17 A S H T O N

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Eu estou deitado no sofá com Mali e é confortável a forma como ela faz eu sentir como se a conhecesse há anos e somos melhores amigos, isso me deixa menos ansioso, faz com que eu me sinta menos deslocado.

- Eu posso saber o que minha irmã está fazendo deitada com o meu amigo no meu sofá? - Calum tinha um pano de prato pendurado no ombro e uma cara emburrada, simplesmente adorável.

- Assistindo um filme. - ela disse sem o olhar apontando pra televisão. - Fica tranquilo, não vou roubar ele de você.

- Fecha a matraca ou eu vou te expulsar da minha casa.

- Calum Hood não foi assim que te eduquei.

- Desculpa mamãe. - Calum parecia contrariado, sua mãe tinha um sorriso orgulhoso e Mali me abraçou apenas para o irritar ainda mais, ele abriu a boca pra berrar, mas foi interrompido pela campainha. - Salvo pelo Mike. - Calum berrou enquanto abria a porta.

Eu ia o responder mas me perdi completamente quando vi aquele homem entrando pela porta e abraçando Calum. Badboys nunca fizeram meu tipo, não que esse faça, mas ele parece tão intimidador com a roupa preta, cabelo vermelho e todas essas correntes penduradas na roupa que se ele me mandasse me rastejar aos seus pés eu obedeceria sem nem questionar e ainda agradeceria.

- Você deve ser o Ashton. - ele disse apontando pra mim e eu me sentia ridículo, Mali não estava mais deitada comigo e sim em pé ao seu lado apoiada em seu ombro, eu sinto que todos na sala estão me encarando e eu me sinto ridículo. - Você sabe falar? - ele disse sorrindo divertido, e meu Deus eu acho que vou explodir de vergonha, pessoas bonitas me intimidam.

- Desculpe, estou com sono ainda. - Dei de ombros tentando parecer normal quando sentei no sofá.

- Calum me falou muito sobre você. - Ele sentou ao meu lado e Mali do outro. - Aliás, meu nome é Michael. - Ele passou um braço pelo meu ombro e eu adoraria saber por que todos próximos a Calum tem essa necessidade de proximidade, eu estava lidando bem com esse costume até ele vir de um homem atraente, não sei lidar com homens atraentes.

- O aniversário é meu, mas aparentemente a atração principal é o Ashton. - Calum estava emburrado mais uma vez, eu tinha muita informação pra assimilar, me sinto confuso e lento.

- Não precisa ficar com ciúmes Cal, mas eu tenho que dizer que a culpa é sua por arranjar um amigo tão bonito. Eu brigaria com a Mali por ele. - Calum sorria, Mali e sua mãe riam histericamente, não sei se de mim ou da situação como um todo, e Michael me encarava com um sorriso que eu garanto que é um caminho direto pro inferno. Muita informação pra minha cabeça.

- Pois então vai ter que entrar na fila, porque o Calum é o primeiro.

- Como se eu não soubesse. - Ok, ir pra minha casa parece uma ótima opção agora. - Não precisa ficar com vergonha, só estou provocando Calum. - ele murmurou no meu ouvido, o suficiente pra apenas eu e Mali ouvirmos, ela riu junto com ele e eu permaneci estático.

- Por que eu submeti Ashton a isso mesmo? Depois de hoje ele nunca mais vai querer falar comigo. - Calum saiu resmungando, gritando logo em seguida que a comida estava servida, com a observação de que talvez tenha envenenado nossos pratos, eu ri dessa parte.

Calum permaneceu emburrado durante boa parte do almoço, Mali tagarelava sem parar com a sua mãe, Michael estava sentado ao meu lado, ainda com um dos braços sobre meu ombro, depois de alguns minutos eu não sentia mais que ia desmaiar, porque entendi que é realmente uma brincadeira com Calum, mas isso não o torna menos atraente.

Cal parecia que morreria durante o parabéns, disse que era coisa de criança, mas no final chorou enquanto nos abraçava, ele exibiu o anel que lhe dei depois de ganhar seu livro preferido de Michael e um tocador de disco da sua mãe, ele estava eufórico e eu me sentia feliz em o ver feliz, e então mais uma vez tive a absoluta certeza de que estou apaixonado por esse homem encantador.

Passamos a tarde deitados no tapete da sala bebendo cerveja, eu, Mali, Michael e Calum, porém se comportando como crianças obedientes para dona Joy nos contar histórias, sobre como Calum sempre fora uma criança quieta e Mali completamente hiperativa, seus olhos brilhavam e é lindo de se ver o amor que tem pelos filhos, eles são uma família incrível, eu me sinto encantado e sortudo por poder compartilhar o dia de hoje com eles.

- Eu acho que deu a minha hora. - Michael resmungou sonolento, tentando levantar a cabeça do meu colo, depois de algumas latas de cerveja sua postura de badboy conquistador barato caiu rapidinho.

- Acho que não está em condições. - Mali resmungou.

- E você por um acaso está? - ele retrucou.

- Fiquem comigo. - Calum choramingou rolando do sofá e deitando no chão ao nosso lado.

- Eu posso ficar mais um pouco com você e te ajudar a arrumar as coisas. - Eu disse aparentemente sendo o mais sóbrio dali se não contarmos a Joy.

- Ele não está em condições nem de levantar. - Michael disse rindo.

- Se ajudar meu filho ao menos chegar até o quarto posso deixar Michael em casa no caminho.

- Eu acho uma boa ideia. - Michael concordou, parecendo feliz com a ideia de que não precisaria andar.

Calum chorou quando sua mãe foi embora com sua irmã e seu melhor amigo, ele já é naturalmente emotivo, aparentemente quando bebe fica mais, Mali também quase chorou, ela me abraçou com força como se não fôssemos nos ver nunca mais, Michael beijou meu rosto e disse pra Calum que me roubaria dele, o que fez Calum chorar ainda mais. Eu precisei de alguns minutos para conseguir controlar toda a situação junto com Joy.

- Você pode passar a noite aqui mais uma vez? Eu não quero ficar sozinho, podemos sair com Michael e Mali amanhã.

- Não sei Cal. Não tenho mais nenhuma troca de roupa e também não quero te incomodar.

- Pode pegar uma minha, então posso tomar um café, me sentir menos como um bebado deprimido e então podemos dar uma volta, ou ficar aqui e assistir alguma coisa.

- Tudo bem Cal, então vem que eu vou te fazer um café. - eu tentei o puxar pelo braço, mas ele permaneceu parado no lugar. - Está tudo bem? - Calum me abraçou, me abraçou com força e eu imediatamente retribui, não tendo a certeza do que aquilo queria dizer, a mente de Calum é confusa e não consigo acompanhar seu ritmo.

- Obrigado por ficar aqui.

- Obrigado por me convidar. - eu me sinto aquecido e feliz, eu acho que fazia tempo que eu não me sentia tão feliz.

- Vem, vamos fazer o seu café. - Antes de me soltar Calum se aproximou e beijou meu lábios, de forma rápida e sútil enquanto segurava meu rosto entre suas mãos, antes de sentir como se eu fosse enfartar eu me questionei se aquilo realmente havia acontecido ou eu estou mais bebado do que eu acho que estou.

Quando me dei conta eu estava sozinho em frente a porta, com os dedos sobre meus lábios finalmente tendo a certeza de que Calum me beijou, rápido, apenas um toque, mas me beijou, sem querer? Talvez, existe a possibilidade já que ele não está em sua melhores condições, talvez sua intenção fosse beijar meu rosto, eu não sei, por qual outro motivo ele me beijaria?

Primeiro eu me senti eufórico, como se tivesse realizado um sonho, ganhado o melhor presente do mundo, e depois me senti terrivelmente triste, porque Calum estava bebado e sempre deixou claro que me via como um grande amigo. Aquilo definitivamente não deveria ter acontecido.

Eu aproveitei que ele provavelmente estava se atrapalhando na cozinha com seu café, peguei minhas coisas no quarto e sai da casa sem fazer barulho.

Eu não preciso passar mais uma noite ao lado de Calum e me machucar dessa forma. Eu achei que poderia lidar, mas eu aparentemente não posso.

Lost Boy ** CASHTONOù les histoires vivent. Découvrez maintenant