – Eu não tô conseguindo caminhar direito.

– São os dois joelhos? – Pergunto enquanto abaixo e vejo se eles estão muito enchados. Toco um deles e percebo um enchaço no canto superior do joelho esquerdo. – Aqui? – Olho para cima e ela confirma.

– Sim, aí. – Dói como o inferno! – Ela começou a chorar. Realmente, não dava mais para seguir andando. Me levanto e avisto um ônibus escolar parado há alguns metros, talvez uns 300 metros de distância. Eu precisava levar ela até lá, mas será que dá? 

Talvez seria melhor levar ela em meu colo. Mas meu Deus. Essa garota era muito pesada! 

Assim que a coloquei em minhas costas, ela grita estridente, me alertando sobre possíveis zumbis se aproximando. Eu não sei, mas era melhor correr até o ônibus. O caminho parecia eterno, como se fosse uma estrada sem fim! Ela grita novamente e sinto seu corpo balançar.

Era um errante a puxando.

Não sei como essas porras ainda caminham, sinceramente!

Viro para trás e deixo que Beth se solte e se proteja atrás de mim, pois o vagabundo já vinha me atacar. Rapidamente ajeito a besta em meu ombro, puxo o gatilho e disparo contra o cérebro do errante que se despedaça instantaneamente.

Ele desfalece no chão e nós respiramos fundo.

Por um segundo eu podia respirar, mas já sabia que logo vinha outros, pois eles estavam há uns dez metros de distância. Acertei um com a flecha, depois outro e seguiu-se assim até podermos ficar tranquilos — Por um único momento.

— Meu Deus! – Beth exclama assustada. – Oh céus eu acho que eu vou desmaiar!

— Beth, sem drama, pelo amor — Eu disse a pegando no colo e a levo para dentro do ônibus o mais rápido que eu conseguia. Por sorte, a porta do ônibus tinha uma chave e os bancos estavam limpos. A deitei em um dos bancos e coloquei as pernas dela em cima de sua mochila. Ela sorriu, um pouco tonta e quase desmaiando. A garota estava sentindo muita dor e não conseguia parar de gemer. Será que ela quebrou esse joelho, Meu Deus? Talvez ela deve ter torcido, sei lá!

É por isso que precisamos achar este santuário o mais rápido possível! Não era fácil sobreviver por aí, sozinhos à deriva, pedindo a Deus que nos ajudasse! Mas Deus, você não responde. Onde está o Senhor, porra?!

Angels ForeverWhere stories live. Discover now