Angel

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Eu sempre era vista como a frágil. Eu não vim aqui reclamar. E eu também estou cansada de reclamar, pois talvez sinto que finalmente eu tenho um espaço nesse grupo.

Estávamos indo em direção ao Terminus, talvez  Maggie estaria lá com Judith. Sinto que as coisas poderiam melhorar agora, pois esperança que eu tinha me movia a procurar.

Nem todo mundo deve ser mau, alguns podem ser a salvação nestes dias difíceis.

Meu joelho ainda dói bastante, eu mal conseguia caminhar, mas me apoiava no braço de Carl. Ele não reclamou a viagem toda, mas ficou me perguntando se eu queria dar um intervalo de caminhada.

Ele era um bom amigo, desde o tempo da fazenda, nós nos aproximamos bastante. Era como se fôssemos invisíveis, as crianças sempre ficavam resguardadas em salinhas com brinquedos ou livros. Eu cuidava de Judith e Caril era uma boa companhia, eu ouvia seus desabafos e preocupações. Ele nunca tinha medo de crescer nesse mundo e conquistar o seu lugar ao sol.

Sentia que podíamos ajudar no grupo. Eu sentia que eu podia ser mais forte do que sou ou ser mais habilidosa. Eu podia treinar isso.

Depois daquela briga idiota, fiquei confusa sobre o que Daryl falou pra mim. Eu não consigo entender ele... Ele fala uma coisa e depois fala outra.

Eu não estava preparada para me separar de dele... Ele gosta de viver sozinho. Eu tinha que entender. Eu costumava pensar por esses dias que estávamos virando uma boa parceria e era estranho eu me enturmar novamente com as pessoas e ter que deixar ele sozinho de novo, como um lobo solitário, pois ele gostava de viver assim. Se caso ele partir, eu vou ficar realmente chateada. Sabe... Eu não sei o que eu sinto por ele. Eu não saberia descrever em palavras como me sentiria caso ele realmente partisse.

Eu devia estar feliz por ter encontrado minha família.

— Estamos perto — Disse Rick ofegante enquanto continuávamos andar nos trilhos. Eu estava cansada, havíamos caminhado de baixo do sol por um dia todo. O tempo estava seco e eu precisava urgentemente beber água.

As placas indicavam que o Terminus estava próximo e talvez teríamos que andar por mais alguns minutos e tentar contornar o local, para não entrarmos pela porta da frente. Entramos pelo bosque úmido e pegajoso e avistamos uma cabana de madeira que estava à frente dos portões que limitavam o terreno do Terminus. As grades eram de arame altamente farpados.

Rick parou há alguns metros da propriedade e pareceu preocupado com seja lá o que havia por trás daquela limitação. Em suas costas carregava uma mochila e decidiu esconde-la entre as folhas da floresta.

— Acho que aqui ficará bom. — Ele disse enquanto pegava uma pistola e a escondeu na cintura, dentro da calça jeans.

— Você tem que parar de ser desconfiado — Disse Michonne e Rick negou com a cabeça.

— Nunca. Não podemos esquecer o que houve com Woodbury.

— Rick! — Gritou alguém entre a mata. Rick automaticamente sacou a arma e mirou as árvores. Ninguém sabia o que estava acontecendo. De repente, depois de alguns estralos na mata, Carol aparece e Tyresee também, com Judith em seu colo. Rick largou a arma no chão para correr até sua filha. Naquele momento, todos estavam chorando, até Rick. Ele abraçou a criança como se nada no mundo importasse. Eu precisei ir até ela, pois eu não estava acreditando que ela estava ali. Viva. Eu precisava a abraçar.

Eu cuidei muito dessa criança e para mim a considerava como uma filha ou uma irmã. Judith importava muito para mim e todos os dias eu ficava me perguntando onde ela estava, se estava alimentada ou em segurança.

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