18 - Larga-me, idiota!

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As mensagens foram suspeitas, sei perfeitamente de que se trata de uma brincadeira, apenas não encontro o responsável por ela. Investiguei o telemóvel do Kiko e do Harry e nada, histórico limpo, fi-lo quando foram almoçar. Então, quem será? Há aqui alguma coisa que não bate certo, aliás, há muitas coisas que não batem certo…

Hoje há jogo entre os juniores e o Bruno e o André (o piolho do Harry) eram da mesma equipa, o que acalmou as coisas de certa forma. Ele nem sequer me dirigiu a palavra desde daquele dia, apenas diz que se vai vingar e todas essas tretas que os homens dizem quando têm o orgulho ferido. Deve ter sido a primeira vez em dois dias que o Harry falou para mim sem usar aquela sua vozinha de donzela indignada:

“O Bruno e o Guilherme deviam de ir para o ataque, são melhores nisso.”

Olhei para o papel que tínhamos na mão e realmente fazia sentido. Um dos objetivos destas ‘férias’ para além de melhorarmos em campo é também aprendermos táticas e a trabalhar em equipa. “Tens razão. O Jorge é um bocado lento, devíamos deixá-lo na defesa.”

“Nem pensar nisso! Só falta um defesa e vai ser o André! Aquele miúdo nasceu para defender!” exclamou.

“Pronto, então o perna de pau fica de fora.”

Todos os envolvidos na equipa concordaram( o que foi uma mais valia é que mesmo que não tivessem concordado não havia volta a dar). Como diz a maluquinha da minha avó – adoro-a tanto- “Ou sim ou sopas”.

Estávamos a planear tudo na cabana do Hugo, um dos jogadores da nossa freguesia. A malta foi toda para o exterior falar com os juniores e deixei-me estar a olhar para a tática para ter a certeza que estava tudo como eu queria. Pensei que todos estavam lá fora, mas pensei mal. Deparei-me com o Harry encostado ao beliche de braços cruzados e a olhar para mim.

“Eu sei que sou linda como o corcunda de Notre Dame, mas posso saber porque é que estás a olhar para mim?”

Limitou-se a sorrir. “Não insultes o Quasímodo.”

“Enfim, Harry.”

Voltei a focar-me no papel só que desta vez fui interrompida com alguém a colocar as mãos na minha anca e a virar-me bruscamente. “Harry, olha lá onde tens as mãozinhas. Andas-te a beber ou quê?”

Ele não respondeu e olhou para os meus olhos intensamente, mordendo o lábio de seguida. O que é que este ser vivo pensa que está a fazer? Está se a candidatar para ser o próximo Zé Castrado da terra. “Larga-me, idiota!”

Harry abanou com a cabeça. “Não, não te vou largar." O rapaz tá possuído, ele riu-se e mostrou aquele seu sorriso colgate que me provoca um calor muito estranho. Ai céus, porquê?! Porque é que ele tinha que ser tão comestível?

“Caracolinhos estou-te a avisar, tira as tuas patas imundas de cima de mim!”

Ele aproximou a sua boca à minha orelha e sussurrou-me “Margarida, pára de te fazer de difícil, tu queres-me desde do dia em que te roubei a camisola do family guy.”

Mesmo depois de tentativas falhadas de o empurrar, ele continuava com a sua boca na minha orelha que não tardou nada a descer para o meu pescoço. O meu pescoço não, imploro! Nunca ninguém toca no meu pescoço, eu tenho imensas cócegas e então aqui nem se fala. Harry depositou os seus lábios na minha pele e eu paralisei. O que raio se estava a passar aqui?! Devo ter batido com a cabeça numa rocha ou o Kiko acidentalmente sentou-se em cima de mim porque isto não pode ser real, eu não posso simplesmente estar aqui no domínio de um rapaz e ainda por cima eu não posso estar a gostar tanto disto como estou agora.

Dei por mim a fechar os olhos e mesmo sentido cocegas havia ali algo mais, os seus lábios causavam algo em mim. Eles viajaram do meu pescoço até à minha boca, criando um rasto. Ele riu-se antes de os seus lábios colidirem com os meus. Fechei os olhos e senti-o aproximar-se, já estava quase a senti-lo na minha boca…

 “Acorda, Margarida!”

Abri os olhos, ele já não estava a agarrar-me nem me estava a tentar beijar… ele estava era a abanar-me que nem um tolo para me fazer acordar.

“Margarida, acorda vá lá!”

Levantei a cabeça da almofada. A minha respiração estava descontrolada. Para além de mim, conseguia ainda ouvir os grilos assim como vi a escuridão da noite. Não me acredito que estava a sonhar! Como?! Como é que eu estava a sonhar com algo assim?

Harry estava de boxers, com o cabelo todo despenteado, sentado na minha cama. “Estás bem?”

Não conseguia falar, a única coisa que tinha na cabeça era tudo o que se passara no sonho, da forma como ele me agarrava… ESTOU A FICAR POSSUIDA, SOCORRO.

Eu, Margarida, que tenho sempre resposta na ponta da língua, estava sem palavras. Limitei-me a assentir e vi Harry a erguer o sobrolho.

“Eu fiquei assustado. Começas-te a gritar para alguém que não consegui perceber quem, parar… e depois calaste-te e começaste a ficar transpirada e perder o controlo da tua respiração.”

Agradeço a todas entidades existentes e não existente por não ter dito o nome dele. Que vergonha! Fechei os olhos. “Eu estou bem, não te preocupes, foi só um sonho.”

“Vai dormir, amanhã é o jogo dos juniores, temos de criar as táticas.” Disse a caminho da sua cama.

Amanhã? Claro, eu sonhei com o dia de amanhã! Mas que mistura entre a realidade e o sonho é que agora posso realmente afirmar que é o primeiro dialogo civilizado que eu e o Harry estamos a ter desde da partida.

“Dorme bem, Margarida.”

Suspirei. “Dorme bem, Harry.”

E com isto voltei a deitar-me. A única coisa que me ocupava a mente era se o meu sonho se irá ou não tornar realidade. E pior que tudo é que lá no fundo, no fundos mais fundo do meu ser… eu queria que se tornasse real.

Olá olá!

Mais um capítulo!

Céus esta fanfic tem vindo a crescer tanto, todos os dias há muitas leitoras novas! Bem-vindas ;)

Adorei escrever o capítulo, a sério! E vocês, gostaram? O que acham que vai acontecer?!

Eu mudei o meu user no twitter, agora sou @fancy_bluebird J

Outra coisa: postei recentemente o 2º capítulo da melancholy e estou a adorá-la , se quiserem dêem uma espreitadela.

É tudo!

LOVE YOU ALL, avariadas.

Footballer ||h.s||Where stories live. Discover now