vinte e um

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Thomas

Dou mais um trago no cigarro e viro meu copo de whisky de vez, eu me encontrava assim na maioria das vezes quando pensava demais, eu devo ter mandado três tropas atrás de Melinda, e um dos meus soldados descobriu que ela foi colocada dentro de um navio, não sabiam pra onde ia, não dava pra ir atrás, mas eu procurei o quanto pude. Tudo passava na minha mente como um flashback, nosso beijo foi a primeira vez que me senti vivo desde a guerra. A França me deixou muitos buracos, mas Melinda levou minha alma inteira.

- Tommy.- escuto a voz de John e me viro para olhar pra seu rosto - Está na hora.

- Arthur já preparou tudo?- me levanto devagar para John não perceber o quão bêbado eu estava e o sigo para fora do escritório.

- Sim.- ele responde

Ao sair sinto o vento gelado da cidade, estava amanhecendo, nós entramos no carro e seguimos o caminho conversando poucas coisas. Chegamos a Londres antes de anoitecer e fomos ao pub bem tarde, um lugar dominado por outra gangue mas que agora reivindicamos pois seria dos Peaky Blinders, quando entramos deu pra ver na cara deles que não éramos bem vindos, mas mesmo assim nos sentamos em uma mesa, eles estavam bem animados, as pessoas a nossa volta dançavam, a música da banda estava bem alta.

- Olha só pra este lugar, é o paraíso.- John diz admirado pelo local.

- Whisky irlandês.- digo ao garçon que me olha estranhando e depois de um grito do Arthur vai pegar o que eu pedi.

- Conheço aqueles homens.- John fala e aponta para uns caras de outra mesa - São os primos do Sabine.

- Está casa noturna é do Sabine.- Arthur diz e eu assinto.

- São só clientes, não tem nenhum policial aqui.- aviso e John me olha aliviado.

- Então vamos beber.- ele diz e nos serve sorrindo

- Senhores.- um homem diz pra nós - Ocorreu um problema, infelizmente terão que se retirar - Arthur faz um carranca no rosto, iria dar problema mesmo.

- Acabamos de comprar uma garrafa inteira.- John reclama

- Alguns dos homens reconheceram vocês das corridas de cavalos do norte.- ele explica- Além disso o novo dono do estabelecimento proibiu a entrada de qualquer um dos Peaky Blinders. Os homens daqui são leais a ele e acham que isso é uma provocação.

- Novo dono? Aqui não é a área do Sabine?- John pergunta confuso

- Era, a família Sabine reivindicou e se aliou a nova gangue de Londres.- ele diz e nós nos olhamos, sair seria uma boa ideia para ter um aliado, mas Arthur já estava com raiva.

Os homens nos olhavam como se fossemos uma piada, e bastou só uma provocação para uma briga coletiva começar, todos que vinham pra cima de nós apanhavam ou era cortado por nossa navalha, um tiro foi dado, olhamos para a origem e o homem que antes nos pedia para sair estava com medo e apontando a arma para nós.

- Saiam daqui.- ele pediu, suas mãos estavam trêmulas segurando a espingarda.

- Vai atirar?- perguntei me aproximando dele, e ele negou se afastando - Foi o que eu pensei. - sai de perto dele e olhei ao redor, as pessoas estavam assustadas - Não viemos aqui para fazer inimigos, viemos aqui pra fazer novos amigos, aqueles que são os últimos logo serão os primeiros, aqueles que estão por baixo, logo estarão por cima. Sabem como nos encontrar...- puxo Arthur e John e nós saímos do pub.

Conversamos animados e decidimos usar nossa noite pra beber e conhecer Londres, nada iria estragar nossa animação, eu precisava disso antes de voltar para Birmingham, relembrar o que é família, um momento com meus irmãos.

Assim que coloquei os pés no escritório vi Polly me esperando sentada a frente de minha mesa conversando com uma mulher.

- Tommy está é a nova secretaria, ela vai estar aqui para seus serviços.- reparei nela uma mulher bonita até, de olhos azuis e cabelo preto curto, eu sabia o que Polly estava tentando fazer. A mulher se levantou e sorriu pra mim.

- É um prazer Thomas.- ela ofereceu a mão em comprimento mas eu só a olhei.

- Pra você é senhor Shelby, se é tão competente no seu trabalho é bom começando a ter respeito.- dei lhe as costas e fui até minha mesa de bebidas, me servi com um whisky e as duas ficaram me olhando.

- Perdão.- a mulher diz e abaixa a cabeça

- Esteja aqui amanhã antes de mim.- aviso e ela assente e sai da sala. Polly fica me olhando - Eu não quero que tente se envolver na minha vida, saiba que se está mulher tentar qualquer coisa o corpo dela se encontrara desovado.

Não espero ela responder e saio da casa de apostas, a rua estava escura, escura até demais. Entrei em um beco e fui surpreendido por dois homens me segurando, e um me dando um soco na cara.

- A nova gangue de Londres trás seus comprimentos.- um homem diz antes de me apagar com um soco.

Falling - Thomas ShelbyWhere stories live. Discover now