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Era isso que eu precisava, um dia  no melhor pub onde meu pai é dono, depois de um turbilhão de coisas que passei no último mês, depois de tudo o que tive que aguentar. Mas não sabia que teria que ficar perto da mesa de meu pai, vendo ele esbanjar seu dinheiro, seus charutos caros, acompanhado de belas mulheres, isso me enojava de forma bruta, e com essa mesma brutalidade virei o copo de whisky em minha boca. Como era ser filha de Billy Kimber você me pergunta? Um verdadeiro inferno na terra!

Eu não podia sair sem seguranças, pela quantidade de inimigos que meu pai costumava fazer, e por um descuido já passei um mês nas mãos de alguns deles, fui sequestrada a pelo menos seis meses atrás, e só eu sei as feridas deste dia, mas meu querido pai moveu céus e terras até me encontrar e só se vangloriou quando todos eles estavam mortos, eu fui encontrada quase sem vida e fiquei meses me recuperando em um hospital. Ultimamente meu pai tem se envolvido em uma briga com uma gangue de ciganos, isso me trás medo.

Eu mantinha meu olhar de nojo entre meu copo, meu pai e as pessoas dançando, como podiam se divertir tanto enquanto eu estava sentada com dois homens na minha cola? Me sentia um rouxinol preso na gaiola. Até que o vi pela primeira vez, ele estava balançando pra lá e pra cá com uma mulher loira que mesmo com o semblante fechado se sentia feliz por estar nos braços dele, eu pelo menos me sentiria. E mesmo dançando com ela, ele não tirava os olhos da mesa onde meu pai estava sentado, e eu pode reparar bem em seu terno caro, seu cabelo bem cortado e seus olhos azuis, eu poderia até imaginar seu cheiro amadeirado. Finalmente meu pai o percebeu, ele cochichou algo com Robert seu fiel escudeiro e contador, e então o mesmo fez um sinal para os meus seguranças.

— Senhorita precisamos ir.– Adam, um dos meus seguranças me disse e eu o olhei indignada.

— Não, eu quero ficar.– cruzei os braços como uma criança mal criada e William se aproximou e abaixou a altura do meu ouvido.

— Se você se comportar como uma criança birrenta, terei que lhe dar umas palmadas mais tarde.– ele sussurrou e eu me arrepiei toda, ele novamente se colocou a sua postura e me estendeu a mão, com muito reprovo eu a segurei e permiti que me tirassem do recinto.

William.

Bem, ele já é meu segurança a três anos, e no início tínhamos uma boa amizade que acabou nos tornando amantes, inclusive foi culpa dele o incidente que me fez ser sequestrada. Havíamos saído para um encontro secreto que não iria durar menos de uma hora pois não poderíamos dar vestígios de nossa relação, mas antes de irmos para casa muitos homens armados apareceram e para poupar a vida dele permiti que me levassem. Eu não sei bem se o amava, mas com certeza não queria o seu mal, odiaria ver ele morto. E desde que voltei estamos nos tratando estranhamente.

— Porque eu tenho que ir embora?– digo já sentada no carro com ele ao meu lado.

— Porque seu pai pediu.– ele responde grosseiramente

— Antes você me contava as coisas.– reclamo e ele não diz nada — Eu já disse que aguento a verdade Will, tem alguém? Alguma outra granfina mais linda que eu?

— Não tem ninguém, eu já te disse.– ele diz bravo e aperta o volante — Só não podemos mais ficar juntos.– ele diz sem olhar pra mim e continua prestando atenção no caminho.

Falling - Thomas ShelbyΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα