05 A S H T O N

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Não passamos muito mais tempo ali, bem que eu gostaria, mas Calum argumentou que teria que acordar cedo para ir trabalhar no dia seguinte, e bom, eu também, não que eu me importe de acordar com olheiras e quase desmanchando de cansaço por ter ficado até mais tarde com Calum, mas bom, aparentemente ele se importa.

Gostaria que nossa noite tivesse sido aquele clichê que eu o acompanho até em casa e ele me dá um abraço apertado de despedida, mas eu sei que na vida real as coisas não são assim, e que eu pareceria um maluco caso ele fizesse isso, pois não estou psicologicamente preparado para ter mais contato com Calum.

Nos despedimos na praça mesmo, Calum me agradeceu pela companhia e por o escutar, eu não pude de deixar de sorrir todo bobo e sentir meu coração acelerar quando ele sorriu pra mim, por algo que eu fiz por ele.

O caminho inteiro de volta para a casa não consegui o tirar da cabeça, eu me sentia como se tivesse sonhando acordado, me iludindo que podemos nos aproximar, e nos tornar amigos, e eu já estaria mais do que satisfeito com isso, porque esse curto período de tempo que passei com Calum pude ter a certeza de que ele é exatamente a pessoa que imaginei que seria. Alguém gentil, um cara sensível, educado, que parece ter um coração que caberia o mundo inteiro, que traz a mesma sensação de uma tarde agradável de primavera, com o céu azul, a temperatura agradável, as flores colorindo a paisagem, as pessoas felizes, aquela sensação de conforto e aconchego, é assim que me sinto perto dele, acolhido.

Essa é definitivamente a definição perfeita para Calum, uma tarde de primavera, talvez o seu sorriso seja o sol.

Pensei que teria dificuldade em dormir aquela noite, minha cabeça não parava de girar em torno do nosso pequeno passeio, mas na verdade eu dormi em poucos minutos, me sentia leve, como se nem um problema pesasse em minhas costas.

Sabe eu não sou o tipo de cara badboy, não mesmo, que usa jaquetas de couro e aqueles coturnos enormes, com aquela cara de mau que tá sempre com um cigarro entre os dedos, eu tô mais pra um cara comum, aquele que passaria batido por qualquer um na rua, roupa social de um mero funcionário de escritório, nada muito glamuroso, sempre muito cansado, porém confesso que no meu íntimo eu não sou o cara mais inocente do mundo, assumo que se meus amigos me descrevessem em uma palavra seria provavelmente atrevido.

Mas com Calum é diferente, eu me sinto completamente diferente, não é aquele sentimento de querer o ter por uma noite, eu nem sei se é realmente esse o meu desejo, o ter comigo, acho que eu só quero o ter por perto, e o abraçar, e cuidar dele, porque ele me faz sorrir e ninguém nunca fez com que eu me sentisse dessa forma.

Lost Boy ** CASHTONWhere stories live. Discover now