15- Confissão

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Passei os próximos dias sem pensar em ninguém, aos poucos eu e o Juliano voltamos com nossa amizade, frequento normalmente as aulas do professor Anderson e está indo tudo as mil maravilhas na minha vida.
As vezes ainda me lembro do que o professor falou na nossa última conversa mas eu ainda não estou pronta para digerir tudo isso.

Estava dando uma volta pela cidade, fui até ao supermercado e comprei umas coisinhas que faltavam em casa. E como era sábado fiquei até ao anoitecer pra pensar um pouco na vida.

- Amanda?

Ouço alguém me chamar, quando me viro é um ex colega co ensino médio, o Eduardo.
Eu até cheguei a gostar dele, ele é moreno de olhos bem escuros, mas agora vendo ele percebi que não sinto mais nada por ele.

- Oi Edu, tudo bem?

- Tudo ótimo, nossa como o tempo te valorizou, tá bonitona hein.

Percebo que ele está bêbado, aí mds o que essas pessoas andam aprontando?

- Anda fazendo o que da vida? - eu pergunto para ele.

Mas ele nem me ouviu, dava de ver que estava péssimo.

Quando eu vejo ele vem pro meu lado e me puxa para um beijo, eu me desvencilho dele e dou um tapa em sua cara.

Ele dá risada e diz:

- Qual é Amanda, eu sei que você gostou de mim o ensino médio inteiro, pena que eu fui um idiota de preferir a Thais. E se aproxima novamente quando eu vejo que uma pessoa o empurra e o joga no chão.

- Você não toca nela novamente seu canalha idiota.

Eu olho para ver quem disse isso e não é ninguém menos que o professor Anderson.

- Muito obrigada professor.

A hora que ele ia se virar para me responder, vejo que o Eduardo tinha se levantado e estava com uma arma na mão apontando para o professor, na hora eu empurro o professor para o chão, e ...

...

Quando acordo percebo que estou no hospital e com o corpo um pouco dolorido, vejo que entra uma enfermeira.

- O que aconteceu comigo?- Pergunto mesmo sabendo o que houve.

-Você levou um tiro de raspão no braço e desmaiou porque perdeu muito sangue.- Ela me responde.

Ela sai do quarto e quando vejo entra meu pai e minha mãe.

- Tudo bem querida? - pergunta meu pai.

- Tô bem, só com um pouquinho de dor na cabeça mesmo.

Minha mãe se senta ao meu lado e começa a afagar meu cabelo.

Passado alguns minutos ouço uma batida na porta seguida pelo rangido da mesma sendo aberta e logo em seguida entra o professor Anderson.

- A gente vai deixar vocês a sós. - Diz minha mãe.

Quando eles saem o professor me pergunta:

- Tá tudo bem?

Faço que sim com a cabeça.

Ele se senta na cadeira que antes estava ocupada pela minha mãe, pega minha mão e a beija.
E eu me viro para encará-lo.

- Você não deveria ter feito isso, olha só agora tá toda machucada por minha causa, e ainda poderia ter morrido- Ele me fala.

- Ei, foi por minha causa, você que me salvou daquele idiota lembra?

- Nem me lembre daquele canalha, quando viu que tinha atingido você ele tentou fugir, mas ainda bem que algumas pessoas na rua viram tudo e chamaram a polícia, agora espero que mofe na cadeia.

- Não sei o que teria acontecido se você tivesse morrido por minha causa. - Eu digo. - Ele estava apontando para a sua cabeça.

Nesse momento a enfermeira entra novamente e o professor beija novamente a minha mão e sai do quarto.

Fico mais dois dias de repouso no hospital, pois como o tiro foi de raspão não houve tantos estragos.

Chego em casa mas ainda tenho que ficar mais alguns dias de repouso antes de voltar com minha rotina normalmente, no dia que eu cheguei em casa a tarde veio a Ana Paula e o Juliano me visitar.

Conto tudo que aconteceu para eles.

- Ainda bem que esse desgraçado está preso pelo menos. - Diz a Ana Paula.

- Mas eu ainda acho que você não deveria ter arriscado a sua vida para salvar a do professor. - Diz o Juliano.

Ah não, agora não.

- Ei, ele me salvou do Eduardo, era o mínimo que eu podia fazer.

Ficamos conversando mais um pouco e minha mãe trouxe chá e bolachas para eles comerem, e enquanto eles conversavam eu estava segurando o sono que vem com mais frequência por conta dos analgésicos, mas só lembro da Ana falando alguma coisa sobre cortinas eu acho.

Quando me acordo tem alguém no meu quarto, mas não é nem a Ana Paula e nem o Juliano e sim o professor Anderson novamente.

- Vim ver como você estava e te entregar isso para agradecer o que você fez por mim.

Olho e ele está com um lindo buquê de rosas vermelhas, pelo visto ele adora rosas, e também uma caixa de chocolates.

- Muito obrigada.

- Eu sei que nunca vou conseguir agradecer mas...

Coloco meus dedos em seus lábios.

- Ei, eu fiz isso porque eu senti que era o certo a se fazer, mas será que não podemos apenas esquecer isso tudo e comer esses chocolates?

Ele se senta ao meu lado na cama e ficamos conversando e rindo e comendo chocolates, como é bom momentos assim, por mim o mundo poderia congelar bem ali naquele exato minuto. E quando nos demos conta já havia se passado duas horas que ele estava ali.

- Eu vou deixar você descansar tabom, logo eu volto e se precisar de mim é só chamar. - diz o professor.

Faço que sim com a cabeça e ele vai me dar um beijo na testa.

- Porque você fez isso? - Ele me pergunta.

- Porque eu também te amo. - respondo.

My Love Is My TeacherOnde histórias criam vida. Descubra agora