32 L U K E

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Ashton estava do meu lado durante toda a ligação, esparramado no sofá da minha casa e com um sorriso sugestivo, pensei em pegar alguma roupa emprestada dele que ele acabou por largar no meu armário, ele tende a se vestir mais como um cara intimidador e extremamente atraente do que eu, mas achei que seria estranho usar as roupas dele em um encontro com o melhor amigo do cara que ele é apaixonado, então só pedi pra que ele me ajudasse.

- Já vai enfeitiçar o Mike? - ele perguntou sentado no chão do meu quarto, me vendo correr de um lado pro outro tentando secar meu cabelo e achar uma roupa boa o suficiente.

- Ashton ele quem me enfeitiçou, eu acho que vou desmaiar só de lembrar da boca dele. E ele pareceu ser todo bobinho e fofo pelo telefone, você não queria que eu arrumasse um badboy de coração mole?

- Com certeza, não tenho dúvida que Michael é essa pessoa, só vai com calma tá? Você tende a ir rápido demais e atropelar as coisas, faz isso direito.

- Eu estou bonito? - Perguntei dando uma voltinha, tentei não vestir coisas que eu não costume usar no meu dia a dia, não quero que ele me ache um desesperado pra impressionar ele, não que eu não esteja um pouquinho, de qualquer forma, nada que uma calça preta e uma camisa também preta não resolva, existe coisa mais casual que preto?

- Coloca a jaqueta por favor, está frio hoje e Michael só tem moto, então provavelmente vão sair de moto. - Ash disse apontando pra jaqueta jeans pendurada na porta do banheiro.

- Obrigado Ash. - Disse pegando a jaqueta e me abaixando pra sentar entre as pernas dele. Ashton é um dos caras mais incríveis que já conheci, se não o mais incrível, a forma como ele cuida de mim faz com que eu me sinta amado e importante na vida de alguém. - E antes que me de uma bronca eu ouvi tudo que disse, ir com calma, tudo mais, eu só quero passar um tempo com ele pra conhecer ele e ver se ele é mais que só atraente.

- Eu te garanto que ele é. - A campainha interrompeu meu abraço, eu o apertei um pouco mais nos meus braços antes de deixar um beijo em seu rosto e levantar.

- Eu to bonito mesmo?

- Tá incrível Hemmo. - Ele me disse sorrindo e eu me lembrei mais uma vez de como sou sortudo por o ter conhecido. - Eu vou ir pra casa daqui a pouco, só por garantia, diga a ele que estou com saudades.

- Pode deixar. - Disse já saindo do quarto. - Eu te amo. - Gritei correndo pelo corredor e eu só pude ouvir a risada escandalosa dele junto a um "eu também te amo".

- Já me ama? - Foi a primeira coisa que Michael disse com um sorriso de lado assim que abri a porta. É, ele definitivamente parece mais bonito agora que eu posso o ver sem luzes piscando.

- Com esse seu sorriso? Como eu poderia não amar? - Eu vi suas bochechas corarem enquanto saia de casa e fechava a porta atrás de mim e eu tive vontade de o apertar. - Mas dessa vez foi pro Ash, aliás, ele disse que está com saudades.

- Também estou, ele tem um abraço gostoso.

- Nem me fale, o melhor de todos. - Eu disse deixando que ele colocasse o capacete na minha cabeça, lamentando um pouco pelo meu cabelo.

Eu gostava de andar de moto, nunca fui muito bom pilotando, seja moto ou carro, mas caso eu precise escolher eu prefiro uma moto, acho bom o vento no rosto e a sensação de liberdade. O caminho até o restaurante não demorou, Michael me levou em um restaurante italiano e eu agradeci muito por isso porque eu amo massa.

Ele é realmente um pouco bobo, as vezes tive a impressão que ele não estava me ouvindo por parecer alheio, porque ele não tirava os olhos de mim mas parecia estar com o pensamento longe, mas então ele sorria e me respondia com todo cuidado do mundo, ele sempre me olha nos olhos quando eu falo e cora quando digo alguma coisa sobre como ele está bonito hoje ou coisa do tipo, a partir de certo ponto da noite ele sutilmente colocou sua mão sobre a minha, eu gostei disso, então quando ele a afastou eu pedi pra que ele a colocasse de volta. Em alguns momentos ele também pareceu nervoso ou ansioso pela nossa proximidade, e eu me senti grato por isso, porque eu também estava e tentei transparecer isso, porque espero que isso também o conforte.

Eu gosto como ele tem toda essa aparência de badboy, mas na realidade é um homem gentil e doce, porém também atrevido, eu me sinto quente quando ele toca meu rosto pra afastar alguma mecha de cabelo ou só por simplesmente querer, por saber que isso me deixa sem jeito. Eu gosto da forma como ele é sexy sem necessariamente ter atitudes ou falas mais brutas, ele foge do que é convencionalmente atraente, nada de músculos, ou pele bronzeada, ou cara fechada, toques indiscretos ou qualquer baboseira desses romances extremamente sexuais. gosto de como ele parece ser naturalmente sensual com seus olhos verdes e boca vermelha que está sempre enfeitada com um leve sorriso, e como ele acaricia minha mão com cuidado, sempre longe de ultrapassar qualquer limite.

Ele estacionou na frente da minha casa passava um pouco das dez da noite, eu desci da moto e devolvi o capacete, ele me olhou e colocou a mão no meu rosto, sorriu quando pendurou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e isso fez eu perder completamente minha linha de raciocínio, caso esse seja o único encontro que vamos ter preciso fazer valer a pena, então eu só o beijei.

Seus lábios são mais quentes do que eu imaginava, e eu senti minhas pernas falharem quando ele enroscou uma das mãos em minha cintura e subiu a outra pelo me peito até meu pescoço, eu segurei firme seu rosto contra o meu e perdi completamente os sentidos quando senti seus dedos deslizarem de forma delicada pelo meu pescoço, por Deus, se o equilíbrio perfeito entre o sensual e o delicado existe, ele pode ser facilmente chamado de Michael.

- Quer entrar? - Eu quase deitei na frente da moto e pedi que ele passasse por cima quando ouvi essas palavras saírem da minha boca. - Desculpa se isso pareceu ter segundas intenções, eu só queria passar mais um tempo com você. - Ok acho que a moto não vai ser o suficiente, que tal um caminhão?

- Deixa pra outra noite, pode me chamar quando quiser, se eu puder venho na mesma hora. - Michael me puxou pra mais perto, mas dessa vez me abraçou, seu nariz passou devagar pelo meu pescoço antes dele deixar um beijo ali. - Obrigado pela noite, espero que me ligue mais vezes.

- Não fala assim porque você tá dando asa pra cobra. - Ele riu e beijou uma última vez meus lábios antes de colocar o capacete de volta e se afastar.

- Boa noite Luke.

- Boi noite Mike. - E então ele foi embora.

Eu fiquei alguns segundos parado na porta da minha casa tentando entender como alguém podia me deixar tão fraco só com um beijo.

Lost Boy ** CASHTONWhere stories live. Discover now