vinte e quatro

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Thomas

Eu recebi um telegrama, de Alfie Solomons, um judeu na guerra das gangues que parecia nem existir mais. Então precisava voltar a Londres, falar com ele e ver a Ada. Sentia meu corpo inteiro doer, aqueles homens me moeram, e falaram sobre a nova gangue, então não eram os homens do Sabine, era gente nova, gente que já sabia sobre mim.

Fui recebido na fábrica de Solomons, ele me apresentou seu trabalho com "pães" e então entramos no escritório.

- Você conhece essa nova gangue?- pergunto e ele assente

- Se aliaram ao meu inimigo, conheço o dono, você conhece? Gente fina ele.- ele diz e parecia estranho.

- Está perdendo a guerra para eles?- pergunto curioso - Caso contrário não iria me mandar um telegrama pedindo ajuda.

- Uma guerra só é perdida quando acaba. Eu tive problema com os italianos na verdadeira guerra, preguei um deles na cruz como Jesus, foi um momento bíblico.- ele ri se lembrando

- Você disse que conhece o chefe da nova gangue de Londres, como eu consigo conhecer ele?- ele ri achando graça

- Você não vai até ele, ele vem até você.- ele diz parando de rir - Então, você matou o Billy Kimber né? Como posso confiar em sociedade com você se você matou seu sócio? Se casou com a filha dele, e ela sumiu derrepente. Eu não tenho filha cara...

- Não fala sobre a minha esposa!- exclamo nervoso e ele aponta uma arma pra mim, sinto um líquido quente descer do meu nariz, e limpo com minha mão, ele joga um pano pra mim e abaixa a arma.

- Vamos falar sobre negócios senhor Shelby.- ele sorri.

Depois de falar com o judeu eu fui até o centro para achar Ada, sabia onde ela trabalhava então fui até ela.

- O que está fazendo aqui?- ela pergunta nervosa, encaro seu rosto e vejo seu olho roxo.

- Eles vão pagar por isso Ada, eu prometo.- toco seu rosto - Você precisa voltar pra casa, se manter segura...

- Eu estou segura, ando com proteção, e se eles vierem de novo eu meto uma bala na cabeça deles.- ela diz nervosa e tira uma pistola da bolsa

- Guarda isso.- peço e ela guarda - Eu sabia que não iria querer voltar mas pelo menos aceite isso - dou um envelope a ela e ela tira de dentro dele uma chave, ela ri sarcasticamente.

- Uma casa?- ela pergunta

- Você está no território deles, aqui eles comandam tudo até a polícia, meu contador disse que eu estou com muito dinheiro acumulado e que era pra eu comprar algum imóvel e colocar no nome de algum parente próximo...- ela sorri olhando a chave - Tem quatro andares, muitos quartos, para você e Karl não vai faltar nada.

- Você é maluco.- ela diz me abraçando e eu retribuo

- Se mude, rápido.- solto ela e sigo caminhando na rua, vou até um táxi e entro nele.

Ao chegar em casa com a ajuda de meus irmãos demos o presente de aniversário da tia Polly, uma nova casa também. E depois passei no escritório. A garota que se chamava Lizzie ainda estava trabalhando.

- Está trabalhando ainda tão tarde? - pergunto pendurando meu paletó no gancho

- Tinham muitas coisas pra organizar, você recebeu um telegrama.- ela me entrega um pequeno envelope, sem nome algum, nem identificação. Abri o mesmo estranhando este tipo de coisa, e só tinha uma frase no papel.

Estou perto.

- Quem deixou isso aqui?- pergunto assustado e ela me olha surpresa

- O carteiro.- responde me olhando - Está tudo bem?- assinto e entro no meu escritório, me sento na minha cadeira e fico encarando aquela pequena frase.

Falling - Thomas ShelbyWhere stories live. Discover now