13- A descoberta

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A segunda-feira amanhece com uma chuva daquelas, seria uma boa desculpa para faltar na faculdade?
Acho que não Amanda, isso é desculpa para faltar na escola quando se tem 10 anos de idade e não 18, o jeito será enfrentar os fatos, ou melhor dizendo, o Juliano.
Não que tenha o que enfrentar com ele, na verdade tem comigo mesma porque eu fico me sentindo super mal por ter digamos que "enganado" ele, já que eu não sinto o mesmo que ele sente por mim.

Chego na faculdade e agimos com a maior naturalidade para a Ana Paula não perceber nada, e lá vai ela contando os babados da prima dela.

- Vocês sabiam que a Isabela tá namorando com outro cara? Mas ele é meio estranho, dúvido que dure. - ela nos informa.

- Então ela já superou, e ele pelo visto também. - dou uma jogada

- Como assim? - ela me pergunta.

Procuro a foto do jantar dos dois e mostro pra ela ver.

Ela começa a dar risada da minha cara e eu fico perdida.

- Ela é irmã dele Amanda, ele não tem cara de quem supera tão rápido assim. -ela fala.

Porque ela acha que ele é um coitado? A se ela soubesse.
Espera aí é irmã, como eu sou idiota de ficar imaginando mil coisas, é apenas a irmã.

-Amanda eu preciso falar com você. - fala o Juliano quando a Ana vai ao banheiro.

- O que foi?

-Desculpa eu me intrometer na sua vida, mas eu queria saber com quem você está saindo.

Aonde ele tirou isso?

-Como assim? - eu pergunto.

- Quando nos beijamos pela primeira vez, você me revelou que foi o seu primeiro beijo, mas quando a gente transou, você me parecia bem experiente.

O que ele quer saber com isso?

- É que como eu sei que você não é de sair nem nada, eu calculei que fosse com alguém da faculdade. - ele finalizou.

- Olha Juliano, a gente é amigo e transamos uma vez mas isso não quer dizer que a gente tá junto, você não pode ficar me julgando.

- Eu não estou te julgando, só estranhei porque você sempre arranja um jeito de me dar um fora.

- Se você é tão infantil a ponto de não aceitar um fora blz, mas eu sou solteira e desimpedida, posso sair com quantos caras eu quiser, e saiba que não é porque você enfiou o seu pau em mim acha que tem o direito de controlar a minha vida porque não tem.

Saio correndo dali antes que as lágrimas comecem a cair, mas não pude segurar, só vi que a Ana Paula viu tudo mas ainda bem que ela não veio atrás de mim, preciso ficar sozinha.

Sento na escada e desabo, quem ele acha que é pra controlar a minha vida assim?

- O que aconteceu com a minha princesa?

Quando eu olho é o professor Anderson que está ali, será que eu não posso ter um minuto de paz comigo mesma sem aparecer um idiota pra me atrapalhar?
Se fosse em outro momento eu estaria dando pulos de alegria por ele ter me chamado de princesa.

-Nada, só to cansada de algumas pessoas. - também foi uma indireta.

Ele se senta ao meu lado e coloca minha cabeça no seu ombro.

- Pode chorar, quando a gente sente vontade o único alívio é chorar até esgotar nossas forças.

E eu choro, por várias coisas que aconteceram ao mesmo tempo na minha vida, choro por não conseguir me compreender mais, choro por tudo.

-Acho que já tá bom. - digo enquanto seco o restante das lágrimas e finjo uma risadinha.

O professor se levanta e me puxa também.

- Venha, quero te mostrar uma coisa.

- Você não está em horário de aula? - eu pergunto.

- Nas segundas a noite eu não tenho aula. - ele me responde.

Ele me leva pra sala dele que agora que eu percebi, sentei bem na escada ao lado da sala, a mesma que eu caí.
Me conduzindo até a janela.

- Olha como a lua está linda hoje, é um crime não admirá-la. E assim você pode esquecer um pouco dos seus problemas.

Ficamos um bom tempo admirando a lua cheia e eu mudo meu olhar para admirar o professor ao meu lado, quando eu estou com ele eu esqueço de tudo o resto, esqueço que ainda existem 7 bilhões de pessoas no mundo, naquele momento é apenas eu, ele e a lua e quando eu penso em beijá-lo, sinto a macies de seus lábios tocando os meus, meu Deus como eu amo esse homem.

Ele me ecosta na parede e começa a beijar meu pescoço, eu preciso dele nesse exato momento, nos beijamos novamente com ainda mais desejo do que o habitual quando eu escuto o barulho da porta se abrindo.

- Então o cara com quem você anda saindo é um dos nossos professores? Parabéns Amanda, nunca imaginei você tão baixa.

É o Juliano que acaba de entrar e há um desprezo na voz dele.

- Olha aqui você não fala com ela assim não, eu não sei o que tá acontecendo aqui mas uma coisa que pelo visto você precisa aprender garoto, é ter respeito com as mulheres. - retruca o professor.

- Se você tivesse respeito com as mulheres não estaria saindo com uma aluna menor de idade, porque tenho certeza que esse casinho de vocês não é de hoje não. - Diz o Juliano.

- Eu só não te dou um soco nesse exato momento porque eu não me rebaixo a tal nível e porque apesar de tudo você é meu aluno. - diz o professor.

- Pra se aproveitar dela você não pensou que iria se rebaixar ou que ela era sua aluna pelo jeito. - retrucou o Juliano.

- Ninguém se aproveitou de mim não tá, a gente tá junto com o consentimento das duas partes.- digo.

- Me poupe Amanda, até ontem você nem beijado tinha, acha mesmo que entende disso? - Disse o Juliano.

- Você não me ofenda. - digo enquanto as lágrimas voltam a rolar.

O Juliano sai da sala e o professor me abraça novamente e eu fico ali, apenas chorando mais um pouco.

My Love Is My TeacherOnde histórias criam vida. Descubra agora